Os primeiros 100 dias de Felipão no Palmeiras
No dia três de agosto, Felipão foi apresentado como o novo treinador do Palmeiras. No domingo, onze de novembro, se completaram 100 dias da terceira passagem do técnico no Verdão. Como é comum na política americana, vamos analisar os feitos dos primeiros 100 dias do "mandato" de Felipão.
Copa do Brasil
A Copa do Brasil foi o torneio onde Felipão teve menos influência. O técnico pegou o time já nas quartas-de-final e passou de fase, mas logo em seguida foi eliminado pelo Cruzeiro na semifinal.
No entanto, a classificação para a semifinal já é algo a se comemorar no Verdão. Essa foi apenas a terceira vez que o Palmeiras alcançou essa fase no século XXI. As outras duas foram nos anos dos últimos títulos: 2012, também com Felipão, e 2015, com Marcelo Oliveira.
Desempenho na Copa do Brasil: 4J, 1V, 2E, 1D, 2GP, 2GC
Libertadores
Roger Machado deixou o Palmeiras como o melhor time da primeira fase da Libertadores, invicto e tendo vencido todas as partidas fora de casa. Felipão aproveitou a vantagem do mando no jogo da volta para levar o time até a semifinal, fase que não era alcançada desde 2001 pelo Verdão.
Nas oitavas e quartas, o time conseguiu uma vantagem de dois gols logo no jogo de ida, mesmo jogando fora de casa. Nas oitavas, o time suou sangue para classificar após a expulsão de Felipe Melo logo no terceiro minuto. Nas quartas, a classificação veio com muito mais tranquilidade, em um 2x0 em ritmo de treino.
No jogo de ida da semifinal contra o Boca Juniors, o time segurou o 0x0 até os 38 do segundo tempo, mas tomou dois gols que tornaram a classificação quase impossível. No Allianz Parque, um 2x2 selou a eliminação do Palmeiras.
Desempenho na Libertadores: 6J, 3V, 1E, 2D, 8GP, 5GC
Brasileirão
Famoso por suas vitórias em mata-mata, é no Brasileirão, competição de pontos corridos que Felipão disputou alguns jogos com um time alternativo, que o desempenho do técnico se destaca.
Felipão assumiu o time na sexta colocação na 17ª rodada, 8 pontos atrás do líder. Nos dezessete jogos seguintes, o time teve um desempenho absurdo e, além de assumir a liderança na 27ª rodada, já abriu cinco pontos de vantagem para o segundo colocado até a 33ª rodada e continua invicto com o técnico no comando.
Além disso, Felipão venceu os três clássicos regionais, quebrando um tabu de 16 anos sem vencer no Morumbi, afundando ainda mais o rival Corinthians e segurando um embalado Santos.
Desempenho no Brasileirão: 17J, 12V, 5E, 0D(!!!), 27GP, 8GC
Gestão de Elenco
Na sua última passagem pelo Palmeiras, Felipão ficou marcado pelos "camarões" que pedia à diretoria, enquanto tinha que fazer treino de fundamento para atletas do naipe de Vinícius, Tinga e Patrik. Na passagem atual, tudo é muito diferente. O time tem um elenco recheado de bons jogadores e seu antecessor, Roger, era muito cobrado por não fazer esse elenco render.
Felipão chegou, botou ordem na casa e aproveitou o elenco farto para formar dois times competitivos. Deu oportunidades a jogadores encostados (Luan, Deyverson e Hyoran), aproveitou a nova contratação (Gustavo Gómez) e deu ao torcedor aquilo que era esperado: disputar o título em todas as competições.
Entre os jogadores, a mudança mais perceptível é a de Dudu. Antes em crise com a torcida, o camisa 7 voltou a ser o jogador decisivo dos títulos de 2015 e 2016. Em 13 jogos com Roger no Brasileirão, Dudu marcou 3 gols, deu 3 assistências e teve uma média de 7,08 no site WhoScored. Com Felipão, Dudu já atuou 12 vezes no Brasileirão, marcou 3 gols, deu 8 assistências e sua média no WhoScored aumentou para 7,53. Além disso, as boas atuações do jogador o levaram à liderança do prêmio Bola de Ouro, da ESPN Brasil.
A redenção de Felipão
Felipão voltaria desacreditado a qualquer time do Brasil. Os seus títulos na China não apagaram a lembrança do 7 a 1. Mas não no Palmeiras. No Palmeiras, Felipão chegou como o ídolo, torcedor e campeão que é. A torcida abraçou o técnico e o time e o resultado veio.
O Palmeiras tem cinco pontos de vantagem para o segundo colocado no Brasileirão. Mais três vitórias e um empate praticamente garantem o decacampeonato ao Verdão e a redenção de Felipão estará completa.
