Hora Extra — Danny Drinkwater

De destaque no Leicester a flop no Chelsea

Não são raros os casos de jogadores que se destacam em clubes de menor expressão e ao se depararem com um clube de maior expressão, e consequentemente maiores objetivos, não conseguem desenvolver o seu futebol em pleno potencial.

Há expressões autoexplicativas, especialmente utilizadas no futebol inglês, que servem para exemplificar esses casos. Os chamados “one season wonder”, aqueles que fazem uma temporada absolutamente fora da curva e não conseguem mais retomar esse nível altíssimo. Os também chamados “flops”, aqueles que são contratados por um valor alto e que por algum motivo não conseguem corresponder às expectativas. Para esses jogadores foi criada esta nova editoria, a Hora Extra, desta vez no aspecto negativo.

Danny Drinkwater surgiu nas categorias de base do Manchester United, local em que nunca conseguiu se firmar verdadeiramente como parte do elenco e rodou por vários clubes como Huddersfield, Cardiff, Watford e Barnsley. Com períodos sem grande destaque o meia se juntou ao Leicester, clube que se encontra na Championship, no ano de 2012.

Nos foxes foi onde Drinkwater obteve o maior destaque de sua carreira. No ano de 2013, ainda na Championship, chegou a ser nomeado o jogador do mês da competição, além de receber a nomeação de jogador do ano na Championship, temporada na qual o Leicester foi campeão e consequentemente promovido à Premier League.

Nos foxes, viveu os melhores momentos da carreira

Apesar de ter tido destaque na Championship, foi na Premier League em que houve a provável maior temporada de sua carreira. Na temporada 2015/2016 formou o meio de campo juntamente com N’Golo Kanté, Riyad Mahrez e Marc Albrighton e, de maneira mágica, foi um dos destaques do time na campanha do título mais importante de sua história e também um dos mais improváveis da história do futebol.

Na temporada seguinte viu um de seus principais colegas de equipe rumar à Londres: N’Golo Kanté deixava os foxes e iria para o Chelsea, local em que inclusive seria titular e campeão da Premier League na temporada 2016/17. Apesar de diversas especulações o clube conseguiu manter o restante de seus principais jogadores, como Vardy e Mahrez, e apesar de não ter repetido o mesmo sucesso chegou às quartas de final da Champions League, sendo eliminado apenas pelo Atlético de Madrid, na época atual vice-campeão da competição.

Ao final da temporada, sendo um dos jogadores mais utilizados da equipe e após longas negociações, o meio campista novamente se reuniria com o seu antigo companheiro, Kanté, e rumaria até o lado azul de Londres pelo alto valor de 35 milhões de euros e assinando por cinco temporadas.

Jogador com boa técnica e capacidade de finalização, chegava ao Chelsea de Antonio Conte para brigar por uma posição no meio de campo dos blues. Entretanto desta vez o meio campista não conseguiu muitas oportunidades. Com o técnico italiano somou apenas vinte e dois jogos, contando todas as competições, e apenas 1151 minutos, que totalizam um pouco menos de 12 partidas completas disputadas pelo atleta.

No Chelsea, essa imagem é mais comum do que vê-lo em campo.

Com uma temporada ruim, o Chelsea ficou de fora da Uefa Champions League da atual temporada e passou por mudanças no comando técnico. Na troca de Italianos, saía Antonio Conte e chegava Maurizio Sarri. Mais uma vez, entretanto, Drinkwater acabou tendo as expectativas de ter maior número de minutos em campo frustradas. Sem se encaixar no esquema tático pretendido por Sarri, Drinkwater não vem participando nem mesmo das equipes alternativas dos blues, que vêm jogando principalmente as copas e alguns jogos da Europa League, tendo atuado apenas 30 minutos na atual temporada, na derrota para o Manchester City na Community Shield, ainda no início da temporada.

O próprio Maurizio Sarri já deu algumas declarações sobre o porquê de o meia inglês não ser utilizado:

“A situação é que Drinkwater não se encaixa, para mim, no esquema com dois meio campistas.”

A situação é, de certa forma, natural. Apesar de possuir boa técnica, Drinkwater não é um jogador excepcionalmente passador. Além disso, não é capaz de compensar essa dificuldade com vigor físico, como faz magistralmente o seu ex-companheiro, N’Golo Kanté. Sendo assim, o inglês acaba por sobrar no elenco comandado por Sarri, que prima por um esquema dotado de posse de bola e muita intensidade.

Entretanto, se Drinkwater vem tendo dificuldades em se firmar no clube de Londres, alguns outros clubes poderiam dispor de seus serviços e o atleta conseguiria voltar a ter destaque. O De Bate e Pronto vem listar alguns desses clubes:

Leicester: Sim, um retorno para os foxes seria algo muito bom para as duas partes. Apesar de um elenco mais enfraquecido, o retorno de Drinkwater seria extremamente positivo, chegando com status de titular e podendo reeditar um time com peças como Albrighton e Vardy.

Milan: O time italiano poderia ser um destino interessante para o meia inglês. Apesar de talvez não chegar com um status de titular absoluto, o Milan passa por uma necessidade de bons meio campistas, especialmente com as lesões de Bonaventura e Biglia. Poderia auxiliar também na criação de jogadas. Apesar disso, ocorreria uma possível dificuldade de adaptação dado ao ato de Drinkwater nunca ter deixado o futebol inglês na carreira.

Além desses, Drinkwater poderia também ter destaque em outros times de menor expressão do futebol inglês, como o Crystal Palace, Southampton, Watford, entre outros. Fato é que, para um time visando conquistar todos os títulos e com nomes de mais peso, o inglês não vem sendo útil. A saída do meia seria benéfica tanto para o clube de Londres quanto para o jogador e a torcida agradeceria.

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