Por que as empresas devem adotar Microsserviços e Pensamento Modular?

DB Server
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3 min readDec 28, 2021

Escrito por: Elias Gendelmann

Um recente artigo publicado por Mark J. Greeven, Howard Yu e Jialu Shan na MIT Sloan Management Review, chama a atenção para a oportunidade das organizações reduzirem a complexidade da coordenação do trabalho remoto com pensamento modular, microsserviços e APIs.

Interessante notar que uma solução, já adotada na Arquitetura e Engenharia de Software para dar agilidade ao processos de negócios, pode ser pensada também para transformar outras áreas das empresas — Financeiro, Jurídico, Vendas e RH em Microsserviços. Dessa forma uma organização monolítica consegue se transformar em uma organização modular. As APIs (Application Programming Interface) ajudam a codificar as interações entre os departamentos, reduzindo a comunicação ad hoc e minimizando a complexidade da coordenação, viabilizando a produtividade em equipes remotas.

É um processo exaustivo depender de uma série de reuniões para alinhar as expectativas entre os membros de uma equipe, conectar todos os pontos da organização e alinhar as agendas. Essa complexidade impede as empresas de otimizar o trabalho remoto e a solução é um projeto organizacional modular com operações independentes e distribuídas, assim como na Amazon.

A Amazon começou em 1996 como uma empresa com um único aplicativo, que rodava na web conversando com um banco de dados no back-end. Com o tempo, se transformou em uma empresa monolítica com centenas de milhares de linhas de código e ao notar o rumo que a área de TI evoluia, o CEO Jeff Bezos orientou os desenvolvedores a criarem APIs padrão para acessar e alocar recursos de computação que estavam sobrecarregados. A área de TI foi dividida em módulos de serviços chamados de microsserviços e cada um deles se comunicava através de APIs, tornando a coordenação automatizada. E o resultado final é que cada pequena equipe de programadores pode lançar um recurso adicional na Amazon de forma independente, assim como lançamos uma campanha no Facebook, sem a necessidade de ligar para uma pessoa que trabalha na companhia.

A Amazon está transformando toda a sua infraestrutura de TI em dezenas de milhares de microsserviços e essa ideia não precisa ficar restrita apenas para TI, a urgência do trabalho remoto ressaltou a vantagem competitiva das empresas modulares. Em uma pesquisa feita por Mark J. Greeven, Howard Yu e Jialu Shan, empresas que aproveitam microsserviços e APIs não apenas são capazes de reduzir a complexidade e a coordenação manual, mas também são mais adequadas para uma força de trabalho geograficamente dispersa que interage assincronamente. Para isso, alguns princípios chaves precisam ser implementados: (1) Criar uma operação na nuvem, (2) Digitalizar processos críticos, (3) Desenvolver interfaces digitais entre os microsserviços e (4) Abraçar o valor estratégico dos microsserviços além da TI.

Quanto maiores os desafios, maiores são as oportunidades de otimização de processos, custos e serviços. A inspiração em soluções de Arquitetura e Engenharia de Software traz uma vantagem competitiva que pode ser a diferença entre o comodismo e a evolução de uma empresa.

Sobre o autor:
Elias Gendelmann é graduado em Engenharia Eletrônica pela UERJ-RJ, com MBA pela Fundação Dom Cabral e pela FGV-RJ, com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas pelo INSEAD. Trabalha há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação sempre com o foco em melhorar os resultados dos clientes e transformar o mindset das equipes. Atua há 9 anos na DBServer, sendo os últimos 5 anos como Gerente de Desenvolvimento de Negócios na DBSP.

Além de toda sua experiência, é um bom apreciador de vinhos e livros, apaixonado por viajar, especialista em churrasco (estamos aguardando essa pandemia passar para experimentar)… Casado há 29 anos, possui dois filhos (um guri de 21 anos e uma guria de 24 anos) que a cada dia lhe ensinam alguma coisa.

Acredita que em uma Economia de Plataforma e Ecossistemas como a que estamos vivendo e diante das transformações digitais e culturais que estamos presenciando, a resposta a essa realidade está nas pessoas, nos times e sua Transformação Cultural.

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