Brasil Max, na Estrada da Fúria
O futuro dos Jetsons já chegou, e já passou; tomara que você tenha aproveitado, porque o mais próximo que vamos chegar da Rosie (a robozinha de avental) é com o Roomba — que é acessível pelo AliExpress, não vem com avental mas fica parado na alfândega.
De agora em diante a coisa vai ficando mais parecida com Mad Max, porém sem tanto sucesso com os figurinos; com alguma dedicação talvez ainda dê tempo de mirar em algo meio Lady Gaga na era Chromatica, mas nada muito digno de Oscar. A questão é que vai ter poeira, treta por água, sofrimento, Amazônia sendo o pulmão do mundo — não se esqueça disso — além de você sempre cobertx de sujeira… e isso não vai lhe cair tão bem quanto na Charlize Theron.
Na versão nonsense tupinikim o futuro é agora. Um grande créu na velocidade cinco com o filtro e o carisma da Xuxa verde. Aqui o presidente já quer armar a população contra os comunistas que comem criancinhas (eles são injustamente chamados de professores pelo petê e pela Pabllo Vittar), a gasolina já é tão cara quanto o dólar — que em tempos de pandemia valem mais do que barras de ouro — e água nem nunca teve, na periferia, mas vai faltar em outros lugares. É que pra dançar créu tem que ter disposição, e habilidade.
Chegou a nossa vez de lançar tendência, saímos na frente e lançamos o segundo remake da série australiana dos anos 80, a versão com métodos de direção duvidosos, incompreendida pela crítica internacional, aquela linha com bastante abuso de poder, o live action da vida real. Trocamos o Mel Gibson no papel de salvador da pátria pelo Felipe Neto, colocamos os textos de antirracismo nas mãos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, e seguimos batendo continência para a bandeira estadunidense enquanto eles proíbem a entrada de brasileiros por lá.
Chupa, Hollywood! O Brasil não precisa dos seus roteiristas para uma boa produção futurista dos dias de hoje. Nos vendam seus produtos da Apple para que possamos pagar o dobro em impostos e fiquem fora disso.
