Éramos 11: Atlético Mineiro 2013

Pela primeira vez, a conquista da América!

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Como esquecer a linha ofensiva formada por Bernard, Tardelli, Jô e Ronaldinho? Como esquecer os momentos em que Victor se tornou santo, os gols salvadores de Leonardo Silva e Réver e as orações de Cuca? Em um dos títulos mais empolgantes e com o maior número de reviravoltas de todas as Libertadores, o Atlético Mineiro conquistava a América pela primeira vez.

O De Bate e Pronto vem, por meio deste, relembrar uma das conquistas mais épicas de Libertadores nos últimos anos.

A CAMPANHA:

Fase de Grupos:

São Paulo, The Strongest e Arsenal de Sarandí. O Galo enfrentaria na fase de grupos um dos times mais tradicionais da história da Libertadores, além da sempre dificuldade da altitude. Dificuldade para o time de Cuca? Nenhuma.

O time estreou com uma vitória por 2x1 contra o São Paulo no Independência e também venceu os seus próximos jogos. Já classificado e com pouca obrigação, o Galo perdeu para o São Paulo no Morumbi na última rodada da fase de grupos e com isso já tinha definido o seu adversário das Oitavas de Final.

O adversário do Galo? O próprio Tricolor Paulista.

Oitavas de Final:

“Quando tá valendo, tá valendo.”

Muito se criticou a postura do Atlético de “deixar” o São Paulo se classificar na última rodada. Um temor de enfrentar o clube chamado de “Soberano”, com três títulos de Libertadores.

Todas as críticas acabavam no primeiro jogo. Em pleno Morumbi o Galo venceu com tranquilidade por 2 x 1 e chegaria ao Independência podendo até perder para se classificar. O resultado foi um passeio, vitória de 4x1 e passaporte carimbado para as quartas.

E como diria Ronaldinho Gaúcho: Quando tá valendo, tá valendo.

Quartas de Final:

Nas quartas, brilhava pela primeira vez realmente Victor passava a se tornar santo para o torcedor Atleticano. Um confronto acirradíssimo contra o Tijuana do México. E no fim, brilhou Victor.

No fim, Victor virou “São Victor”

No México, o Galo vivia um jogo duro e aos vinte e cinco minutos do segundo tempo perdia por 2x0. De maneira espetacular, assim como em toda a campanha, o Atlético conseguiria o empate e chegava à Belo Horizonte como favorito.

Em Belo Horizonte, jogo tenso até o final. O jogo ia empatado em 1x1, com o Atletico se classificando até os 47 minutos do segundo tempo, quando Leonardo Silva cometeu pênalti. Na cobrança, Riascos cobrou no meio do gol e Victor, com o pé, classificava o Galo para as semifinais.

Semifinal:

Nas semifinais, o Galo enfrentaria o time argentino do Newell’s Old Boys. Pela primeira vez, o Atlético após a primeira partida parecia morto. Partida ruim e derrota por 2x0 na Argentina.

Na volta, emoção até o fim. Aos gritos de “Eu acredito”, Guilherme marcava no final do jogo e conseguia levar o jogo para as penalidades. Nos pênaltis, Victor novamente era decisivo e, ao defender a cobrança de Maxi Rodriguez levava o Atlético às finais da Libertadores.

Final:

O Atlético Mineiro faria a primeira partida das grandes finais no Paraguai, diante do Olímpia. E mais uma vez o time ia mal fora de casa. Derrota por 2x0 e pressão levada para o jogo em casa.

Cuca, no momento das cobranças de pênalti.

Em um Mineirão abarrotado, o jogo novamente tinha muita emoção. Novamente no finalzinho, na bola aérea, o zagueiro Leonardo Silva empatava o jogo e levava o jogo para a prorrogação. Nada feito, o jogo foi novamente para as penalidades e, com a bola no travessão de Gímenez fazia o Mineirão tremer.

O Galo conquistava a América pela primeira vez.

OS ONZE DA CAMPANHA:

Victor:

São Victor, como passou a ser chamado após a campanha, começou a sua carreira no pequeno Paulista de Jundiaí, onde chegou a atuar inclusive com o zagueiro Réver, companheiro de Atlético. Após alguns anos de regularidade, inclusive com um titulo de Copa do Brasil, o goleiro se transferiu para o gigante Grêmio.

Pelo Grêmio atuou entre os anos de 2008 até 2012. Apesar das poucas conquistas coletivas, apenas um Campeonato Gaúcho, Victor teve grande destaque, sendo eleito o melhor goleiro do Brasileirão por duas oportunidades, além de ter ganho a Bola de Prata em 2011. Tais atuações renderam ao goleiro uma proposta irrecusável ao Atlético Mineiro, clube ao qual se transferiu em 2012.

