Éramos Onze: Fluminense de 2008

Dez anos atrás o Fluminense chegava muito perto de fazer história

Existem diversos esquadrões inesquecíveis. Sejam eles times campeões, ou mesmo times que marcaram época. O De Bate e Pronto vêm aqui, buscar esses grandes esquadrões e relembrar os protagonistas dessas equipes.

Portanto, sem mais enrolação, vamos relembrar a campanha e os destaques da equipe do Fluminense, vice-campeã da Libertadores de 2008 em uma das mais empolgantes finais de Libertadores de todos os tempos.

A torcida do Fluminense lotou o Maracanã durante toda a campanha.

A campanha

Na primeira fase da Libertadores, o Fluminense passou sem maiores problemas, vencendo quatro jogos, e sendo derrotado em apenas uma partida, terminando a primeira fase com a classificação na ponta da tabela com treze pontos.

Nas oitavas, venceu os dois embates contra o Atlético Nacional, se qualificando assim para as quartas de final, contra o já tricampeão da competição: São Paulo.

No duelo de ida 1 x 0 para os paulistas, com gol de Adriano, O Imperador fazia o tricolor paulista levar uma vantagem curta, mas importante para o jogo de volta. Na volta, em confronto com contornos épicos, o Flu se classificaria com gol de Washington, já nos acréscimos da segunda etapa, classificando o tricolor carioca para as semifinais, contra o atual campeão: Boca Juniors

No jogo de ida, apesar do show de Riquelme, a equipe Brasileira teve mais motivos para comemorar. Empate em 2 x 2, que gerava uma boa vantagem para a volta. Na volta, mesmo sofrendo o primeiro gol da equipe Argentina, a equipe tricolor se manteve viva na partida e virou com gols de Washington, Conca e Dodô, chegando assim à final contra um adversário já conhecido da primeira fase: a LDU.

No jogo de ida, com dificuldades decorridas muito em parte da altitude, o tricolor das laranjeiras perdeu por 4 x 2, ficando assim em situação complicada na final. Mesmo com o resultado ruim a torcida tricolor lotou o Maracanã e com um hat-trick de Thiago Neves conseguiu levar a disputa para os pênaltis. Nas penalidades, entretanto, brilhou a estrela do goleiro Cevallos, que defendeu pênalti de três dos destaques da campanha: Conca, Thiago Neves e Washington. Nas penalidades, o Fluminense era derrotado, deixando o Maracanã em silêncio.

O Onze da final

Fernando Henrique (goleiro)

O goleiro foi revelado pelo próprio clube, dando os seus primeiros passos como profissional no tricolor das laranjeiras. Pelo Fluminense, Fernando Henrique conquistou o Campeonato Carioca de 2005, a Copa do Brasil de 2007 e o Campeonato Brasileiro de 2010.

Em 2008 o goleiro foi considerado o melhor goleiro daquela edição da Libertadores, mesmo com a derrota do tricolor nos pênaltis. Em 2011 rescindiu o seu contrato e foi para o Ceará.

No vozão o goleiro ficou até meados de 2013, quando após mais de 150 jogos saiu para o América de Natal. Ainda passou pro equipes como Remo, Vila Nova e Inter de Lages, antes de retornar ao Ceará em 2017, onde se encontra até o presente ano.

Gabriel (lateral)

O lateral-direito surgiu no São Paulo. De lá rumou ao tricolor carioca, onde obteve destaque, sendo destaque no título do Campeonato Carioca de 2005 e na boa campanha no Campeonato Brasileiro.

Chamou a atenção do Málaga da Espanha, local onde teve rápida passagem, assim como pelo Cruzeiro, antes de retornar ao Fluminense no ano de 2008. Nessa segunda passagem foi um dos destaques no vice-campeonato da Libertadores.

No mesmo ano rumou ao Panathinaikos, ficando na Grécia até o ano de 2011 quando retornou ao Brasil para jogar no Grêmio. Após uma passagem sem muito destaque rumou ao rival Internacional também não tendo um grande rendimento. Desde 2015 joga no futebol dos Estados Unidos, tendo passado pelo Fort Lauderdale Strikers e atualmente estando no Miami Dade FC.

