Entendendo o agora — Dataviz em tempos de coronavírus parte 2
Este é o segundo post de uma série sobre visualização de dados em tempos de pandemia. A ideia é listar e discutir exemplos de imagens que nos ajudam a entender o que está acontecendo.
Dividi a coleção em 7 temas principais (até agora):
- 1. Achate a curva
- 2. Simulações
- 3. Narrativas visuais
- 4. Crescimento exponencial
- 5. Pequenos múltiplos
- 6. Mapas
- 7. O que mais medir?
2. Simulações
Enquanto não há cura ou vacina para Covid-19, o isolamento social é a principal estratégia de mitigação do contágio e disseminação da doença.
A motivação para se diminuir as taxas de transmissão foi muito bem ilustrada pelo diagrama "Achate a curva". Mas como o isolamento social colabora com isso? Ilustrar esse comportamento foi o objetivo de um artigo no Washington Post comparando 4 modelos diferentes de isolamento:
Este foi o artigo mais acessado na história do Washington Post. De uma forma bastante simples ele ilustra como o contato entre pessoas espalha o vírus e quais são os impactos da adoção de diferentes medidas de restrição de circulação.
No meu universo pessoal, o grande indicador do sucesso desta visualização foi minha filha, de sete anos, ter compreendido melhor os motivos de estar presa em casa depois de vê-la.
Um mês antes de publicar esta simulação, o Washington Post já estudava formas visuais para explicar o contágio. No meio de fevereiro criou uma comparação da forma como se espalham doenças com diferentes taxas de contágio e letalidade.
O site r2d3 — que tem uma ótima explicação visual sobre machine learning — reuniu 4 simulações, com premissas mais complexas, ilustrando o efeito de medidas de distanciamento social.
Atualização 23/05:
Como funciona um modelo de curva de infecção? Como tratar a incerteza?Mais uma bola dentro do jornalismo com dados do Washington Post:
Já o FiveThirtyEight fez uma comparação de diferentes modelos ao longo do tempo:
Atualização em 02/06:
O que vem agora? Explicação passo a passo de diversos cenários e possibilidade para nossa relação com a pandemia daqui para frente.
Atualização 17/06:
Em quanto tempo podemos ter uma vacina? Quais são as variáveis envolvidas nos processos de pesquisa, teste, produção e distribuição que imapctam no tempo de lançamento dessa tão esperada defesa contra o Coronavírus? O NY Times mostra de forma interativa.
3. Narrativas visuais
Outro gênero de visualização bastante presente na cobertura da pandemia são narrativas visuais: matérias com texto, gráficos, ilustrações e animações que contam uma história com a rolagem da tela.
A Reuters mostrou em detalhes os primeiros 31 casos confirmados na Coreia do Sul, mapeando os contatos sociais e formas de transmissão de cada um deles. Até chegarem à paciente 31, responsável por um grande surto de contágio no país. Ela teve contato direto com mais de 1.000 pessoas — incluindo duas idas a uma igreja, almoço em um restautante tipo buffet. Mais de 5.000 casos na Coréia do Sul foram relacionados à igreja de Shincheonji, frequentada por ela.
O NYTimes é outro veículo com diversos exemplos de visualizações e narrativas visuais interessantes e explicativos em meio à pandemia.
Um exemplo é a explicação sobre como o vírus se espalhou rapidamente pelo mundo. Quando Wuhan foi fechada, o vírus já tinha se espalhado para outros locais no mundo de forma silenciosa.
O South China Morning Post trouxe uma explicação sobre as diferentes famílias de coronavírus e seu mecanismo de ação no corpo, usando muito bem elementos de animação disparados pela rolagem da tela.
Atualização 17/06:
A Reuters mostrou o avanço das contaminações em Singapura, evidenciando as grandes taxas de transmissão nos dormitórios de trabalhadores estrangeiros.
Bônus: animação ilustrando efeito em cadeia e como uma pessoa pode fazer diferença.
Lembrou de alguma referência que deveria estar aqui? Deixe um comentário. :)