3ª edição do Dataviz.Rio

Júlia Giannella
datavizrio
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6 min readApr 8, 2019
Parte dos participantes da 3ª edição do Dataviz.Rio

O planejamento do terceiro encontro aconteceu em meio a uma notícia bacana para os praticantes, pesquisadores e entusiastas do dataviz no Brasil e no mundo: a criação da Sociedade de Visualização de Dados (SVD). A sociedade, fundada por Amy Cesal, Mollie Pettit e Elijah Meeks, tem como objetivo enfrentar a falta de desenvolvimento profissional na área bem como criar uma comunidade e um espaço em que seja possível aprender uns com os outros e com as diferenças. Tudo a ver com a ideia que temos para o Dataviz.Rio, não é mesmo?! Neste post, você encontra a apresentação dos valores e objetivos da SVD. E no website, você encontra uma série de informações (lindamente bem organizadas, valeu SVD!) relacionadas ao universo do dataviz: meetups, eventos, premiações, desafios, livros, programas de formação, etc. Na seção de meetups, o Dataviz.Rio já aparece cadastrado!

Mas vamos ao que interessa …

… o resumo do que rolou na edição do dia 27 de março realizada no estúdio da Café.art.br, em Laranjeiras!

Mantendo a tradição, eu e Leandro Amorim abrimos a casa e demos boas-vindas aos palestrantes e participantes da terceira edição. Nos apresentamos, explicamos a dinâmica do encontro e propomos uma rodada de apresentação individual. Afinal, se queremos criar uma rede de datavizers no Rio, precisamos nos conhecer! Aliás, acho que ainda não me apresentei devidamente nas histórias desta publicação. Aproveitando a deixa:

Eu sou a Julia Giannella, sou designer, pesquisadora e estudante de doutorado. Atualmente sou assistente de pesquisa no laboratório Visgraf, que é o Laboratório de Visão e Computação Gráfica do IMPA no qual acompanho diferentes trabalhos e pesquisas na área de atuação do Laboratório que é de matemática aplicada computacional para novas mídias. Dentre essas novas mídias, a que mais tenho prazer de trabalhar é a área de visualização. Meu doutorado é na ESDI-UERJ onde pesquiso técnicas de visualização e interfaces do usuário para exploração de coleções de imagens digitais (coleções fotográficas, mais especificamente). Mais recentemente, e muito por causa da minha aproximação com o Leandro, cresceu o desejo de dedicar parte do meu tempo a atividades de popularização e divulgação da visualização de dados. E assim nasceu o Dataviz.Rio :)

Primeira palestra: Câmara Transparente

Para falar sobre o primeiro projeto, recebemos virtualmente a designer Maria Eduarda Rodrigues (Duda) que atualmente trabalha no escritório de Toronto, Canadá, da Fjord, empresa de consultoria em design e inovação. Duda havia gravado uma vídeo-palestra contando sobre as visualizações do Câmera Transparente que desenvolveu quando ela ainda trabalhava na própria Café, mas, como estava disponível no horário da realização do encontro, ela topou fazer uma transmissão ao vivo, o que foi massa! "Câmara Transparente” é uma ferramenta para visualização interativa de dados que tem como objetivo revelar as influências econômicas exercidas pelos ocupantes da Câmara dos Deputados. O trabalho é fruto de uma pareceria da Café com a FGV DAPP. Neste post, você encontra uma descrição detalhada sobre a ferramenta Feita pelo pessoal do Labvis da UFRJ e aqui está a apresentação do Câmara no Behance da Café.

"Câmara Transparente"

Na sua fala, Duda detalhou didaticamente os pormenores do seu processo criativo. Descreveu o passo-a-passo da execução do trabalho e resumiu sua experiência em aprendizados:

Duda Rodrigues apresentando as etapas do processo criativo

Aprendizados:

  1. Experimentem! Sujem as mãos com os dados desde o começo;
  2. Definam e alinhem o escopo desde o começo para trazer foco para a solução;
  3. Não subestimem o poder do papel e caneta e a técnica rubber duck;
  4. Encontre o balanço entre o artista e o designer que habita em você.
  5. Definam princípios de design/atributos que irão reger o produto/serviço.

