Por que as organizações precisam pensar em agilidade? E isso é muito mais que métodos e equipes ágeis!

DB Server
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5 min readNov 9, 2022

A proposta é observar o desafio das organizações em evoluir suas práticas usando agilidade em seus negócios compreendendo que é algo muito mais amplo que adotar uma metodologia ou framework.

Nos últimos 3 anos atuando como consultor pela DB (escritórios de Porto Alegre e São Paulo) tenho ajudado organizações de diferentes tamanhos e segmentos a entender e aplicar agilidade. O sucesso que os valores e práticas ágeis tem apresentado desde de 2001 (ano da sua publicação) tem inspirado várias formas de aplicar agilidade, além de trazer para a discussão conceitos anteriores que influenciaram a agilidade como TPS (Toyota Production System), Lean Thinking, System Thinking, Teoria das Restrições entre outros. Acredito que os modelos de gestão que muitos chamam de “tradicionais” (tenho minhas restrições a esse termo) tem seu valor e não devem ser descartados como algum ruim, mas entender a limitação que apresentam para os desafios da atualidade. Muitas organizações já perceberam isso e estão à procura de novas soluções, pois diante do cenário atual, para atingirem os resultados esperados e em muitas situações ser o caminho da sobrevivência no mercado, elas precisam se adaptar a uma nova dinâmica.

Nesse artigo quero apresentar algumas observações sobre uma tendência que muitas organizações têm de procurar uma “solução ágil”, um modelo que seguindo uma determinada forma seja uma solução prescritiva para ser replicada, uma formula com início, meio e fim para a tal da “transformação ágil”. O que quero convidar os leitores a refletir é sobre o “não modelo”, a agilidade como meio e não como objetivo.

Por que times ágeis não tem nada a ver com Business Agility?

No livro Repensando Agilidade, Klaus Leopold, apresenta um conceito importante para ajudar organizações que querem usar agilidade e como ela pode contribuir para superar os seus desafios. Essa iniciativa de “agilizar a empresa” começa de diferentes formas, como por exemplo:
• Ações de uma equipe ou área de usar agilidade, que quando começam a gerar resultados relevantes conseguem capital social internamente para sua expansão.
• Mudanças mais amplas, com um olhar mais estruturado de governança. Essas ações podem partir de uma ação global da matriz (no caso de multinacionais), de uma definição de diretoria entre outras variações de definições Top Down

As variações e motivações são bem diversas, mas uma situação tem sido bem comum é a procura por “implantar metodologias ágeis”. Essa implantação tem como foco escolher o método/framework X, Y ou a misturar deles, contratar uma consultoria, começar capacitações, estruturação de equipes (as famosas squads) e através da replicação do modelo ter a maior parte possível da organização usando agilidade. Não que essas ações sejam erradas, elas são muito importantes, porém tem uma etapa que antecede essa parte que tende a ser negligenciada e que não entram no radar dos responsáveis e envolvidos com essas ações que são algumas importantes perguntas que precisam estar claras a todos:

· Onde queremos chegar?

· Quais os objetivos estratégicos definidos?

· Como agilidade pode ajudar nessa jornada?

Essas reflexões sobre objetivos estratégicos e agilidade é algo importante para que os envolvidos nesse processo antes de pensar nas ferramentas que pretendem usar pensem em qual problema ou objetivo pretendem atingir. É como ficar pensando se devemos usar um martelo ou chave de fenda se não entendemos se é um prego ou parafuso que pretendemos usar e mais importante, para o que pretendemos usar?

Se pararmos para pensar sobre essas questões estratégicas, pode parecer lógico esse que tipo de reflexão tenha ocorrido previamente, mas muitos casos são esses os caminhos utilizados. Precisamos entender que vivemos a Era do Imediatismo, um momento onde a sobrecarga de informações gerada pela velocidade que o mundo digital trouxe, supera nossa capacidade de absorver, entender e assimilar as mudanças que são geradas por essas informações.

As mudanças do mercado atualmente têm obrigado as organizações a procurar alternativas para superar esses desafios e Agilidade é uma dessas possibilidades. A questão é o como ela está sendo internalizada e as expectativas geradas nas mudanças que serão realizadas?

Muitas começam criando squads, quadros Kanban, sprints e retrospectivas, não porque é o mais eficiente a ser feito, mas porque é o que as pessoas desejam, não observando se a forma atende o objetivo. É uma visão que acredita que seguir uma determinada formula irá gerar os resultados esperados, uma ideia onde a eficiência é que precisamos trabalhar e a eficácia do resultado será uma consequência natural.

Esse “empacotamento da agilidade”, limitada a implementar novos processos, papeis e cerimônias, nada mais é que trazer uma superficialidade de mudança sobre as mesmas bases dos conceitos que temos hoje, seria uma “Taylorização da Agilidade”, um foco muito maior no Como Agir? do que do Por que Agir?

A DB acredita e aplica em nossas parcerias com nossos clientes a visão que agilidade é meio para atingir algo, não procuramos seguir uma única visão sobre como aplicar um determinado método, sendo um Oraculo da Verdade Ágil.

Nosso propósito é ajudar organizações a definirem de forma clara e transparente seus objetivos, criar estratégias, transforma-las em ações táticas estruturadas e participar da sua operacionalização, criando ciclos de feedback em todos os níveis da organização, melhorando a comunicação entre os envolvidos.

Agilidade é ser capaz de entender o contexto atual da organização, como ela interage com esse meio, onde ela pretende chegar e munidos dessa visão seja possível “Ser Ágil”, para consequentemente “Fazer Agilidade”.

Sobre o autor:

Coaracy Junior

É líder e consultor do escritório de Agilidade da DBSP. Seu objetivo é ajudar pessoas e organizações a alcançarem os resultados esperados em um ecossistema colaborativo, onde atos de liderança em todos os níveis levam a alta performance. Tem mais de 20 anos de experiência em gestão, onde tenho contribuído na evolução de equipes e organizações.

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