Guia DBeP: Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019

Análise detalhada das 24 seleções

André Galassi
Blog De Bate e Pronto
20 min readJun 7, 2019

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(Foto: FIFA.com)

A Copa do Mundo Feminina de 2019 se inicia hoje com o jogo entre França e Coreia do Sul, no estádio Parc des Princes em Paris. Em sua oitava edição, a maior campeã é a seleção dos Estados Unidos com três conquistas, seguidas por duas da Alemanha, uma do Japão e uma da Noruega.

Os seis grupos com quatro seleções cada foram sorteados em dezembro do ano passado em Paris. As 24 equipes foram divididas em quatro potes, com seis times em cada um — a divisão foi feita com base no ranking mundial da Fifa. A França, por ser anfitriã, ficou no primeiro pote para que fosse colocada obrigatoriamente na posição A1.

(Foto: FIFA.com)

Vale lembrar que além das duas classificadas por grupo, as quatro melhores terceiras colocadas também estão garantidas nas oitavas de finais.

Veja agora os grupos da competição:

(Foto: FIFA.com)

Participações: Número de participações da seleção na Copa (incluindo 2019)

Melhor campanha: Melhor campanha obtida até hoje

Ranking FIFA: Posição que a seleção ocupa no ranking da FIFA na última atualização (março 2019)

Status: Expectativa da seleção para o mundial

1- Favorito ao título

2- Corre por fora

3- Pode surpreender

4- Coadjuvante

Grupo: Seleções que compõem o grupo

Principal Jogadora: Jogadora principal da equipe

Olho nela: Jogadora para ficar de olho

Análise: Breve análise da seleção

Participações: 04

Melhor campanha: 4º lugar (2011)

Ranking FIFA: 4º lugar

Status: Favoritas ao título

Grupo: Coreia do Sul, Noruega e Nigéria

Principal Jogadora: Eugénie Le Sommer (Lyon — FRA)

Camisa 9 do avassalador Lyon, que recentemente se sagrou campeão na Champions League, a meia–atacante Le Sommer é a grande expectativa de gols para a seleção. Geralmente atua como uma espécie de ‘’falso nove’’, buscando a bola das meias de criação e se aproximando da área.

Olho nela: Wendie Renard (Lyon — FRA)

Nascida na ilha caribenha Martinica e naturalizada francesa, Renard é a comandante do sistema defensivo da França. Treze vezes campeã da Liga Francesa defendendo as cores do Lyon, a zagueira central foi recentemente indicada como umas das quinze melhoras jogadoras do mundo em 2018.

Análise:

Quarta colocada na Copa em 2011 e quinta em 2015, a França vem desde o fim da última década investindo no futebol feminino. Com bons nomes principalmente na defesa e com o apoio da torcida, as anfitriãs são uma das favoritas ao título.

Participações: 03

Melhor campanha: Oitavas de finais (2015)

Ranking FIFA: 14º lugar

Status: Pode surpreender

Grupo: França, Noruega e Nigéria

Principal Jogadora: Ji So-yun (Chelsea — ING)

Camisa 10 do Chelsea, grande potência do futebol feminino, So-yun foi um dos destaques da equipe durante a temporada 2018/19. A armadora tem bom arremate de longa distância.

Olho nela: Cho So-hyun (West Ham — ING)

Volante do West Ham, So-hyun é daquelas que não sente a pressão em grandes jogos. Além de marcar muito, a capitã tem também um bom passe e uma boa saída de jogo.

Análise

Presente no jogo de abertura contra a anfitriã França, a seleção sul-coreana é uma das equipes mais interessantes de se assistir dentre todas as participantes. Com um estilo de jogo autêntico, a equipe troca passes desde a saída de bola até a área adversaria, evitado chutões e balões desnecessários. Contudo, diversas vezes erros de passes acabam comprometendo toda a estrutura da equipe, que toma muitos gols por erros primários.

Participações: 08

Melhor campanha: Campeãs (1995)

Ranking FIFA: 12º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: França, Coreia do Sul e Nigéria

Principal Jogadora: Caroline Graham Hansen (Barcelona — ESP)

Sem Ada Hegerberg, a meia atacante Graham Hansen ganha grande protagonismo na jovem equipe nórdica. Recém contratada pelo Barcelona, é uma jogadora para ficar de olho.

