Guia DBeP: Copa América 2019
Análise detalhada das 12 seleções
A Copa América 2019 se inicia hoje com o jogo entre Brasil e Bolívia, no estádio do Morumbi em São Paulo. Cravados cem anos de sua primeira conquista em 1919, a seleção brasileira tentará em casa chegar ao eneacampeonato.
Os três grupos com quatro seleções foram sorteados em janeiro durante comissão na sede da Conmebol em Luque (PAR). As 12 equipes foram divididas em quatro potes, com três seleções em cada um — a divisão foi feita com base no ranking mundial da Fifa. O Brasil, por ser anfitrião, ficou no primeiro pote para que fosse colocada obrigatoriamente na posição A1.
Vale lembrar que além dos dois classificados por grupo, os quatro melhores terceiros colocados também estão garantidos nas quartas de finais.
Veja os grupos da competição:
Participações: Número de participações da seleção na competição (incluindo 2019)
Melhor campanha: Melhor campanha obtida até hoje
Ranking FIFA: Posição que a seleção ocupa no ranking da FIFA na última atualização (maio 2019)
Status: Expectativa da seleção para o mundial
1- Favorito ao título
2- Pode surpreender
4- Coadjuvante
Grupo: Seleções que compõem o grupo
Principal Jogador: Jogador principal da equipe
Olho nele: Jogador para ficar de olho
Análise: Breve análise da seleção
Participações: 36/46
Melhor campanha: Campeão — 8 vezes (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007)
Ranking FIFA: 3º colocado
Status: Favorito ao título
Grupo: Bolívia, Venezuela e Peru
Principal Jogador: Alisson Becker (Liverpool — ING)
Sem Neymar, o Brasil fica carente de um grande protagonista para a Copa América. Entre os postulantes ao principal jogador da amarelinha, destaque para o goleiro Alisson, recém campeão da Champions League. Pela Premier League, o arqueiro encerrou a temporada com 21 clean sheats.
Olho nele: Richarlison (Everton — ING)
Jovem e muito promissor, Richarlison é destaque a duas temporadas na Premier League. Pela seleção mesmo com poucos jogos vem fazendo alguns importantes gols e colaborando com o jogo coletivo pregado por Tite. Versátil, deve atuar pelo flanco direito do ataque.
Análise:
Com a ausência de Neymar, a seleção chega a Copa América em um momento extremamente conturbado. Tite aos poucos perde sua unanimidade e começa a ser criticado por parte da mídia e torcedores. Para driblar a má fase a equipe aposta no coletivo.
Participações: 27/46
Melhor campanha: Campeã (1963)
Ranking FIFA: 63º lugar
Status: Coadjuvante
Grupo: Brasil, Venezuela e Peru
Principal Jogador: Alejandro Chumacero (Puebla — MEX)
Velho conhecido da torcida brasileira, principalmente pelas atuações em Libertadores, Chumacero atualmente se encontra no Puebla do México. Meio campo que ao mesmo tempo marca e ataca, é a grande esperança da fraca Bolívia.
Olho nele: Luis Haquin (Puebla — MEX)
Jovem promessa de apenas 21 anos, o zagueiro Haquin começa a ganhar certa notoriedade na seleção e na equipe do Puebla. No futebol nacional, se destacou pelo Oriente Petrolero. Dentro das quatro linhas é um jogador de extrema qualidade em bolas aéreas.
Análise:
Com o Brasil como clara favorita na sua chave, a Bolívia irá competir com Peru e Venezuela, ambas superioras, a segunda colocação. Sem nenhum grande nome, a equipe depende muito de Chumacero para progredir. Já para fazer gols, os bolivianos tem Marcelo Moreno no comando do ataque.