No Atlético, manteve a regularidade e logo em seu primeiro ano ajudou o Galo a conquistar o vice-campeonato do Brasileirão, perdendo para o Fluminense. Em 2013, foi fundamental para a conquista do título, defendendo pênaltis importantes na conquista. Também foi campeão da Copa do Brasil, em 2014, e até hoje é um do líderes do elenco.

Marcos Rocha:

Vindo da base do Atlético, Marcos Rocha rodou em alguns clubes até se firmar, mas foi no América Mineiro que o atleta se firmou. Lateral ofensivo, chamou a atenção do Galo em 2012, após ter tido destaque no Coelho nos últimos dois anos.

No Galo, além das grandes atuações e conquistas, bateu recorde de jogos para um lateral direito no clube, chegando a ter 300 jogos com a camisa alvinegra. Em 2018 foi emprestado ao Palmeiras, sendo peça importante pro elenco campeão Brasileiro, se transferindo definitivamente em 2019.

Réver:

Revelado pelo Paulista de Jundiaí, foi campeão da Copa do Brasil de 2005 pelo clube, mas teve a sua projeção nacional no Grêmio, em 2008. As suas grandes atuações pelo clube fizeram com que em 2010, o zagueiro fosse negociado com o Wolfsburg, da Alemanha.

Em julho, após apenas seis meses em território alemão e sem ter tido destaque, o atleta foi negociado com o Atlético Mineiro. No Galo, viveu o auge de sua carreira não só como sendo zagueiro, mas também como zagueiro artilheiro. Pelo clube, foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil como o capitão da equipe. Em 2015, foi negociado com o Internacional.

Pelo Inter, teve pouco destaque por conta das seguidas lesões. Em 2016 foi negociado com o Flamengo. Pelo rubro-negro, chegou com status de titular da zaga e voltou a viver boa fase. Pelo Flamengo, no ano de 2016 ainda recebeu a Bola de Prata e foi Campeão Carioca em 2017. Em 2019 retornou ao Galo.

Leonardo Silva:

Ídolo gigantesco do clube, Leonardo Silva teve projeção nacional no seu rival, o Cruzeiro, onde ajudou na campanha do vice-campeonato da Libertadores. Após algumas lesões, em 2011 fechou com o Atlético Mineiro.

Pelo Galo, formou dupla com Réver, que foram apelidados de “torres gêmeas”. No Atlético, viveu suas melhores fases. Campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, além de ser o zagueiro com o maior número de gols da história do clube, o zagueiro foi eleito o melhor do Brasileirão em 2012, tanto pela premiação da Globo quanto pela Bola de Prata.

Herói, Leonardo Silva marcou o gol na final que levou o confronto para a prorrogação.

Ainda no Galo, Leonardo Silva definiu a sua aposentadoria para após o Campeonato Mineiro de 2019.

Junior César:

Lateral titular da conquista da Libertadores, Junior César surgiu no Fluminense, clube pelo qual havia sido vice-campeão da Libertadores em 2008. Passou também pelo Botafogo, Flamengo e São Paulo.

No Atlético foi um dos destaques da campanha, mas deixou o clube no final da temporada, após o Campeonato Mundial, quando retornou ao Botafogo. Atualmente defende o Mageense, clube pequeno do Campeonato Carioca.

Pierre:

Volante marcador, Pierre teve destaque no Paraná em 2006, quando se destacou e foi para o Palmeiras. No Palmeiras, chegou a pedido do técnico Caio Júnior. Se tornou peça importante do clube e querido pela torcida, ficou no clube até 2011, quando se transferiu para o Atlético.

No clube mineiro, foi destaque do clube pela sua raça, sendo peça fundamental na conquista da Libertadores de 2013. Em 2014 teve dificuldades para o problemas físicos e se transferiu em 2015 ao Fluminense. Pouco aproveitado, ficou no tricolor carioca até 2017 e teve seu último clube o Joinville.

Josué:

Revelado pelo Goiás, se destacou e transferiu para o São Paulo, no ano de 2005. Pelo clube paulista, foi campeão da Libertadores e do Mundial, além do Campeonato Brasileiro de 2006. Após esse grande destaque, foi ao Wolfsburg, da Alemanha.

No Wolfsburg se tornou titular e ídolo do clube. Com a faixa de capitão, foi campeão Alemão no ano de 2009, derrubando o todo poderoso Bayern de Munique. Em 2013, se transferiu ao Atletico Mineiro e se tornou um dos destaques do time na conquista da Libertadores. Pelo Galo chegou a completar 100 jogos, se aposentando em 2015.

Diego Tardelli:

Quarteto de ataque foi fundamental na conquista

Surgiu no São Paulo, sendo campeão da Libertadores de 2005, fazendo inclusive um dos gols na final. Saiu no ano seguinte rumo ao Bétis, da Espanha, e voltou ao São Caetano. Durou apenas sete jogos, quando dessa vez Tardelli rumou ao PSV, da Holanda.

No PSV foi bem no seu período de empréstimo, retornando ao São Paulo em 2007. Em 2008 foi para o Flamengo, onde foi irregular. Se destacou na final do Carioca, quando entrou no segundo tempo e marcou o gol da vitória contra o Botafogo. Em 2009, rumava à sua primeira passagem pelo Atlético.

Na sua passagem, Tardelli se tornou ídolo da torcida. Com um alto número de gols marcados, o atacante ganhou diversos prêmios individuais na sua primeira temporada. Chegou a completar 100 jogos pelo clube e se transferiu ao Anzhi Makhachkala, da Rússia.

Passou pelo Anzhi sem muito destaque, se transferindo ao Al-Gharafa logo após. Em 2013, o atleta retornou ao Atlético pra reforçar o ataque do Galo. Foi fundamental na conquista da Libertadores, sendo o vice-artilheiro da competição com 6 gols. Em 2014 o atacante marcou o gol do título do Atlético contra o Cruzeiro, na Copa do Brasil. Em 2015, a história foi interrompida com a proposta da China, do Shandong Luneng. Atualmente está sem clube e negociando a sua volta ao Brasil.

Bernard:

Oriundo das categorias de base do clube mineiro, Bernard surgiu em 2011, quando foi fundamental para ajudar o clube a fugir do rebaixamento. Em 2012, viveu um ano de afirmação e junto com Ronaldinho e Jô levaram o clube ao vice-campeonato Brasileiro. Foi novamente fundamental na conquista da Libertadores, o que resultou em sua venda para o Shakhtar Donetsk, por 77 milhões de reais.

Na Ucrânia, ficou do período de 2013 até o meio de 2018, quando acabou o seu contrato. No Shakhtar, viveu momentos irregulares, onde alternou entre banco de reservas e destaque. Em 2018, se transferiu ao Everton da Inglaterra, onde alterna entre titularidade e banco de reservas.

Pela seleção brasileira participou da Copa América de 2013 e da Copa do Mundo em 2014. Participou da fatídica derrota por 7x1 contra a Alemanha e desde então não foi mais convocado.

Ronaldinho Gaúcho:

O Bruxo, voltava a ter uma grande conquista na carreira pelo Atlético Mineiro, com a Libertadores. Após anos dourados na Europa, com passagens por PSG, Barcelona e Milan, sendo campeão de Uefa Champions League, diversos campeonatos nacionais, Ronaldinho retornou ao futebol brasileiro para atuar pelo Flamengo, em 2011.

A chegada ao Flamengo em 2011 foi marcada por muita polêmica com o seu clube formador, o Grêmio. O tricolor gaúcho chegou a organizar uma recepção ao craque em seu estádio, mas Ronaldinho desembarcaria mesmo no Rio de Janeiro. No Flamengo, entretanto, não conquistou títulos significativos, sendo apenas Campeão Carioca. Sua passagem marcou também pelo atraso dos salários por parte do Flamengo, o que resultou no rompimento em meados de 2012.

Pelo Galo, grande dupla com Jô.

Chegou ao Galo logo após o rompimento, por pedido do técnico Cuca. Pelo clube mineiro viveu a sua melhor fase no futebol brasileiro, sendo principal jogador na conquista da Libertadores, em 2013. Venceu o prêmio de Rei da América, no mesmo ano, desbancando Neymar e Maxi Rodriguez. Ronaldinho entrou no grupo de jogadores que conquistaram a Uefa Champions League e Libertadores.

Seu ciclo encerrou em 2014, quando se transferiu ao Querétaro do México. Após nove meses, o jogador retornou ao Fluminense, local em que ficou durante poucos meses, saindo ao final do ano. Atualmente o jogador se encontra aposentado.

Jô:

Foi revelado pelo Corinthians, no ano de 2003. Era considerado um “garoto problema”, visto que de acordo com diversas pessoas o atleta gostava de bebida e noitada. Se transferiu ao CSKA, quando chamou a atenção de diversos clubes europeus. Passou pelo Manchester City, Everton e Galatasaray. Após períodos sem muito sucesso o atacante retornou ao futebol brasileiro para atuar pelo Internacional.

Sem muito destaque e tendo novamente problemas extra-campo, o atacante foi negociado com o Atlético Mineiro, em 2012. Pelo galo viveu anos dourados, especialmente ao ter destaque sendo campeão e artilheiro da Libertadores, em 2013. A queda de nível começou em 2014, após a Copa do Mundo, onde Jô participou e foi mal. Chegando a passar mais de um ano sem marcar gols, o atacante se transferiu para o Al-Shabab, dos Emirados Árabes, em 2015.

Após passagem também pela China, o atacante retornou ao Corinthians, em 2017, local em que foi fundamental para a conquista do Campeonato Brasileiro, sendo o artilheiro da competição, com 18 gols. Ao final da temporada se transferiu para a China novamente, por 11 milhões de euros.

Capitão Réver ergueu a taça

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