Olho nela: Maren Mjelde (Chelsea — ING)

Um dos destaques recentes do Chelsea, Maren Mjelde é uma das mais experientes entre as 23 convocadas. Com um tempo de bola preciso e boa saída de jogo, deve segurar as pontas na defesa norueguesa.

Análise:

Mesmo sem a grande estrela Ada Hegerberg — que recusou disputar a Copa do Mundo em protesto pelas desigualdades no futebol masculino e feminino norueguês — a seleção nórdica chega a França com a possibilidade de ir longe. Com uma equipe extremamente jovem a Noruega está passando por um processo de reformulação em seu plantel. Deve se classificar sem problemas no seu grupo, sem ser incomodada pelas fracas Coreia do Sul e Nigéria.

Participações: 08

Melhor campanha: Quartas de finais (1999)

Ranking FIFA: 38º luagr

Status: Coadjuvante

Grupo: França, Coreia do Sul e Noruega

Principal Jogadora: Asisat Oshoala (Barcelona — ESP)

Melhor jogada e principal destaque da Nigéria vice-campeã do mundial sub- 20 em 2014, Asisat Oshoala parece evoluir cada vez mais. Aos 24 anos, foi recentemente contratada pelo Barcelona, onde inclusive marcou gols importantes. Desde o início do ano, acumula 9 jogos e 9 gols.

Olho nela: Desire Oparanozie (Guingamp — FRA)

Oparanozie é uma das grandes pivôs do futebol feminino. Com uma força absurda, a camisa 9 prende muito bem a marcação e abre espaço para o Asisat Oshoala dar profundidade a equipe.

Análise:

Uma das poucas seleções a participar de todas as oito edições do mundial, a Nigéria é o principal país africano dentro do futebol feminino. Entretanto, mesmo estando sempre em contato com as grandes potencias da modalidade, o futebol nigeriano não demostra muitas evoluções e raramente passa pela fase de grupos. Para 2019 a equipe chega mais uma vez como coadjuvante e não deve se classificar para as oitavas de finais.

Participações: 08

Melhor campanha: Campeãs (2003 e 2007)

Ranking FIFA: 2º lugar

Status: Favoritas ao título

Grupo: China, Espanha e África do Sul

Principal Jogadora: Dzsenifer Marozsán (Lyon — FRA)

Nascida em Budapeste na Hungria e naturalizada alemã desde muito jovem, a meio campista que atua no Lyon desde 2016, começou a dar seus primeiros passos na seleção no sub-15 da Alemanha. Em 2018 foi eleita a segunda melhor jogadora do mundo pela FIFA, ficando atrás apenas da brasileira Marta.

Olho nela: Alexandra Popp (Wolfsburg — ALE)

Assim como Marozsán, a atacante Alexandra Popp começou a trilhar seu caminho na seleção desde o sub- 15. Duas vezes eleita como a melhor jogadora germânica da temporada, a atacante se encontra em boa fase no Wolfsburg. Desde 2012 no time verde e branco, a jogadora já faturou 15 conquistas em sete temporadas.

Análise:

Uma das principais postulantes a conquista da taça, a Alemanha chega muito forte para levantar o tricampeonato. Certamente a equipe com o maior repertório, as germânicas têm uma grande facilidade em mudar de esquema táticos mais de uma vez durante os 90 minutos. Observando o seu jogo, percebemos que geralmente a equipe da treinadora Martina Voss Tecklenburg inicia em um 4–2–3–1, e alterna para 4–3–3, 4–4–2 ou até mesmo um 3–4–3. Além do mais é um elenco entrosado e com boas peças no banco de reservas.

Participações: 07

Melhor campanha: 3º lugar (1995)

Ranking FIFA: 16º lugar

Status: Pode surpreender

Grupo: Alemanha, Espanha e África do Sul

Principal Jogadora: Wang Shuang (PSG — FRA)

Única jogadora a atuar fora da China entre as 23, Wang Shuang vem de uma boa temporada na França com sete gols em 18 jogos. Com 24 anos, Wang ainda é jovem deve disputar mais pelo menos dois mundiais.

Olho nela: Ma Xiaoxu (Dalian Quanjian — CHN)

Experiente meia atacante chinesa, Xiaoxu é desde o sub- 20 uma promessa da seleção. Desde 2005 no plantel profissional, ela já soma 160 jogos com a camisa vermelha.