Thiago Silva (zagueiro)

O ídolo do Fluminense, apelidado de “monstro” pela torcida, passou pelas categorias de base do próprio Fluminense, mas apenas estreou nos profissionais pelo Juventude, em 2004. Se transferiu para a Europa, onde jogou por Porto e Dínamo Moscou, mas não foi aproveitado por conta de problemas de saúde, dentre eles uma séria tuberculose.

Voltou ao Fluminense em 2006, sendo fundamental na conquista do título da Copa do Brasil e também na campanha do vice-campeonato da Libertadores. No final do ano, entretanto, foi negociado para o Milan.

O gol de Thiago Silva, contra o Boca. Fonte: Netflu

No clube Italiano se tornou ídolo, se tornando inclusive capitão da equipe. Em 2012 foi negociado com o PSG, por um valor recorde pago por um zagueiro naquela época. Thiago Silva ainda participou de três copas do mundo pela Seleção Brasileira e conquistou o título da Copa das Confederações, levantando a taça como o capitão da equipe.

Atualmente continua defendendo o PSG.

Luiz Alberto (zagueiro)

O capitão da campanha até a final da Libertadores de 2008, Luiz Alberto surgiu no Flamengo, onde jogou até o ano de 2000. O zagueiro se transferiu para a Europa, onde atuou no Saint-Etienne e também na Real Sociedad.

Não logrando sucesso, voltou ao Brasil, sendo emprestado ao Internacional. Ao final do ano tornou a ser emprestado, dessa vez para o Atlético Mineiro. Em 2004 foi vendido de vez para o Santos.

Após uma boa passagem retornou ao futebol carioca, dessa vez para jogar no Fluminense. No tricolor carioca o zagueiro foi campeão da Copa do Brasil de 2007 e vice-campeão da Libertadores, torneio pelo qual foi titular e capitão, ao lado de Thiago Silva.

Deixou o Fluminense no início de 2010, indo para o Boca Juniors, clube pelo qual teve uma curta passagem. O zagueiro ainda passou por Duque de Caxias, Boavista, Atlético Paranaense, Náutico e São Gonçalo. O atleta ainda disputou o Campeonato Capixaba pelo Tupy, no ano de 2017.

Junior César (lateral-esquerdo)

O lateral iniciou a sua carreira no tricolor das laranjeiras, local onde ficou até o ano de 2005, quando se transferiu para o Santos Laguna, do México. Em 2006, após uma passagem sem destaque pelo exterior, retornou ao Brasil para defender o Botafogo, onde teve destaque.

No ano seguinte rumou novamente ao Fluminense, tendo sido um dos destaques da equipe campeã da Copa do Brasil. Também foi titular na campanha da Libertadores, em 2008. No ano seguinte se transferiu para o São Paulo.

No tricolor paulista o lateral disputou 100 partidas, quando em 2011 se transferiu novamente para um clube do Rio de Janeiro, dessa vez o Flamengo. Diferentemente das outras passagens não obteve êxito, já deixando o clube carioca em 2012 para acertar com o Atlético Mineiro, local em que foi campeão da Taça Libertadores juntamente com Ronaldinho e companhia, em 2013.

Após uma passagem fraca pelo Botafogo em 2014, no ano do rebaixamento, passou três anos sem jogar profissionalmente até ter uma breve passagem pelo Itaboraí, em 2017. No ano de 2018 acertou com o Mageense, clube do interior do Rio de Janeiro.

Ygor (volante)

Revelado pelo Vasco da Gama, se transferiu em 2007 para o IK Start, clube da Noruega. Em 2008 foi emprestado ao Fluminense, clube pelo qual teve um certo destaque, sendo titular durante grande parte do ano.

Após a passagem pelo tricolor das laranjeiras, o volante se transferiu para a Portuguesa. Ainda teve passagens por Figueirense, Internacional, Goiás, Náutico e Al-Kuwait.

Atualmente joga pela Portuguesa-RJ

Arouca (volante)

Revelado nas categorias de base do clube, Arouca rapidamente se tornou um destaque da equipe. Foi campeão da Copa do Brasil em 2007 e titular absoluto na campanha do vice-campeonato da equipe das laranjeiras. Disputou mais de 200 jogos até se transferir para o São Paulo, em 2009. Pelo tricolor paulista teve pouco destaque, até se transferir para o Santos, em 2010.