Participações: 18/46
Melhor campanha: 4º lugar (2011)
Ranking FIFA: 29º lugar
Status: Pode Surpreender
Grupo: Brasil, Bolívia e Peru
Principal Jogador: Salomón Rondón (Newcastle — ING)
Centroavante com características de um verdadeiro matador, Salomón Rondón é o comandante ofensivo da seleção grená, Pivô com boa imposição física, puxa a marcação consigo e abre espaços para os pontas.
Olho nele: Wuilker Faríñez (Millonarios — COL)
Grande destaque da promissora geração venezuelana, o goleiro Farinez teve recentemente sondagens do Real Madrid. Aos 21 anos está cada dia mais maduro. Pelo Millonarios realizou recentemente uma serie fenomenal de três grandes defesas em um único lance.
Análise:
Mesmo diante de toda a crise econômica no país, a vinotinto é uma candidata a surpresa da competição. Vice-campeã da Copa do Mundo Sub-20 em 2017, muitos jogadores presentes na conquista são titulares na equipe do treinador Rafael Dudamel. Duela contra o Brasil na segunda rodada da fase de grupos. Para ficar de olho.
Participações: 32/46
Melhor campanha: Campeão (1939 e 1975)
Ranking FIFA: 21º lugar
Status: Pode surpreender
Grupo: Brasil, Bolívia e Venezuela
Principal Jogador: Paolo Guerrero (Internacional — BRA)
Após toda a confusão devido ao doping, Guerreiro parece ter voltado em grande fase no Internacional. Mesmo com uma idade já avançada, o artilheiro está colaborando com importantes gols.
Olho nele: Luis Advíncula (Rayo Vallecano — ESP)
Andarilho do mundo da bola, Advíncula foi um dos grandes destaques do Peru na Copa do Mundo em 2018. Lateral extremamente veloz e ofensivo, o atleta se encontra atualmente no Rayo Vallecano de Madri.
Análise:
Mesma base que realizou interessantes jogos na Copa do Mundo em 2018, a equipe peruana deve manter o estilo de jogo. Os comandados de Ricardo Gareca — velho conhecido da torcida palmeirense — apostam na velocidade da equipe, principalmente pelos lados do campo.
Participações: 42/46
Melhor campanha: Campeão — 14 vezes (1921, 1925, 1927, 1929, 1937, 1941, 1945, 1946, 1947, 1955, 1957, 1959, 1991 e 1993)
Ranking FIFA: 11º lugar
Status: Favorito ao título
Grupo: Colômbia, Paraguai e Catar
Principal Jogador: Lionel Messi (Barcelona — ESP)
Grande craque do futebol mundial, Messi tentará enfim levantar um título pela sua seleção, Depois de uma temporada quase perfeita pelo Barcelona, a conquista com a Albiceleste seria a coroação do ótimo ano para o argentino.
Olho nele: Lautaro Martínez (Inter de Milão — ITA)
Aos poucos ganhando seu espaço no futebol europeu, o atacante revelado pelo Racing, Lautaro Martinez, é taxado como o substituto de Kun Aguero na seleção. Dinâmico, o atacante sabe se posicionar muito bem fora da grande área.
Análise:
Na fila desde 1993, a Argentina vê sua geração de Messi, Aguero e Di Maria terminar sem ao menos levantar uma taça. Com vários problemas internos e externos, os hermanos começam a sentir algumas carências no elenco devido a alta média de idade.
Participações: 22/46
Melhor campanha: Campeão (2001)
Ranking FIFA: 12º lugar
Status: Favorito ao título
Grupo: Argentina, Paraguai e Catar
Principal Jogador: James Rodríguez (sem clube)
Ainda com o futuro indefinido para a próxima temporada, James Rodríguez sabe que não continuara no Bayern de Munique para a temporada 2019/20. Meio campista de extrema qualidade técnica, é um camisa dez clássico, que não costuma enfeitar as jogadas.
Olho nele: Gustavo Cuéllar (Flamengo — BRA)
Amado pela nação rubro negra, o volante Gustavo Cuéllar vem ganhando espaço no elenco colombiano. Volante com uma boa capacidade em chegar na área adversaria, o meio campista pode ser negociado com o futebol italiano após o término da Copa América.