Análise:

Figura marcada em mundiais, a seleção chinesa chega a sua sétima participação. Com um forte projeto de fortalecimento da liga nacional, o elenco tem 22 das 23 atletas atuando dentro do país. Já nas quatro linhas a equipe não foge do padrão de jogo asiático, sempre com muita posse de bola. Seu ponto fraco é o treinador Jia Xiuquan, que nunca trabalho com futebol feminino.

Participações: 02

Melhor campanha: Primeira fase

Ranking FIFA: 13º lugar

Status: Pode surpreender

Grupo: Alemanha, China e África do Sul

Principal Jogadora: Alexia Putellas (Barcelona — ESP)

Ponta esquerda de extrema qualidade, Alexia é sem dúvidas o grande nome da equipe espanhola. Ainda jovem, a extrema de 25 anos é forte candidata a destaque do mundial. Pelo Barcelona — equipe onde atua desde 2012 — já soma quase 200 jogos.

Olho nela: Jennifer Hermoso (Atlético de Madri — ESP)

Versátil, Hermoso consegue atuar tanto de meia, quanto de ponta ou até mesmo de centroavante. Já rodada por times tradicionais como Atlético de Madri, Barcelona e PSG, a atleta pode surpreender no mundial.

Análise:

País onde o futebol feminino se desenvolve cada vez mais, a Espanha chega ao seu segundo mundial seguido. Com uma base formada por jogadoras do Barcelona e do Atlético de Madri, a equipe tem uma boa troca de passes, entretanto é conhecida por sentir a pressão em jogos de maiores proporções, situação que por muitas vezes custou caro a equipe.

Participações: 01 (estreante)

Melhor campanha: Estreante

Ranking FIFA: 49º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Alemanha, China e Espanha

Principal Jogadora: Janine van Wyk (JVW — AFS)

Em um elenco tão limitado, a experiente Janine Wyk se destaca pela experiência e pela liderança. A zagueira de 32 anos inclusive já atuou na NWSL, a forte liga americana.

Olho nela: Linda Motlhalo (Beijing Phoenix — CHN)

A camisa dez de apenas 20 anos é uma das grandes joias dessa edição do mundial. Criativa, a meio campista pode pintar em algum time de após expressão após o torneio.

Análise:

Mais uma novata na competição, a seleção sul-africana é sem dúvidas uma das mais fracas entre os 24 países participantes. Fugindo do padrão africano de velocidade e profundidade, a Bafana busca um estilo de jogo em função da solidez defensiva. No entanto a limitação técnica deixa a equipe bem vulnerável e a tática acaba dando errado.

Participações: 07

Melhor campanha: Quartas de finais (2007, 2011 e 2015)

Ranking FIFA: 6º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: Itália, Brasil e Jamaica

Principal Jogadora: Sam Kerr (Chicago Red Stars — EUA)

Desde os 17 anos na equipe profissional da Austrália, a meia atacante Sam Kerr de 25 anos é uma das fortes candidatas a melhor jogadora do mundial. Atuando no mercado americano quase toda sua curta carreira, a jogada deve ser contratada por alguma potência europeia após o fim do torneio mundial.

Olho nela: Elise Kellond-Knight (Reign FC — EUA)

Se Kerr é o grande nome da equipe australiana, Kellond-Knight é o ponto de ligação entre a defesa e o ataque. Volante que atualmente se encontra no Estados Unidos, a atleta é um dos destaques da forte Austrália.

Análise:

Carrasco do Brasil em 2015, a tradicional seleção australiana vem correndo por fora para conquistar o tão sonhado título. Favorita a passar como primeira no grupo, a equipe aposta na juventude de suas atletas, principalmente na atacante e capitã Kerr, de apenas 25 anos.

Participações: 03

Melhor campanha: Quartas de finais (1991)

Ranking FIFA: 15º lugar

Status: Pode surpreender

Grupo: Austrália, Brasil e Jamaica

Principal Jogadora: Barbara Bonansea (Juventus — ITA)

Meio campista que pode atuar desde segunda volante até como segunda atacante, Bonansea é uma jogadora muito técnica, com boa qualidade tanto ofensiva quanto defensiva. Tem boa marcação, drible, passe e principalmente finalização.

