Articulando o jogo: França x Uruguai
Sem Cavani, nem a garra charrúa deu jeito
Duas campeãs mundiais, duas seleções que querem aumentar o número de Copas em seu currículo. O primeiro duelo das quartas de final aconteceu entre Uruguai e França, em Nizhny Novgorod.
De um lado, a garra uruguaia, a raça de um time comandado por um técnico que está há 20 anos no comando; mesmo com uma doença degenerativa, Óscar Tabárez ainda comanda a Celeste com muita sabedoria. Sem Cavani, lesionado, e com Suaréz pouco inspirado, o Uruguai não fez uma boa partida.
Do outro, a velocidade e juventude francesa. Com um Mbappé super elogiado no último jogo, mas sem a mesma atuação diante do Uruguai, quem fez a diferença foram os goleiros. Lloris fez uma defesaça no final do primeiro tempo, impedindo o empate uruguaio, enquanto Muslera foi responsável direto pelo segundo gol francês.
E apita o árbitro!
O jogo começou aguerrido, com o Uruguai determinado a conseguir um bom placar e jogando nos erros franceses; nas duas vezes em que os Bleus erraram no início do jogo, os sul americanos chegaram com perigo. Godin e Giménez, começaram bem a partida, fechando a área Celeste, tanto que Mbappé, a joia francesa, não conseguiu chegar perto da grande área no início do jogo.
Com 17’ de partida, o jogo ficou mais pegado, com entradas mais fortes, mas nenhum cartão mostrado. A seleção uruguaia, famosa pelo jogo físico, tinha recebido apenas um cartão amarelo até então.
Depois de um início equilibrado, a França tomou o controle da partida, tocando bem a bola, mas não conseguiu se infiltrar na grande área. A maioria das jogadas foram pelo meio, mas ali estava o paredão uruguaio e as bolas paravam nele.
Aos 20’, após boa troca de passes, a França tentou chegar ao gol, mas parou nos pés da defesa uruguaia. Logo após, mais uma descida francesa, porém, a bola não encontrou Griezmann. Aos 21’, escanteio para a França, Griezmann, novamente, jogou na grande área, a bola bateu, rebateu e acabou nas mãos de Muslera.
Sem Cavani, Mestre Tabárez optou por Stuani no ataque, ao lado de Suaréz. Porém, até os 30’ de partida, não tinha feito muito em campo. Aos 32’, o primeiro cartão amarelo da partida foi para Hernandez, da França, após uma entrada dura seguida de um puxão na camisa de Nandéz, que chegou a rasgar.
Aos 34’, Mbappé foi lançado, e com sua característica velocidade, tocou a bola para o meio, mas não encontrou ninguém e uma jogada que poderia ser perigosa, acabou em nada.
O jogo começou a ficar mais pegado e aos 38’, Bentancur recebeu cartão amarelo, o segundo do Uruguai no torneio, o segundo para o mesmo jogador; caso os uruguaios passassem, ele estaria suspenso.
Na cobrança de falta de Griezmann, Varane se deslocou muito bem, se antecipou aos zagueiros, conseguiu cabecear e abriu o marcador aos 40’.
Aos 43’, após cobrança de falta, Cáceres quase empatou a partida, mas Lloris fez uma grande defesa e Godín chutou para fora na conclusão do lance. Depois do gol, o Uruguai saiu mais para o jogo, procurando o empate. Mas o placar não foi alterado até o final do primeiro tempo.
As duas seleções voltaram do intervalo sem nenhuma alteração. Com a vantagem no placar, os franceses desaceleraram o jogo, tocando mais a bola, para desespero do Uruguai. Mesmo assim, quem mais chegou próximo ao gol no início do segundo tempo, foi a França.
Allez les Bleus!
Aos 16’, falha grotesca de Muslera num chute de Griezmann e o placar aumentou para a França! Decepção uruguaia, dos jogadores, torcedores e do técnico. A partir de então, a equipe Celeste precisou se lançar à frente no desespero, mas a ausência de Cavani dificultava as coisas. Stuani não substituiu o astro do PSG à altura.
O tempo fechou dentro de campo aos 21’. Mbappé fez uma jogada de letra, Rodríguez não gostou e deixou o braço no jogador, que desabou em campo simulando agressão. O capitão uruguaio Godín chegou junto e desencadeou uma confusão. Além do zagueiro, Suaréz, Pogba e Nández se estranharam. No final o juiz argentino mostrou cartão amarelo para Mbappé e Cristian Rodríguez. Após a discussão, o Uruguai passou a chegar mais ao gol, mas as jogadas não foram bem finalizadas. Com a França recuada, a Celeste partiu para o abafa.
O Uruguai não conseguia diminuir e a França tomou conta dos minutos finais da partida, tocando a bola, deixando o adversário correr atrás da bola; tanto correu que se cansou ao final do jogo.
Aos 43’ falta perigosa para a França; Griezmann, o cobrador oficial e o cara das bolas paradas da França cobrou, mas a bola passou por cima do travessão. Uma cena marcou essa cobrança. Na barreira, e faltando alguns minutos para acabar a partida, Giménez não conseguiu segurar a emoção e começou a chorar em campo. E a torcida uruguaia, mesmo perdendo e sendo eliminada, fez uma festa para seus jogadores.
Com cinco minutos de acréscimos, Uruguai tentou, mas não conseguiu. Certamente Cavani fez muita falta, já que durante toda a partida, não houve uma jogada rasteira, com bola chegando aos pés de Suaréz para tentar um ataque mais perigoso. Foram muitos cruzamentos, que não encontravam os jogadores uruguaios.
Ao apito do árbitro, a França passou por mais um sul-americano na fase eliminatória da Copa da Rússia. Agora, espera o vencedor da partida entre Brasil e Bélgica, na semifinal.
Ficha Completa:
Uruguai x França
Data: 06/07/2018
Local: Nizhny Novgorod
Público: 43.319
Árbitro: Nestor Pitana
Uruguai: Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Laxalt; Vecino, Torreira, Bentancur (Cristian Rodríguez), Nández (Urretaviscaya); Stuani (Maximiliano Gomez) e Suaréz.
Técnico: Óscar Tabárez
França: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernández; Kanté, Pogba e Tolisso (N’Zonzi); Griezmann (Fekir), Mbappé (Dembele) e Giroud.
Técnico: Didier Deschamps
Cartões amarelos: Bentancur e Cristian Rodríguez (Uruguai), Lucas Hernández e Mbappé (França)
Gols: Varane aos 40’ do primeiro tempo e Griezmann aos 16’ do segundo tempo.
Confira abaixo lances e os gols da partida:
