A força que vem da oração

Giovanni Alecrim
De casa em casa
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4 min readMay 22, 2021

A igreja ora pedindo ajuda

²⁴Ao ouvir o relato, todos os presentes levantaram juntos a voz e oraram a Deus: “Ó Soberano Senhor, Criador dos céus e da terra, do mar e de tudo que neles há, ²⁵falaste muito tempo atrás pelo Espírito Santo, nas palavras de nosso antepassado Davi, teu servo:

‘Por que as nações se enfureceram tanto?
Por que perderam tempo com planos inúteis?
²⁶Os reis da terra se prepararam para guerrear;
os governantes se uniram
contra o Senhor
e contra seu Cristo’.

²⁷“De fato, isso aconteceu aqui, nesta cidade, pois Herodes Antipas, o governador Pôncio Pilatos, os gentios e o povo de Israel se uniram contra Jesus, teu santo Servo, a quem ungiste. ²⁸Tudo que fizeram, porém, havia sido decidido de antemão pela tua vontade. ²⁹E agora, Senhor, ouve as ameaças deles e concede a teus servos coragem para anunciar tua palavra. ³⁰Estende tua mão com poder para curar, e que sinais e maravilhas sejam realizados por meio do nome de teu santo Servo Jesus”.

³¹Depois dessa oração, o lugar onde estavam reunidos tremeu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo e pregavam corajosamente a palavra de Deus.

Atos 4.24–31

Atos dos Apóstolos é um livro fascinante. Relata a maneira como a Igreja nasceu em meio ao judaísmo e se expandiu, alcançando o centro do Império Romano. O nosso texto de hoje nos coloca logo após a pregação de Pedro, com a conversão de cerca de cinco mil pessoas. Os sacerdotes não gostaram nada da reação do povo à cura de um paralítico e o apoio popular a Pedro e João, que são presos e interrogados pelo Sinédrio. Não tendo como condená-los, tendo diante de seus olhos um homem, de quarenta anos, curado, soltaram os apóstolos. Ao se reunirem novamente com a Igreja, eles relataram tudo o que acontecera e é neste momento que vem a oração que lemos. Uma das peculiaridades desta oração é que ela é feita pela Igreja. Vamos compreendê-la melhor.

  • Louvor pelo passado (v. 24–26) a oração tem, em sua primeira parte, o louvor pelos feitos do passado. A igreja louva a soberania de Deus na história e o cumprimento do Salmo 2.1–2. Lembramos que aqui, em Atos, o registro é feito a partir da tradução da Septuaginta, por isso você notará pequenas diferenças com a tradução da Bíblia Hebraica. Ao ler este texto, eles reconhecem em Herodes Antipas, Pôncio Pilatos, os gentios e o povo de Israel como os poderes que se enfurecem contra Jesus, o Filho de Deus. Também se identificam na sentença seguinte, percebendo que os planos inúteis não funcionaram com Jesus e não funcionaram com os apóstolos, que não foram condenados. No entanto, identificam neste mesmo grupo de pessoas aqueles que se levantam contra a mensagem do Evangelho. Em tudo isso a Igreja vê a soberania de Deus.
  • Clamor pelo presente (v.27–31) é esta perseguição que leva a Igreja a clamar. Eles reconhecem que a perseguição surgiu contra Jesus e, sendo eles a Igreja de Cristo, sofrem as consequências desta perseguição. No entanto, esta perseguição não é problema, pois estava “decidido de antemão” pela vontade de Deus. Este mesmo grupo que perseguiu Jesus se levanta contra os apóstolos, e, por isso, a igreja clama. O que mais me chama a atenção é que este clamor não é para haver vingança com os poderosos, ou vantagem e favorecimento da Igreja em relação aos poderes deste mundo, não, o clamor é para que a mão de Deus se estenda com poder sobre o povo para curar, que sinais e maravilhas continuem acontecendo, não pelos méritos da Igreja, mas pelo poder do nome de Jesus.

O livro de Atos dos Apóstolos nos apresenta o episódio em que os seguidores de Jesus se reúnem para orar após os apóstolos Pedro e João serem libertados pelo Sinédrio, que não encontrou meio de condená-los. O povo de Deus, unido em oração, agradeceu e clamou pelo poder e direção de Deus. O relato termina afirmando que “Depois dessa oração, o lugar onde estavam reunidos tremeu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo e pregavam corajosamente a palavra de Deus”. Momentos de dificuldades nos levam a orar com mais intensidade. Quando o fazemos, devemos estar cientes que o Espírito Santo nos fortalece para cumprirmos nossa missão. Clamar por libertação, cura ou qualquer outra intervenção divina é clamar para sermos fortalecidos na missão de fazer discípulos. Os seguidores de Jesus devem estar prontos para cumprir sua missão. Se você procura a intervenção divina, esteja preparado para ser instrumento nas mãos de Deus para transformação da realidade da sua vida e na vida das pessoas ao seu redor. Clamemos pela presença do Espírito Santo conosco, hoje e sempre.

O presente texto foi escrito para a aula de Escola Dominical da Igreja Presbiteriana Independente de Tucuruvi, São Paulo, SP, em 21 de maio de 2021

Índice das aulas

O índice é atualizado no artigo da primeira lição.

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Giovanni Alecrim
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