Olho nela: Cristiana Girelli (Juventus — ITA)

Segunda atacante que também sabe atuar pelo flanco esquerdo, Girelli encaixa perfeitamente no esquema adotado pelas italianas. Tem um bom chute e um bom drible. Nas eliminatórias para o mundial fez cinco gols e foi peça chave para a classificação.

Análise:

O futebol feminino italiano progrediu bastante nos últimos anos. Com um projeto de fortalecimento de categorias de base e de aproximação com a população, a Azurra começa a desfrutar do investimento feito. Desde 2017 com a ex atleta Milena Bertolini no comando da equipe, hoje a Itália apresenta um modelo de jogo bem definido, com marcação alta, encaixes individuais e um 4–4–2 bem modelado.

Participações: 08

Melhor campanha: Vice-campeã (2007)

Ranking FIFA: 10º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: Austrália, Itália e Jamaica

Principal Jogadora: Marta (Orlando Pride — EUA)

Aos 33 anos, a rainha Marta disputará a sua quinta Copa do Mundo. Protagonista mais uma vez, provavelmente seja a última em seu longo e vitorioso currículo. Em 2018 foi eleita pela sexta vez a melhor jogadora do mundo, superando a germânica Dzsenifer Marozsán e a norueguesa Ada Hegerberg.

Olho nela: Debinha (North Carolina Courage — EUA)

Com o eminente fim da geração de Marta, Formiga e Christiane, o protagonismo da seleção brasileira aos poucos terá que ser substituído. Com 27 anos, a ponta direita parece estar cada vez mais pronta para ser a sucessora da camisa verde e amarela.

Análise:

Vindo de péssimos resultados recentes, a seleção brasileira chega à Copa sem estar figurando entre as favoritas. Em crise, a equipe depende extremamente dos talentos individuais da atual melhor jogadora do mundo, Marta, e da experiente Formiga, que chega em seu sétimo mundial defendendo a camisa amarelinha.

Participações: 01 (estreante)

Melhor campanha: Estreante

Ranking FIFA: 53º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Austrália, Itália e Brasil

Principal Jogadora: Khadija Shaw (Florida Krush — EUA)

Com apenas 22 anos, Khadija foi a principal responsável por colocar a Jamaica no mundial. Uma grande promessa, a atacante já soma 31 gols em 22 jogos pela seleção caribenha.

Olho nela: Marlo Sweatman (Szent Mihály FC — HUN)

Americana naturalizada pela Jamaica, Sweatman é o grande ponto de equilíbrio da limitada seleção. Segunda volante, a jovem de 24 anos ajuda tanto com a marcação quanto com a criação.

Análise:

Estreante em Copas do Mundo, as Reggaes Girls passaram por uma verdadeira história de superação no ciclo da Copa. Após o estado jamaicano cortar verbas da seleção, o Instituto Bob Marley passou a financiar a modalidade. Com apoio e dinheiro, a seleção chega a sua primeira copa.

Participações: 05

Melhor campanha: 3º lugar (2015)

Ranking FIFA: 3º lugar

Status: Favorita ao título

Grupo: Escócia, Argentina e Japão

Principal Jogadora: Fran Kirby (Chelsea — ING)

Dona do meio de campo do Chelsea e uma das jogadoras com melhor passe na atualidade, Kirby é forte candidata ao posto de destaque da Copa. O sucesso da seleção inglesa no mundial, passará muito pelos pés da criadora de 25 anos.

Olho nela: Steph Houghton (Manchester City — ING)

Zagueira central de extrema técnica, a experiente jogadora é peça chave do Manchester City. Com boas passagens pelo Sunderland e Arsenal, Houghton não costuma sentir grandes pressões. Sua principal qualidade é a marcação e a bola área.

Análise:

Um dos países que mais investe em estruturas nas categorias de base, tanto no futebol masculino, quanto no feminino, o English Team começa a colher frutos do que plantou e chega como uma das favoritas a conquista do mundial. Terceira colocada na Eurocopa em 2017 e terceira na última Copa do Mundo, as inglesas apostam suas fichas no equilíbrio técnico da equipe. Destaque para a camisa dez Kirby, a ponteira Parris, a lateral Bronze e a zagueira capitã Houghton.

