Ensaio sobre empreendedorismo no Design Autoral
Podemos definir o conceito de empreender como realizar uma atividade que pode ser considerada complexa ou de difícil execução. Quando associado à processos dessa atividade adicionadas a cultura de uma população, o mercado de negócios do momento, e concorrentes da área ou âmbito de criação que se está, pode vir a se tornar cada vez mais complexo o processo de empreender. O design no campo do empreendedorismo passa por uma vasta caminhada de etapas, onde uma zona complexa neste sentido é o design autoral, por meio de se tornar algo único e ao mesmo tempo universalizado. Um exemplo de empreendedorismo de design autoral é a designer Joana Lira, artista plástica e designer gráfica.
O conceito de empreender caminha muito próximo do conceito de inovar, que por falta de informações, ocasionalmente, é subentendido de forma errônea como “criar algo novo” sempre, onde no mercado, várias empresas investem em criar sem possuir embasamentos de estratégias e pesquisas de similares, na qual inicia de forma negativa um crescimento exponencial de produtos ou serviços muitos padronizados, fazendo “mais do mesmo”.
O processo de inovar vai muito mais longe do que visões imediatistas de solução de problemas, inovar nem sempre é adicionar, as vezes pode se tornar apenas uma nova forma de observar situações. Um exemplo bruto de processos de inovação no mercado hoje, são algumas livrarias que obtiveram uma resinificação no seu processo de atendimento ao cliente, deixando de se tornar apenas uma livraria de venda de produtos e sim se tornando um lugar de encontros e experiências agradáveis, que podem ocasionar em vendas de livros, consumo da cafeteria ou lanchonete.
O desenvolvimento de um negócio ou conhecimento de algum produto necessita de um processo, e quando este processo não é estruturado ou feito de forma clara com objetivos pré estabelecidos a perda de propósito pode fazer um negócio “quebrar” com bastante facilidade.
Um dos maiores desafios no processo de empreender é entender qual a melhor forma de realizar alguma atividade entendendo o impacto, as proporções de ação e reação, e assim, com métodos eficazes, estimulando um crescimento orgânico. Esses processos são bastante estudados no campo do design, como todas as ações de metodologias ágeis, seus “porquês” e “como”, com a avaliação e análise que mais se encaixa é possível observar novos caminhos e evoluções sobre o crescimento da empresa/projeto/produto.
Um termo que nasce dentro do design e que ainda é bastante questionado em relação a o que pode ser uma autoria ou uma universalidade, e o que o design autoral exatamente ele significa no processo construtivo e significativo, desde a criação de uma imagem, até um serviço, produto ou qualquer coisa que tenha essa relação.
O campo do Porto Digital oferece uma série de atividades e oportunidades de exposições e aprendizados no campo do design autoral, um evento que acontece desde 2017 e ocorre anualmente é o Rec’n’Play, que possui shows, experiências, palestras e oficinas, nas áreas de Tecnologia, Economia Criativa e Cidades Inteligentes. Essa é uma das oportunidades que o Porto oferece por meio de uma curadoria específica para exposição e interação da população com novas formas de comunicação e tecnologias.
O processo de crescimento do profissional de design se torna um caminho tortuoso, por não existir mercado centrado em processos de inovação diante da quantidade de profissionais que existem hoje no mercado, e a busca por algo além de processos gráficos e atendimento ligado a marketing se torna intensa mas sem informações sobre processos profissionalizantes. Além da complexidade da essência do design autoral, existe a dificuldade de entender como as grandes empresas podem ajudar a influenciar esses designers a crescer e empreender no seu lugar de interesse.