Análise:
Outra seleção que optou pela mesma base da Copa do Mundo, o plantel de José Pekerman continuou quase igual a de 2018. A aposta para ser campeão 18 anos depois da única conquista é o equilíbrio da equipe na parte defensiva com a ofensiva.
Participações: 37/46
Melhor campanha: Campeão (1953, 1979)
Ranking FIFA: 36º lugar
Status: Pode surpreender
Grupo: Argentina, Colômbia e Catar
Principal Jogador: Miguel Almirón (Newcastle — ING)
Camisa dez de 25 anos, Almirón começou em janeiro sua trajetória no futebol europeu. Destaque do Newcastle, o meio campista já tinha brilhado na Argentina e eleito melhor jogador da MLS pelo Atlanta United.
Olho nele: Gustavo Gomez (Palmeiras — BRA)
Um dos grandes destaques do deca-campeonato alviverde, Gustavo Gomez vem se firmando como um dos melhores zagueiros em solos brasileiros. Com uma boa técnica, bom tempo de bola e ainda artilheiro, o zagueiro pode ser uma surpresa positiva na competição.
Análise:
Tentando passar por uma verdadeira mudança no futebol nacional, o Paraguai pode surpreender na Copa América. Desde 2010 longe de Copas do Mundo, o projeto paraguaio visa fortemente a copa de 2022. Na competição continental, a equipe do técnico Berizzo deve se fortalecer para chegar as eliminatórias como postulante a vaga.
Participações: 01/46 — estreante
Melhor campanha: Estreante (convidado)
Ranking FIFA: 55º lugar
Status: Coadjuvante
Grupo: Argentina, Colômbia e Paraguai
Principal Jogador: Almoez Ali (Al Duhail — QAT)
Melhor jogador e artilheiro da última Copa da Ásia, o sudanês naturalizado catari foi o grande nome da inédita conquista da Copa da Asia. Aos 22 anos, Ali já rodou por alguns clubes da Espanha e da Áustria. Hoje o atacante se encontra no Al Duhail do Catar.
Olho nele: Bassam Al-Rawi (Al-Duhail — QAT)
Nascido no Iran e assim como Ali naturalizado, o zagueiro Al-Rawi de 21 anos é outro destaque da seleção. Mesmo com seus 1,75 de altura faz muito bem o seu papel defensivo. É um dos pilares da seleção.
Análise:
Apesar da evolução do Catar, é difícil imaginar a classificação em um grupo com Colômbia, Argentina e Paraguai. Recentemente campeão da Copa da Asia, a seleção é uma incógnita para a Copa América. Na preparação para a competição, os árabes ganharam de forma suada do tradicional Madureira do Rio de Janeiro.
Participações: 44/46
Melhor campanha: Campeão — 15 vezes (1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995, 2011)
Ranking FIFA: 6º lugar
Status: Favorito ao título
Grupo: Equador, Japão e Chile
Principal Jogador: Luís Suarez (Barcelona — ESP)
Mesmo em baixa e dando indícios de que seu físico não aguenta mais tanto quanto antes, o pistolero comanda o ataque uruguaio ao lado de Edinson Cavani. Sempre entrosado com o atacante do PSG, a dupla deve causar alvoroço nas zagas adversarias.
Olho nele: Lucas Torreira (Arsenal — ING)
Se na Copa do Mundo de 2018 Torreira ainda era uma promessa virando realidade, hoje, o meio campista já é totalmente realidade. Titular no Arsenal, o box-to-box exerce muito bem a função de atacar e marcar ao mesmo tempo. Sem dúvidas é um dos pilares tanto dos Gunners quanto da seleção celeste.