Participações: 01 (estreante)

Melhor campanha: Estreante

Ranking FIFA: 20º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Inglaterra, Argentina e Japão

Principal Jogadora: Kim Little (Arsenal — ING)

Cabeça pensante da interessante seleção escocesa, Little além de criar jogadas tem um belo chute de longa distância. Além de atuar de meia pode jogar de segunda atacante.

Olho nela: Lana Clelland (Fiorentina — ITA)

Atacante com faro de gol, Lana trabalha em conjunto com Little para criar e encontrar o caminho das redes. Em grande fase, fez 12 gols na Série A Italiana, sendo um dos destaques da Viola durante o torneio.

Análise:

Debutante em mundiais, a ótima geração escocesa encontrará logo em sua estreia a arquirrival Inglaterra, jogo com alto teor de rivalidade política. Vivendo altos e baixos durante todas as eliminatórias, a Escócia por pouco não ficou de fora da Copa. Seu ponto forte é a parte física, um elenco com boa estatura e um ótimo vigor. Já seu ponto fraco é a defesa, problema que quase custou a vaga a competição.

Participações: 03

Melhor campanha: Fase de grupos

Ranking FIFA: 37º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Inglaterra, Escócia e Japão

Principal Jogadora: Sole Jaimes (Lyon — FRA)

Da fraca seleção argentina, Sole Jaimes é uma das que se sobressaem. Revelada pelo Boca Juniors e com passagens pelo arquirrival River Plate, a centroavante fez sucesso no Brasil, atuando com a camisa 10 do Santos. Campeã Brasileira pelo alvinegro praiano, Sole foi para o mercado chinês, até ser contratado pela potência francesa, Lyon, para a temporada de 2019.

Olho nela: Estefanía Banini (Levante — ESP)

Além de Sole Jaimes, outra atleta que se destaca na fraca seleção argentina é a camisa 10 Estefanía Banini. Em uma boa temporada pelo modesto Levante da Espanha, a meio campista funciona como a mente pensante da equipe.

Análise:

Se no futebol masculino a Argentina ostenta jogadores renomados, no feminino a realidade é totalmente diferente. A humilde seleção entra como mera coadjuvante no mundial. Sem grande brilho, as Hermanas apostam na atacante Sole, ex Santos, que atualmente se encontra no futebol espanhol.

Participações: 08

Melhor campanha: Campeãs (2011)

Ranking FIFA: 7º lugar

Status: Favorita ao título

Grupo: Inglaterra, Escócia e Argentina

Principal Jogadora: Mana Iwabuchi (INAC Kobe Leonessa — JPN)

Sempre tida como promessa nas categorias de base japonesas, Mana Iwabuchi hoje já é uma realidade e conduz a parte ofensiva do Japão na Copa do Mundo. Polivalente, a atacante pode tanto jogar de pivô, quanto recuada. Tem bom chute e visão de jogo.

Olho nela: Kumi Yokoyama (AC Nagano Parceiro — JPN)

Jogadora de ataque, que pode atuar pelo meio também, tem um excelente passe, ótima visão de jogo além de finalizar bem. É um dos cérebros da equipe e faz ótima dupla com Iwabuchi.

Análise:

Finalista das últimas duas edições junto com os Estados Unidos, o Japão chega a França como uma das favoritas a conquista. Como de praxe no futebol oriental, a equipe apresenta um incrível jogo tático e uma identidade dentro das quatro linhas. Outro fator positivo é o bom equilíbrio entra a marcação e a ofensividade.

Participações: 07

Melhor campanha: 4º lugar (2003)

Ranking FIFA: 5º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: Camarões, Nova Zelândia e Holanda

Principal Jogadora: Christine Sinclair (Portland Thorns — EUA)

Desde 2000 defendendo a seleção, além de mais de 200 jogos de bagagem, a lendária Sinclair vai a sua quinta Copa do Mundo. Ícone do futebol feminino, a jogadora de 35 anos provavelmente se despedirá de torneios de grande porte. Para coroar sua linda carreira, conduzirá a seleção canadense para seu primeiro título.

Olho nela: Diana Matheson (Utah Royals FC — EUA)

Medalhista olímpica duas vezes e pan-americana mais duas, Matheson é junto com Sinclair os nomes mais badalados do elenco. Mesmo com 34 anos e sem o pique de antigamente, a meio campista ainda carrega consigo a técnica refinada dos bons toques e assistências.

