Duelo DBEP: Borgetti x Tore Flo

O que estes dois centroavantes camisa 9 clássicos dos anos 90 têm em comum além do faro de gol? Os dois tinham muita satisfação em marcar contra a seleção brasileira

Igor Giantomaso Desiderio
Blog De Bate e Pronto
5 min readJan 18, 2019

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Quem acompanhou o futebol dos anos 90 com certeza vai lembrar desses dois nomes: Borgetti e Tore Flo. Exímios cabeceadores, tanto o mexicano quanto o norueguês exibiam seu oportunismo para marcar seus gols, lembrados principalmente por algumas vezes frustrar o emblemático narrador Galvão Bueno e todos os torcedores brasileiros com seus gols que lhes fizeram verdadeiros carrascos da nossa seleção brasileira.

Como um clássico camisa 9, Tore Flo tinha no seu porte físico e nos seus 1.95cm de altura, seus principais pontos fortes para conseguir seus gols aliados ao oportunismo de centroavante. Foram ao total 134 gols marcados em 463 jogos, uma média um pouco baixa dos centroavantes populares, mas que foi suficiente para dar alegrias aos noruegueses principalmente pelos feitos em cima da seleção brasileira. Borgetti também era um finalizador nato, porém dominava o fundamento de cabeçada como poucos, lembrando até o mesmo o ídolo do Grêmio, Jardel. Com uma estatura um pouco menor que Tore Flo, Borgetti sabia muito bem usar seus 1.82cm de altura para marcar gols de cabeça, e sobretudo, sabia se posicionar para finalizar, ao que diga o Brasil, que em três oportunidades foi derrotado pelo placar simples de 1 a 0, todos através do oportunismo do centroavante em escanteios cobrados contra a seleção canarinho.

Imagem (4.bp.blogspot.com)

Tore André Flo: O norueguês Tore Flo começou sua carreira no ano 1990 jogando pelo Stryn IL — time local da Noruega, e passou por alguns outros clubes de seu país até ser contratado pelo Chelsea no ano de 1997, onde conseguiu vencer a taça da Liga Inglesa e a Recopa Européia jogando ao lado de nomes como Petrescu, Le Saux, Zola entre outros que formavam um bom elenco no clube inglês, lhe rendendo a convocação para as disputas da copa do mundo de 1998, onde recebeu o carinhoso apelido de “Flonaldo” depois de mais uma vez ajudar sua seleção a bater os brasileiros. Após a copa do mundo, o centroavante teve ainda boas passagens pelo Sunderland, Rangers e Siena, até que voltou para a Noruega e por lá aposentou-se no ano de 2012. Por sua seleção, foram 23 gols em 76 jogos.

Confira alguns lances de Tore Flo:

Jared Francisco Borgetti Echavarría: Já o mexicano Borgetti, passou boa parte de sua carreira em clubes mexicanos, principalmente pelo Santos Laguna, onde o artilheiro registra o incrível número de 192 gols em 301 jogos. Além desses, o “Zorro del desierto” teve passagens pelo Bolton da Inglaterra e pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita, voltando em 2006 voltou para seu país e jogando até o fim de sua carreira por outros grandes mexicanos, como Chivas, Monterrey e Cruz Azul, encerrando sua carreira no ano de 2011 pelo Léon. Borgetti carrega consigo a marca de maior artilheiro da seleção mexicana 46 gols marcados em 49 jogos.

Além dos ótimos números dos jogadores, havia um fato em comum que ambos partilharam: o fato de se sobressair sobre a seleção brasileira. Tore Flo é um dos responsáveis por um fato interessante: A seleção brasileira até então nunca venceu a Noruega em partidas de futebol. Em quatro confrontos realizados, foram 2 empates e 2 vitórias norueguesas. Em 1988, um empate por 1 a 1. Em 1997, em amistoso realizado em Oslo, Tore Flo pela primeira vez aprontou com o Brasil e deitou e rolou sobre a zaga brasileira, marcando 2 gols e dando um passe na goleada — o que nos lembra a fala de Galvão Bueno “ELE É PERIGOOOOOOSO” antecedendo o gol do centroavante no fatídico confronto. Na copa de 1998, o Brasil chegava com status de campeão mundial e com um Ronaldo Fenômeno no auge, os brasileiros enfrentaram no grupo A além da Noruega as seleções de Marrocos e Escócia. Vencendo estas duas, restava vencer a Noruega, e a seleção até começou vencendo com gol de Bebeto aos 33 minutos da segunda etapa. Só que aos 38, mais uma vez o carrasco Tore Flo marcou e viu seu companheiro de pênalti aos 43 minutos decretar mais um triunfo norueguês perante a seleção canarinho. O jogo mais recente, foi no ano de 2006, no empate em 1 a 1 já sem Tore Flo, que manteve o curioso tabu ainda a ser quebrado pelo Brasil.

Imagem (https://cdn.vox-cdn.com)

Por sua vez, Borgetti também foi um carrasco assim como México durante a década anterior, onde o Brasil por tantas vezes foi derrotado pelos tricolores astecas. O mexicano disputou cinco partidas pela seleção diante do Brasil, e perdeu apenas em uma oportunidade, empatando também uma vez e vencendo três vezes: em 2001 pela copa América, 2003 pela Copa Ouro Concacaf e em 2005, pela Copa das Confederações. Vale destacar um dado curioso, nos três triunfos da seleção mexicana com Borgetti vestindo a camisa 9, foram três vitórias por 1 a 0, e as três com gol do zorro, e, sempre no mesmo tipo de jogada: a tão famigerada bola parada que tanto persegue a seleção brasileira até então. Outra curiosidade é que Borgetti chegou a ser sondado por clubes como Santos e São Paulo, porém recusou a oferta na época pois acreditava que o futebol brasileiro não tinha condições melhores a oferecê-lo do que a Europa ou a própria liga de seu país.

Confira alguns lances de Borgetti:

Obviamente que se formos levar em consideração a época, com certeza o maior carrasco brasileiro seria Zinedine Zidane, por seus dois gols e pelo seu jogo implacável na final da Copa do Mundo de 1998 — valendo salientar também sua excelente partida na copa de 2006, mesmo sem marcar, com direito até em chapéu em Ronaldo Fenômeno — mas, deve-se também considerar estes dois algozes, que não só foram atacantes clássicos como também ficaram na nossa lembrança por ser um dos poucos a conseguir triunfar diante da seleção pentacampeã mundial, tão forte e respeitada em todo o planeta.

Confira números das carreiras de cada jogador:

Texto de Rubens Melo

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Igor Giantomaso Desiderio
Blog De Bate e Pronto

SP/Tricolor, Louco por futebol e co-fundador do De Bate e Pronto.