Pelo Santos, Arouca recuperou o prestígio, sendo peça importante na conquista dos títulos paulista, da Copa do Brasil e também da Libertadores, essa no ano de 2011. Em 2012 o atleta chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira.

Rumou ao Palmeiras em 2015, clube pelo qual foi campeão da Copa do Brasil do mesmo ano, com status de titular. Em 2016 passou a brigar constantemente com lesões, tendo atuado pouco no título brasileiro. Se transferiu em 2018 para o Atlético Mineiro, mas novamente afetado pelas lesões, pouco atuou. Atualmente está no elenco do Vitória.

Conca (meia)

O meia argentino estreou como profissional pelo River Plate, da Argentina. Foi emprestado à Universidad Católica, clube pelo qual teve o maior destaque. Ficou até o final de 2006, quando se transferiu para o Rosário Central, onde teve uma passagem discreta.

Em 2007 o meia se transferiu para o Vasco da Gama. Com boa passagem durante a temporada, chamou a atenção do rival Fluminense, para onde se transferiu em 2008.

No clube tricolor, Conca teve o maior destaque. Foi destaque nos dois vice-campeonatos para a LDU, tanto pela Libertadores quanto pela Sul-Americana, essa em 2009. Além disso foi destaque absoluto na campanha para se manter na Série A em 2009 e também na conquista do título brasileiro, em 2010. No ano de 2011, entretanto, se transferiu para o Guangzhou Evergrande, clube chinês.

Na China foi destaque absoluto, chegando a ser o terceiro jogador de futebol mais bem pago do planeta. Ficaria até 2014, ano em que retornou ao Fluminense, dessa vez para uma passagem rápida e sem tanto destaque. Retornaria à China em 2015, dessa vez para jogar no Shanghai SIPG.

No ano de 2017 voltou ao Brasil, mas dessa vez para atuar no arquirrival do tricolor carioca, o Flamengo, o que gerou a fúria dos torcedores tricolores. Pelo Flamengo, não conseguiu entrar em forma, graças à uma lesão de ruptura de ligamentos.

Atualmente, aos 35 anos, o atleta se encontra sem clube.

Thiago Neves (meia)

Principal destaque da equipe na final de 2008, surgiu no Paraná em 2005, onde foi o maior destaque da equipe na boa campanha no Brasileirão. Se transferiu para o Vegalta Sendai, clube Japonês, por empréstimo no ano de 2006.

Na final, com um hat-trick, Thiago Neves foi o grande destaque

Em 2007, foi contratado pelo Fluminense. Em seu primeiro ano, apesar de ter feito boas exibições participava na maioria das vezes como um jogador vindo do banco, passando a ter verdadeiro destaque no ano de 2008, na Copa Libertadores. Esse destaque o levou ao Hamburgo, da Alemanha.

No Hamburgo não se adaptou, se transferindo para o Al-Hilal e foi imediatamente emprestado ao Fluminense em 2009. Após uma passagem sem tanto destaque, retornou ao mundo árabe.

Permaneceu até 2011, quando se transferiu para o Flamengo, clube pelo qual jogou junto com Ronaldinho Gaúcho. Participou da conquista do título carioca, permanecendo no rubro-negro até o final do ano, quando novamente se transferiu para o tricolor carioca.

No Fluminense voltou a ser destaque da equipe no título carioca e do Campeonato Brasileiro no ano de 2012. Permaneceu no tricolor até meados de 2013, quando retornou ao mundo árabe, onde permaneceu até meados de 2017, ano no qual acertou com o Cruzeiro, clube pelo qual já conquistou o título da Copa do Brasil e busca novas conquistas em 2018.

Cícero (meia)

Obteve destaque no Figueirense no ano de 2006, quando chamou a atenção do Fluminense. No tricolor das laranjeiras foi titular tanto na campanha vitoriosa do título da Copa do Brasil de 2007 como no time que chegou à final da Libertadores da América.

