Vamos com calma

Danilo Bortoli
Ad Hoc
Published in
2 min readNov 12, 2016
Llorando

Textinho do Facebook que acha que merece ser compartilhado aqui. Ainda mantenho a mesma visão.

Hoje ficou mais ou menos provado que a imprensa não é legitimada e muito menos qualificada pra escrever sequer duas linhas sobre as eleições norte-americanas e, num nível mais geral, sobre democracia em qualquer local do mundo. Nunca nesse século ficou tão escancarada o olhar democrata da imprensa.

Foi até divertido ver uma mídia liberal (com todo o tom jocoso que uma expressão desse naipe carrega) perder feio para um dos candidatos mais bizarros e megalomaníacos que uma corrida presidencial nos EUA já teve.

Sim, não foi Hillary Clinton que perdeu a eleição — ela pouco importa no final das contas quando se percebe o esquema que foi montado para cobrir as mentiras e os escândalos inumeráveis em que a candidata democrata foi envolvida nesses últimos meses e o sangue em que os Clinton já limparam.

De novo: quem perdeu foi uma mídia corrupta e dividida. E nisso eu preciso abrir uma concessão ao Trump: um cara que veio do nada e desestabilizou um discurso pré-montado e perfeito e politicamente correto de gente tão mesquinha quanto o New York Times, Gawker e toda uma trupe esquerdista. Ele é a tempestade perfeita que vai fazer os gurus da mídia repensarem tudo o que eles sabem sobre honestidade no jornalismo.

Quanto e ele mesmo, como bem disse o Ramon, o Trump é uma incógnita. Ele é a aposta mais sensata pra se evitar uma guerra — mesmo que fria — com a Rússia.

De qualquer forma, o saldo disso tudo acaba sendo sobre nós mesmos e as nossas reações sobre “tudo o que existe aí”. Vi um monte de gente manifestando uma indignação que lembra o pior dos fingimentos, uma tentativa de aparentar sentimentos que nem existem. Demorei um bocado de tempo pra perceber que quem se preocupa demais com questões políticas — questões portanto fora de um nicho de relações interpessoais e com real e concreta possibilidade de interferência na vida de cada um — nem sabe que respira e que está vivo.

Em outras palavras: vamos com calma.

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