O que um agilista precisa saber sobre design organizacional?

Veja três tópicos necessários para a criação de uma estrutura organizacional simples e relevante

Jéssica Mendonça
DB Server
4 min readMay 24, 2021

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Existe uma série de contextos envolvidos, diretamente ou não, nos resultados dos produtos ou projetos. Sendo assim, neste ambiente direcionado pelo racionalismo, precisamos ter um olhar clínico sobre tudo que pode influenciar os outputs de um time (área ou organização), para que possamos identificar o “tipo ideal”.

O tipo ideal nada mais é do que o modelo em que aquele time (área ou organização) se encontra, no que diz respeito a estrutura, pessoas e visão de negócios. Assim, este tipo ideal funciona como um parâmetro, um referencial, uma régua para mensurar uma determinada realidade.

Ps: Claro que existem vários outros fatores, mas eu… particularmente, gosto de evidenciar os que irei descrever abaixo, por questões de prioridade.

A leitura de ambiente que o agilista realiza no início de um trabalho de transformação ágil precisa entender o propósito e valores que definem a mentalidade da organização, e consequentemente, como as pessoas se veem, como elas agem dentro desse ambiente e como funciona a sua cultura.

A principal característica inerente à jornada de todo aquele que trabalha com agilidade: a eterna mutação, a reinvenção, o algo que nunca irá terminar.

Pois bem, se você pretende sair do ponto A para um ponto B, é importante saber que dificilmente você atingirá uma adoção “orgânica”. Você precisa de um planejamento mínimo para essa transformação. Então, é aqui onde eu quero evidenciar algumas premissas.

Primeiro, tenha em mente que:

Não existem verdades absolutas no mundo dos negócios além dos resultados concretos.

Dito isto, vamos aos três tópicos que precisamos olhar com carinho no momento de criação de uma estrutura organizacional simples e relevante. Saca aí:

CONTEXO

O cenário em que estamos inseridos precisa estar totalmente claro. E isso diz respeito ao nível que a área/time encontra-se, quais resultados desejam colher e qual o objetivo macro. Ou, no caso de algo novo, qual o contexto que necessitamos criar relacionado ao negócio.

CULTURA

A cultura do ambiente está totalmente relacionada aos comportamentos das pessoas. E regras, princípios, políticas e clima.

Precisamos isolar a ideia da cobrança de uma cultura desejada, para dar espaço a criação de uma cultura desejada, norteadas através dos valores.
A ideia não é criar os valores e cobrar comportamentos. É usar os valores para fomentar comportamentos. Tenha em mente que as pessoas mudam, e cultura é um fator em constante evolução. Guie pelo exemplo.

NEGÓCIO

Talvez o negócio seja um dos principais, senão o principal, fator para se estabelecer uma estrutura organizacional. Você precisa saber sobre o negócio. Mergulhar no negócio faz toda a diferença para tomar a decisão correta no momento de pinar o que faz mais sentido para aquela área/time, o que irá agregar maior valor, e de forma rápida.

Só iremos otimizar o fluxo de valor de uma organização, com base no conhecimento de negócio.

Resumão, por mim:

  1. Entenda a diferença de estruturas tradicionais e ágeis.
  2. Entenda o contexto que você está inserido. Tenha olhar clínico.
  3. Entenda a cultura existente e desejada. Tenha olhar clínico.
  4. Entenda sobre o negócio. Tenha olhar clínico.
  5. Não queira mudar o mundo de uma vez. Comece pequeno e, principalmente, comece com o que você tem agora.

Lembrando: Os tópicos acima são opiniões pessoais, baseadas em contextos já vividos em diferentes cenários. Evite copiar formatos prontos. Não tente pegar carona no sucesso de outras estruturas, tem chances de não dar certo. Desenvolva um bom design organizacional de acordo com a realidade do seu contexto para elevar as chances de feedbacks rápidos e contínuo, até encontrar o melhor formato para o mundo em que você se encontra.

Aqui a velocidade e a adaptação tornam-se a regra, não a exceção.

Sobre a autora
Jéssica Mendonça é Scrum Master na DBSP, onde apoia times de inovação, buscando sempre as melhores práticas em um ambiente complexo visando a validação de hipóteses e experimentação como objetivo principal, sem deixar de lado o foco nos resultados de negócio. Pernambucana, corredora amadora e apaixonada por passar seu próprio cafezinho e aguar suas plantinhas no seu ritual matinal.

Sobre a DBSP e a Formação In Company BAXP
Na DBSP, estamos em constante movimento procurando inovações de dentro para fora da empresa para que possamos melhorar a qualidade do trabalho dos nossos clientes (Partners) através das habilidades sistêmicas de nossos colaboradores (Peers). Para que sua equipe ganhe mais habilidades ágeis e faça parte da transformação digital, experimente o BAXP (Business Agility Experience), treinamento on-line e ao vivo para líderes e equipes que estão à procura de resolver seus desafios através de práticas e frameworks ágeis, como o Scrum.

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