Em 2008, após ter tido grandes atuações, foi contratado junto ao Hertha Berlin, clube pelo qual pouco jogou, até ser emprestado em 2010 ao Wolfsburg. Novamente com poucas oportunidades, retornou em 2011 ao futebol Brasileiro, para atuar pelo São Paulo.

Pelo tricolor paulista atuou até o ano de 2012, quando perdeu espaço e foi negociado para o Santos. Pela a equipe Santista teve boa passagem, ficando até maio de 2014, quando retornou ao Fluminense.

No tricolor carioca atuou durante seis meses, quando foi emprestado ao Al-Gharafa, clube árabe. Ficou novamente apenas seis meses, retornando ao clube de xerém, clube pelo qual foi campeão da Primeira Liga, no ano de 2016.

Em 2017 retornou ao São Paulo, entretanto teve pouco destaque, sendo negociado ainda no mesmo ano com o Grêmio, para disputar apenas a Libertadores. A aposta Gremista deu certo e o jogador marcou o gol da vitória do Grêmio por 1 a 0, contra o Lanús, no jogo de ida da final da libertadores.

Atualmente, continua atuando no Grêmio.

Washington (atacante)

O “coração valente” iniciou a sua carreira no Caxias, clube do interior do Rio Grande do Sul. Suas grandes atuações fizeram com que fosse contratado pelo Internacional, no ano de 1997. Sem muitas oportunidades passou por Grêmio, Ponte Preta, Caxias novamente e Paraná, clube pelo qual se destacou e chamou a atenção da Ponte Preta.

Em seu retorno à Ponte Preta, jogou do ano de 200 até 2002, local em que marcou 83 gols em 106 partidas, tendo sido o clube em que o atleta mais balançou as redes. Seu desempenho chamou a atenção do Fenerbahçe, clube ao qual se transferiu em julho de 2002.

No Fenerbahçe teve um problema cardiovascular, motivo pelo qual retornou ao Brasil para procurar outro clube. Acertou com o Atlético Paranaense para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2004. No ano fez 44 gols, o que rendeu ao atacante o prêmio de Chuteira de Ouro, dado ao artilheiro do ano. Suas atuações o levaram ao futebol japonês, onde manteve a excelente média de gols e permaneceu até o final do ano de 2007.

Em 2008 retornou o Brasil, sendo contratado pelo Fluminense. Teve ótimo rendimento na competição continental, sendo fundamental no confronto contra o São Paulo, por exemplo. Ao final do ano foi contratado pelo próprio São Paulo, clube pelo qual permaneceu até meados de 2010, quando retornou ao Fluminense.

No Fluminense, apesar de não ter mantido a média de gols anteriores, foi importante na conquista do título brasileiro de 2010. No ano seguinte, entretanto, de maneira surpreendente anunciou a sua aposentadoria do futebol.

Atualmente, Washington é treinador do Itabaiana.

Renato Gaucho (técnico)

Incrédulo, Renato observa a comemoração da equipe equatoriana

Após uma grande carreira como jogador profissional, Renato Portaluppi iniciaria a sua carreira como treinador na equipe do Madureira,em 2002. O técnico, entretanto, teve o seu primeiro ano de destaque em 2005 pelo Vasco da Gama, clube pelo qual chegou ao vice-campeonato da Copa do Brasil.

Após deixar o Vasco, Renato retornaria ao Fluminense, clube pelo qual já havia passado como treinador e também como jogador. No tricolor carioca conquistaria a Copa do Brasil de 2007, seu primeiro título como treinador. Foi vice-campeão da Taça Libertadores no ano de 2008. Acabou demitido ao meio da temporada por conta de seus resultados ruins no Campeonato Brasileiro.

Após essa passagem, teve outras participações com não tanto sucesso por Vasco, Bahia, Grêmio (esse por duas vezes) e Atlético Paranaense. Retornaria em 2016 ao Grêmio, para substituir Roger Machado.

Pelo Grêmio faz grande trabalho tendo conquistado os títulos da Copa do Brasil, do Campeonato Gaúcho e também da Libertadores da América, torneio este que estava engasgado desde a derrota com o Fluminense.

Atualmente continua sendo treinador do Grêmio e busca o bicampeonato da competição continental.

Elenco tricolor na final de 2008. Fonte: Globoesporte.com

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