A queda de rendimento do milionário Palmeiras
Equipe entra em crise na semana mais decisiva da temporada
19 jogos, 8 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Os fracos números que resultam em medianos 54,3 % de aproveitamento em partidas de caráter eliminatório não parecem ser atual campeão e vice-líder do Campeonato Brasileiro. Há poucas horas do confronto mais importante do ano diante do Godoy Cruz, os números assustam e preocupam.
O estilo de jogo pragmático proposto pelo treinador Luis Felipe Scolari se mostra cada vez mais retrogrado e batido para um elenco recheado de bons jogadores e com status dentro do futebol brasileiro. Na eliminação contra o Internacional, novamente a equipe apresentou uma postura digna de time pequeno, rifando a bola em chutões e abdicando completamente da partida.
Em estatísticas foram dez finalizações, entretanto só uma acertada. Se observarmos os dados dos dois duelos, apenas quatro de 23 chutes alviverdes foram ao alvo. Mesmo jogando em busca de um contra-ataque letal, a equipe de Scolari não obteve nenhum contragolpe e o centroavante Deyverson não conseguiu fazer sua função, acumulando números péssimos. Em termos de criação e marcação, Lucas Lima mais uma vez saiu zerado em passes chaves e os volantes com apenas 65% de precisão em desarmes — contra 82% da equipe colorada.
Outro fator para se analisar é a quantidade de chutes a gol sofridos pela equipe paulista dentro de sua área em partidas fora de casa, onde Felipão costuma pôr em pratica um futebol mais defensivo e de certa forma mais arcaica. O número que era de uma finalização contra o Junior Barranquilla e San Lorenzo na Libertadores pulou para cinco, seis e sete, nas partidas contra Chapecoense, São Paulo e Internacional respectivamente.
A solidez defensiva, marca registrada do Palmeiras desde meados de 2018, não existe mais. Em seis partidas desde a volta da Copa América, apenas em uma ocasião a zaga passou sem ser vazada. A situação piora se analisarmos que em três dos seis jogos a equipe sofreu gols antes dos dez minutos de partida e sob o comando se Scolari jamais virou um duelo.
No ataque o verdão também sofre sua pior média em 2019. Desde que o Verdão voltou a jogar após a parada da Copa América, foram apenas 5 gols marcados em seis jogos, média baixa e que reflete muito das atuações do time dentro de campo. De acordo com o site de estatísticas Footstats, nos últimos 6 jogos o Palmeiras precisou de 17,4 finalizações para fazer 1 gol, a 3ª pior marca de eficiência ofensiva dos vinte times da Série A.
O mapeamento de gols palestrinos em 2019 mostra bem a dificuldade em balançar as redes. Gustavo Scarpa, com oito gols, é quem mais marcou, seguido de Deyverson com seis. Gabigol, artilheiro do Brasileirão com nove, já soma apenas em uma competição mais gols que qualquer atleta alviverde em toda a temporada. Somando os três atacantes do elenco alviverde, foram apenas 11 gols neste ano. Nenhum deles está entre os 20 atacantes que mais marcaram dentre os 20 times da série A em 2019, como podemos conferir na foto a seguir:
Sob diversos protestos da torcida, pressões vindas por todos os lados e a possibilidade de praticamente encerrar o ano em caso de fracasso, o Palmeiras chega para sua semana decisiva pressionado para obter bons resultados, e estancar a crise das últimas semanas.
Para o torcedor fica a pulga atrás da orelha e a grande dúvida: Veremos o Palmeiras vencedor do primeiro semestre ou este apático catado de jogadores que jogam na sarjeta a história do clube?
Pelo elenco que tem e pelo ingresso que cobra, é dever dos jogadores, diretoria e comissão técnica de honrarem o manto que protege milhões de torcedores espalhados pelos quatro cantos do Brasil.