O projeto "Câmara Transparente" recebeu prêmio de destaque na 12ª Bienal Brasileira de Design Gráfico da Associação dos Designers Gráficos do Brasil (ADG).

Segunda palestra: As joias de Cabral

A segunda parte do encontro recebeu novamente Harrison Mendonça, designer, creative coder e sócio fundador da Grama, para contar mais sobre o projeto que ele havia apresentado brevemente na edição anterior, no formato de lightning talk. Como o Harrison foi responsável por uma parte mais técnica do desenvolvimento do dataviz e do site "As joias de Cabral", ele nos sugeriu que convidássemos o Kenzo Mayama Kramarz, responsável pela solução gráfica-visual, para falar também na terceira edição do Dataviz.Rio. Só que o Kenzo mora em Londres, onde ele lidera o KMK Studio. Felizmente, ele topou gravar um vídeo contando como foi desenvolver um projeto de dataviz autoral que seguiu o mesmo ritual de um trabalho comercial em termos de prazos e qualidade de entrega. Só para relembrar, "As joias de Cabral" trata-se de uma uma visualização interativa sobre as joias compradas por Sergio Cabral, ex-governador do estado do Rio de Janeiro, com dinheiro recebido como propina entre 2007 e 2016. O site apresenta uma linha do tempo interativa na qual os dados vão sendo revelados a partir da desconstrução da imagem de Cabral.

Kenzo falou falou de vários detalhes do projeto incluindo sobre o desenho das joias

Harrison complementou a apresentação do Kenzo contando um pouco dos desafios técnicos que ele teve em mãos: a desconstrução progressiva da face de Cabral; a sobreposição de keyframes na timeline; a aplicação de efeito de shading para simular o brilho das joias e a dificuldade de criar uma versão para mobile.

Harrison Mendonça comentou diversos aspectos técnicos do desenvolvimento do dataviz "As joias de Cabral"

O projeto "As joias de Cabral" foi amplamente divulgado pela mídia e, assim como o projeto Câmara Transparente, recebeu prêmio de destaque na 12ª Bienal Brasileira de Design Gráfico da Associação dos Designers Gráficos do Brasil (ADG).

Lightning talk

Pra fechar a terceira edição, o Dataviz.Rio recebeu dois colegas, Barbara Castro e luiz ludwig, para um lightning talk sobre um trabalho incrível e pioneiro que eles desenvolveram ao longo de 2018: a concepção da exposição "Existência Numérica”, exibida no Oi Futuro. Trata-se de uma exposição 100% voltada para trabalhos de visualização de dados e que trouxe obras de artistas e designers renomados como o designer português Pedro Miguel Cruz. Incrível, não? Quer saber mais sobre esse trabalho? Fica ligado na programação do Dataviz.Rio que os dois prometeram voltar para dar uma palestra mais completa!

Barbara Castro comentando o trabalho de Pedro M. Cruz
Luis Ludwig durante o lightning talk

É isso, pessoal. Obrigada a todos pela presença e até o próximo encontro!

Esteve presente na terceira edição e gostaria de dar feedback? Responde ao formulário de avaliação de evento. Não esteve presente, mas quer comentar algo ou fazer sugestões? Pode responder ao formulário também!

As fotos da 3ª edição você encontra neste álbum no facebook.

Quer saber sobre as próximas edições? Segue o Dataviz.Rio aqui no Medium e nas nossas redes (Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin).

Esse artigo foi co-escrito por Leandro Amorim.

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Júlia Giannella
datavizrio

#dataviz and #HCI for knowledge discovery in #digitalCollections | Ph.D. student at @esdi_uerj, researcher at @visgraflab and curator at @datavizrio