Análise:
Em busca do décimo sexto título, os comandados de Oscar Tavarez têm como principal arma o entrosamento. Suas apostas são uma zaga sólida que mescla a experiência de Godín e a juventude de Giménez e o seu ataque, carregado por Cavani e Suárez. Chega como uma grande favorita a conquista.
Participações: 29/46
Melhor campanha: 4º Lugar (1959 e 1993)
Ranking FIFA: 59º lugar
Status: Coadjuvante
Grupo: Uruguai, Japão e Chile
Principal Jogador: Enner Valencia (Tigres — MEX)
Um dos destaques da Copa do Mundo de 2014, Enner Valencia sumiu dos holofotes desde sua saída do West Ham em 2017. Atualmente no Tigres, o ponta direita de velocidade e explosão é a válvula de escape dos equatorianos.
Olho nele: Robert Arboleda (São Paulo — BRA)
Em meio a crise sem fim do São Paulo, Arboleda é um dos poucos que se safa das críticas por parte da torcida. Zagueiro com certa habilidade com a bola nos pés e muito bom em bolas aéreas, vem criando sequência na seleção.
Análise:
Ao lado da Venezuela, os equatorianos são os únicos que nunca venceram a principal competição entre seleções sul-americanas. Mais uma vez coadjuvante, a seleção não deve incomodar as grandes favoritas ao título. A aposta para tentar fazer algo diferente é o entrosamento da equipe.
Participações: 02/46
Melhor campanha: Primeira fase (1999) — convidada
Ranking FIFA: 26º lugar
Status: Coadjuvante
Grupo: Uruguai, Equador e Chile
Principal Jogador: Shinji Okazaki (Leicester City — ING)
Um dos únicos jogadores da seleção principal presentes na Copa América, Okazaki deve dividir o protagonismo da equipe com o volante Shibazaki. Atacante experiente que a tempos se encontra no Leicester City, costuma contribuir com gols importantes além de sua função tática.
Olho nele: Takefusa Kubo (Real Madrid — ESP)
Contratado pelo Real Madrid recentemente, Kubo sem dúvidas é uma atração da Copa América. Principal promessa do futebol nipônico, o atacante atua como profissional desde os 16 anos e inclusive já jogou na base do Barcelona. Hoje aos 18, vem de uma boa temporada pelo FC Tokyo.
Análise:
Com apenas seis jogadores da seleção principal, o Japão trouxe ao Brasil a equipe sub- 23, que se prepara para as olimpíadas de Tokyo 2020. Sem grandes valores e expectativas, a seleção chega como mera coadjuvante e usará o torneio como testes para o futuro.
Participações: 39/46
Melhor campanha: Campeão (2015 e 2016)
Ranking FIFA: 15º lugar
Status: Pode Surpreender
Grupo: Uruguai, Equador e Japão
Principal Jogador: Arturo Vidal (Barcelona — ESP)
Após chegar de forma contestada no Barcelona, Vidal conquistou aos poucos o seu espaço e consequentemente a vaga de titular. Na seleção chilena comandará os rojos para a difícil missão do tricampeonato. Sem dúvidas, o meio campo chega em alta para a disputa da competição.
Olho nele: Erick Pulgar (Bologna — ITA)
Titular ao lado de Medel e Vidal, Pulgar é o gás do meio campo chileno. Com 25 anos, vem de uma ótima temporada pelo Bologna, décimo colocado na liga italiana. É um candidato a surpresa positiva para o decorrer da competição.
Análise:
Bicampeão em 2015 e 2016, a vitoriosa geração chilena aos poucos termina. Com uma média de idade bem avançada, os rojos não conseguiram sequer a classificação para a Copa do Mundo em 2018. Com baixa expectativa para a Copa América, os chilenos esbarram na falta de uma nova geração para substituir a anterior.
Esperamos que com esse material você leitor possa ficar bem por dentro desse evento que promete alto teor de emoção, além de grandes jogos. Então bora pro sofá e apreciar o bom futebol