O que escrevi em 2015

Danilo Bortoli
Ad Hoc
Published in
4 min readDec 19, 2015

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O ano de 2015 tem sido uma bênção. Pelo menos em relação à escrita, isto é. Comecei a escrever para a Unrecorded e para a Popmatters, resenhando discos que amo — e, no meio disso, outros que nem tanto, mas que, mesmo assim, alimentam a curiosidade e afiam a nossa noção de mundo.

Acredito que, acima de tudo, revisitar o que se escreve não é sinal nem expressão de martírio — essa atividade ora resistida tem fins pedagógicos, eu penso. Também, ruminando estes arquivos, em segunda análise, eu preciso dizer que isto aqui não me envergonha tanto — o que eu escrevi em 2015 comentando música tem, ademais, algo de revelador em relação ao meu gosto.

Seguem abaixo alguns dos textos que representam, mais ou menos, as minhas ideias em 2015, um ano incrível.

Meu primeiro texto para a Unrecorded tem algo de pretensioso, eu admito — referências a Martin Heidegger não podem ser jogadas ao vento, como eu fiz aqui por uma vez. Lição finalmente aprendida. O sentimento em relação ao disco permanece firme porém.

Enfiar este texto goela abaixo dos editores (os da época em que a resenha foi publicada, isto é) foi tarefa penosa. Ninguém gosta de textos que ensinam (ou que tentam fazer isso, sejamos verdadeiros) mais do que reafirmam a nossa visão mesquinha de mundo. Foi isto o que tentei passar na minha resenha de Behold — e agora sei que falhei miseravelmente.

Este texto sobre o disco/projeto sonoro de Holly Herndon resume tudo o que penso acerca do pop que trata música como meio e não como fim — desvencilhar a Realidade das nossas meras pretensões.

Resumindo:

Grimes’ “weirdness” exists in decisions like this one. Scrapping entire albums and releasing chaotic, non-cohesive records (maybe even trolling?), messing with perfect songs solely for the sake of it are just parts of the inner workings of her artistic life. Which gets me back to that Beaumont story. The mind. It’s everything. In Art Angels, we are presented with her life, lying bare in front of us. Or maybe it’s just a carefully constructed collage of her best moments, just like a social media profile. Still, it feels uncensored. Chaotic. Either way, it’s her mind; it’s everything.

Resenhei, para a Popmatters, o Exposed, livro de Bernard E. Harcourt. Difícil de colocar em palavras, mas acredito que a resenha sirva de chamamento para quem se interesse pela obra.

O Dungen retornou do verdadeiro hiato com um dos discos mais bonitos do ano. Tive a honra de escrever sobre ele pra Popmatters.

O link acima é exatamente o que eu adoro escrever. Teci comentários sobre a PC Music em 2015 e o que eles significam para o pop: uma fábrica? Um conjunto? Um monte de gente subindo canções para uma conta aleatória no Soundcloud? Gostei de tentar responder à questão.

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