Análise:

Se no futebol masculino o Canadá é inexpressivo, no feminino o país tem uma grande tradição. Com um entrosamento diferenciado, boa força física, estatura e com apenas um gol sofrido nos últimos nove jogos, a equipe chega correndo por fora para conquistar seu primeiro título.

Participações: 02

Melhor campanha: Oitavas de finais (2015)

Ranking FIFA: 46º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Canada, Nova Zelândia e Holanda

Principal Jogadora: Gaëlle Enganamouit (Málaga — ESP)

Principal destaque camaronês na Copa de 2015, a atacante de 26 anos nunca embalou por clubes após o campeonato. Dribladora e veloz, deve ser a válvula de escape em jogos complicados.

Olho nela: Gabrielle Onguene (CSKA Moscow)

Outra atacante camaronesa, Gabrielle não viveu boa fase durante o começo de 2019. A experiente jogadora de 30 anos viveu seu auge em 2016 no Rossiyanka — RUS. Na seleção é figura marcada e sempre colabora com gols e assistências.

Análise:

Em sua segunda participação em mundiais, as camaronesas mantiveram a base que chegou as oitavas de finais em 2015. Em um grupo muito forte com Canadá e Holanda, as africanas brigam com a Nova Zelândia pelo terceiro lugar e quem sabe uma classificação. Tem como arma a velocidade, principalmente pelas beiradas do campo.

Participações: 05

Melhor campanha: Fase de grupos

Ranking FIFA: 19º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Canadá, Camarões e Holanda

Principal Jogadora: Ali Riley (FC Rosengård — SUE)

Experiente defensora de 31 anos, Ali Riley fez parte do elenco da Seleção Neozelandesa de Futebol Feminino nas Olimpíadas de 2008, 2012 e 2016. Com bagagem de sobra para a disputa de um mundial, a capitã é a grande liderança técnica e moral do elenco.

Olho nela: Erin Nayler (Bordeaux — FRA)

Se Riley não deixa passar nada na linha defensiva, a goleira Nayler é a muralha neozelandesa para o mundial. Eleita pela FIFA melhor jogadora da Nova Zelândia contra o Canadá no mundial de 2015, a jogadora passa muita confiança sobre as balizas.

Análise:

Diferente do futebol masculino onde a força da Nova Zelândia é praticamente nula, o futebol feminino do país começa ao poucos se tornar tradicional. Para a Copa do Mundo, mesmo que coadjuvante, pode fazer um bom trabalho e até mesmo almejar uma classificação.

Participações: 02

Melhor campanha: Oitavas de finais (2015)

Ranking FIFA: 8º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: Canadá, Camarões e Nova Zelândia.

Principal Jogadora: Lieke Martens (Barcelona — ESP)

Eleita melhor jogadora do mundo eleita pela FIFA em 2017, Martens é a comandante da forte seleção holandesa. Dona de um bom chute, velocidade e dribles, a ponta esquerda peça chave do Barcelona atua desde os 18 anos na seleção principal da Laranja Mecânica.

Olho nela: Daniëlle van de Donk (Arsenal — ING)

Assim como Martens é a grande referência do ataque, Van de Donk é o pilar de equilíbrio do meio campo. Muito versátil, a jogadora do Arsenal Ladies é responsável pela armação da seleção e ajuda na marcação.

Análise:

Sem muita tradição dentro do futebol feminino, a Holanda é a sensação desse mundial. Campeãs da Eurocopa em 2017, o país — assim como a Inglaterra — apostou suas fichas nas categorias de base, e vem colhendo os seus frutos. Com um jogo rápido, direto e bem vertical, deve se classificar tranquilamente e quem sabe não almejar uma conquista.

Participações: 08

Melhor campanha: Campeã (1991, 1999, 2015)

Ranking FIFA: 1º lugar

Status: Favorita ao título

Grupo: Tailândia, Chile e Suécia

Principal Jogadora: Alex Morgan (Orlando Pride — EUA)

Companheira de Marta no Orlando Pride, a atacante Alex Morgan é sempre uma postulante ao título de melhor jogadora do campeonato. Uma atleta completa, de alto nível e artilheira, Morgan conduzirá a seleção americana para o tetra.

Olho nela: Carli Lloyd (Sky Blue FC — EUA)

Enquanto Morgan é a jogadora que finaliza a jogada, Lloyd é a responsável pelo último passe, que quebra linhas e deixa a atacante na cara do gol. Camisa 10 da seleção, a meio campista é um dos pilares da equipe e faz um trabalho muito bom com as companheiras Heath, meia direita, e Rapione, meia esquerda.

