Allejo Feelings: Daniel Braaten

O norueguês que era astro nos jogos de manager

Mauro Vaz
Blog De Bate e Pronto
4 min readSep 7, 2018

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Daniel Omoya Braaten nasceu na Noruega, em Oslo, filho de mãe norueguesa e pai nigeriano, e com apenas seis anos já dava seus primeiros passos na carreira no desconhecido Skeid, clube local. Desde cedo era considerado uma grande promessa, frequentemente presente nas seleções de base de seu país, mas a verdade é que o jogador foi muito melhor no mundo digital do que na vida real. É hora de conhecer um pouco desse paralelo de Daniel Braaten:

NO JOGO:

Tudo começou no extinto jogo da também extinta Eidos, o viciante Championship Manager 03/04. Dentre algumas evoluções do irmão mais velho e mais famoso 01/02, a versão trazia também novas promessas.

Entre as mais improváveis, estava Daniel Braathen (sim, no jogo o nome do atleta estava errado, e continha um “h”). O jovem meio-campo norueguês era encontrado no em seu clube de infância, o Skeid.

Com 21 anos, com o máximo de técnica e velocidade, Daniel era carta certa para clubes já no inicio do save, graças ao seu baixo valor.

Atributos inicias de Daniel no CM 03/04

Mas o “craque” norueguês não parou por aí. Ele também era considerado uma joia no Football Manager 2005, da Sports Interactive. Ele já era jogador do Rosenborg no game e já tinha um valor de mercado um pouco mais alto, porém longe de ser inalcançável para clubes de médio e grande porte.

Atributos iniciais de Daniel no FM 2005

Em ambos os jogos, o norueguês tinha capacidade de se transformar em um craque.

NA VIDA REAL:

Braaten pelo Skeid (foto: dagsavisen.no)

Após estrear pelo time principal poucos dias antes de completar 18 anos, Daniel já começou a chamar atenção, e não era só por causa da sua cabeleira. Em seus primeiros jogos, o então jovem vinha do banco de reservas e sempre contribuía com boas aparições. Após um ano de Skeid, a promessa começou a ser procurada por diversos clubes, entre eles o Rosenborg, um dos mais tradicionais clubes noruegueses. Apesar de diversas tentativas, o alto valor pedido se tornou um entrave para que a transferência se concretizasse. Em 2003, após marcar um gol importante nas quartas de finais da Copa da Noruega vencendo o experiente Rekdal na jogada, ganhou destaque nacional novamente. Já em 2004, Braaten chamou atenção de clubes da França, e, com o contrato prestes ao fim, viu que seu momento de brilhar em outros gramados havia chegado.

A joia chega ao Rosenborg (foto: aftenposten.no)

Braaten viajaria menos de 500 km para chegar ao novo clube: justamente o Rosenborg, antigo flerte. O clube adquiriu a joia primeiramente por empréstimo, para depois ficar com ele em definitivo.

Pelo Rosenborg, o meia viveu ótimos momentos, apesar das muitas lesões que o limitaram no clube. Pelos Troillongans (alcunha do Rosenborg) disutou 59 partidas e balançou as redes por 10 vezes, ajudando o clube a vencer os Campeonatos Noruegueses de 2004 e 2006.

Em 2007, chegou a maior chance da carreira, quando assinou com o Bolton da Inglaterra. Infelizmente, as coisas na terra da rainha não foram como ele imaginava. Após poucas chances, Daniel foi negociado com o Toulouse da França.

Já sem a famosa cabeleira, Braaten jogou durante cinco temporadas pelo clube francês, atuando frequentemente entre os titulares. Sem a explosão de menino, e um pouco mais técnico, o meia alcançou uma marca superior a 150 partidas pela equipe.

Um pouco mais calvo e rodado, Braaten atua pelo Toulouse (foto: footmercato.net)

Depois de sair da França, Braaten jogou uma temporada pelo FC Copenhague da Dinamarca, mais uma vez sem muito sucesso e acabou sendo liberado.

Em 2015, voltou a sua terra natal, onde ficou uma temporada no Vålerenga, onde atuou em 22 partidas e marcou um único gol. Desde 2016, atua pelo Sportsklubben Brann da Noruega, time da Eliteserien (Primeira Divisão Norueguesa). Em 2018, aos seus 36 anos, fez 12 partidas e marcou um gol.

Foto: brann.no

E Braaten não virou um craque…

A expectativa criada para a carreira de Braaten pelos campos virtuais não se concretizou no superstar que alguns acreditavam que ele seria. Um verdadeiro highlander da bola, o norueguês viajou a Europa e alcançou pouco destaque.

Alguns de seus melhores lances na vida real, porém, forçam o questionamento: será que ele não poderia ter feito mais? Deixamos a questão para vocês, caros leitores. O certo é que nos jogos managers o atleta segue como um ótimo reforço.

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Mauro Vaz
Blog De Bate e Pronto

Rio Grande do Sul // Editor de conteúdo e co-fundador no Blog De Bate e Pronto ⚽