Análise:

Atuais campeãs mundiais, a seleção americana vai em busca do bicampeonato na França. Os talentos individuais somados a forte coletividade colocam a equipe na primeira prateleira da competição. Olho no quarteto ofensivo de Alex Morgan, Carli Lloyd, Tobin Heath e Megan Rapione, postulantes a Bola de Ouro do torneio.

Participações: 02

Melhor campanha: Fase de grupos

Ranking FIFA: 34º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Estados Unidos, Chile e Suécia

Principal Jogadora: Kanjana Sungngoen (Bangkok — TAI)

Ponta esquerda extremamente veloz, é sem dúvidas o principal nome da limitada seleção tailandesa. As pretensões da equipe passam muito pelo quando a experiente jogadora renderá no mundial.

Olho nela: Naphat Seesraum (BG-Bandit Asia — TAI)

Meia atacante que joga por trás da centroavante, Seesraum é um destaque da seleção tailandesa. Se destaca pelo bom passe e chute.

Análise:

Na segunda participação em mundiais, a Tailândia é uma das seleções mais fracas entre as vinte e quatro. Praticamente formada por atletas que atuam dentro do país, não deve assustar a favoritíssima Estados Unidos e nem a forte Suécia. Olho na habilidosa meio campista Kanjana Sungngoen.

Participações: 01 (estreante)

Melhor campanha: Estreante

Ranking FIFA: 39º lugar

Status: Coadjuvante

Grupo: Estados Unidos, Chile e Suécia

Principal Jogadora: Christiane Endler (PSG — FRA)

Reserva de luxo no Paris Saint German, Endler é por muitos considerada como uma das melhores goleiras da atualidade. Com um reflexo invejável, a arqueira passa confiança a fraca zaga chilena.

Olho nela: María José Rojas (Slavia Praha — CZE)

Atacante de lado, Rojas foi um dos destaques do Chile na Copa América. Veloz e criativa, ajudou o Chile em sua primeira e histórica classificação.

Análise:

Mais uma seleção debutante em mundiais, o Chile chega a França como coadjuvante. Time muito organizado dentro das quatro linhas, não renuncia ao seu estilo de jogo até quando está perdendo. É uma equipe que com a bola tenta propor o jogo, mas esbarra na limitação técnica e na falta de uma criadora.

Participações: 08

Melhor campanha: Vice-campeã (2003)

Ranking FIFA: 9º lugar

Status: Corre por fora

Grupo: Estados Unidos, Tailândia e Chile

Principal Jogadora: Stina Blackstenius (Linköpings FC — SUE)

Jovem centroavante de 23 anos, Blackstenius desde o sub- 17 é a grande joia do futebol sueco. Sempre goleadora, a camisa 9 fez sucesso por todas as equipes por onde passou, entretanto na seleção nunca conseguiu se firmar, e por muitas vezes chegou a ficar no banco de suplentes. Em 2019 retornou ao Linköpings FC, mesmo após uma boa temporada pelo Montpellier HSC — FRA.

Olho nela: Caroline Seger (FC Rosengård — SUE)

Experiente meio campista de 34 anos, Segger chega a mais uma Copa do Mundo como a cabeça pensante da Suécia. Com a idade chegando, a criativa jogadora aos poucos vai perdendo a capacidade física, e em algumas ocasiões não aguenta os 90 minutos. Mesmo assim, ainda tem lenha para queimar naquela que será o seu último mundial.

Análise:

Vice-campeã em 2003, a tradicional Suécia luta em 2019 para chegar a sua primeira conquista, Time muito organizado e com uma defesa extremamente sólida, as nórdicas utilizam também uma interessante troca rápida de passes rumo a área adversaria. Contudo sentem a falta de uma jogadora com passe refinado, uma vez que a meio campista e criadora da equipe Caroline Segger não consegue atuar os 90 minutos.

Esperamos que com esse material você leitor possa ficar bem por dentro desse evento que promete alto teor de emoção, além de grandes jogos. Então bora pro sofá, bom Mundial e porque não, Vai Brasil!

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André Galassi
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São Carlense e amante de um bom e velho esporte bretão.