O Sucessor: Arthur Melo

Meio campista brasileiro chega para substituir o grande ídolo do Barcelona

Verônica Jensen
Blog De Bate e Pronto
8 min readSep 17, 2018

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O meio de campo do Barcelona sempre foi um dos pontos fortes do time. Diversos jogadores já passaram e fizeram história, inclusive brasileiros. Quem não se lembra de Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, entre outros? Claro que os espanhóis também ficaram marcados: Iniesta e Xavi compuseram, por muitas temporadas, um meio de campo de respeito!

Iniesta fez seu jogo de despedida há pouco tempo e partiu para o Oriente e Xavi, após 20 anos de Barcelona, deixou a barca e partiu rumo ao Qatar.

Enquanto um ídolo se despede, o brasileiro Arthur, cria do Grêmio, vem chegando aos poucos e beliscando um lugar no time. Contratado em meados de 2018, o meia vem fazendo boas aparições e jogando ao lado de outro brasileiro, Philippe Coutinho.

Sai Xavi Hernández, entra em seu lugar, Arthur Melo.

Xavier Hernández Creus — mais conhecido como Xavi Hernandez, começou sua carreira na equipe B do Barcelona. Nascido em 1980, o habilidoso meio-campista já demonstrava ser diferenciado quando começou seu contato com futebol aos cinco anos. Ao invés de correr atrás da bola, ele ficava parado no meio de campo, a esperando para poder passá-la para os meninos que estavam no ataque. Com onze anos, chegou às categorias de base do clube catalão. Passou a infância e juventude disputando torneios juvenis e sempre chamava a atenção de todos pelo seu estilo dentro de campo, com passes precisos, habilidade, inteligência e visão ampla da jogada. Estreou profissionalmente no Barcelona em 1998, na final da Supercopa da Espanha contra o Mallorca. Xavi não sentiu o peso da titularidade e, logo no jogo de estreia no time principal, marcou seu primeiro gol. Ao final da temporada, já conquistava sua primeira La Liga 1998–99.

Com as constantes lesões do então titular Pep Guardiola, Xavi começou a ganhar espaço, mostrando seu bom futebol e melhorando sua técnica temporada após temporada. Em 2001, conquista de vez a posição com a saída de Guardiola; atuou na maioria dos jogos entre 2001 e 2002, se consolidou no meio de campo catalão e, de quebra, foi convocado para defender a seleção da Espanha na Copa do Mundo de 2002.

(Foto: www.scoopempire.com)

O meio-campista foi peça fundamental em toda sua trajetória no Barcelona. Em 2008, teve seu ápice, quando conquistou a tríplice coroa junto à equipe. Venceu a Copa Del Rey, La Liga e a Champions League. Para coroar seu excelente ano, renovou seu contrato como Barcelona até 2014.

Finalista em premiações

Já em 2009, o nome de Xavi Hernández aparece como finalista no prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa. Ele acabou atrás de seu companheiro de equipe, Lionel Messi, mas seu grande futebol foi reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol, na sigla em inglês), que o considerou o melhor jogador de 2009. Nada mal para um jogador de meio de campo de muita categoria e que teve em 2009 seu melhor ano! Neste mesmo ano, alcançou a incrível marca de 452 jogos com a camisa do Barcelona, igualando-se a Carles Rexach na segunda colocação de jogadores com mais partidas pela equipe.

Esse feito foi novamente batido em 2011, quando o jogador ultrapassou Miguel Bernardo Bianquetti, zagueiro das décadas de 1970 e 1980, com 549 jogos e não demorou para atingir a marca mais que expressiva de 600 jogos pelo Barcelona.

Xavi com mais um troféu em mãos (Foto: www.cnn.com)

Ainda em 2011, foi campeão novamente da Liga dos Campeões e no final do ano, venceu o Mundial de Clubes diante do Santos, que na época ainda contava com Neymar. Foi o autor de um dos gols da sonora goleada por 4 a 0 sobre o time brasileiro.

Após várias temporadas com títulos, a de 2011–2012 passou em branco. Xavi não conquistou nenhum título com sua equipe, porém seu futebol continuou em alta, com toques requintados, domínio de bola e extrema habilidade.

Capitão do time

Com a saída de Carles Puyol, Xavi Hernández herdou a braçadeira de capitão. Um presente por todo seu tempo e dedicação a apenas uma equipe em toda sua vida. Com diversos títulos na carreira, com passagem pela seleção espanhola, inclusive campeão do mundo em 2010, se tornar capitão foi mais que merecido para o meio-campista.

(Foto: www.sofoot.com)

Fim de uma era

Mas como todo jogador, chega uma hora em que os jogos começam a pesar. Entre 2013 e 2014, seu bom futebol começou a dar sinais de cansaço. Não conquistou nenhum título, foi reserva em determinados jogos e em 2014 fez sua última temporada pelo clube que o acolheu desde seus 11 anos. Chegava ao fim a Era Xavi no meio de campo do Barcelona. Mas sua saída foi no melhor estilo: campeão, mais uma vez, da tríplice coroa!

E, após 20 anos de Barcelona, Xavi Hernández trocou o clube catalão pelo Al Sadd, do Qatar.

O adeus de Xavi (www.bleacherreport.com)

Quando um ídolo sai, nada mais natural que outro comece a despontar. Claro que em um time com Lionel Messi, a grande maioria pode ficar em segundo plano. Porém, sempre tem aquele que começa a chamar a atenção aos poucos, através de uma contratação surpresa, ou aquela tão comentada — como quando o jogador já é falado antes mesmo de chegar ao clube. E isso aconteceu com O Sucessor de Xavi Hernández no meio de campo do Barcelona: com vocês, o brasileiro Arthur!

Arthur Henrique Ramos de Oliveira Melo — se o futebol desse garoto for igual ao seu nome, será gigante! Arthur começou a dar os primeiros passes com quatro anos, em Goiânia, cidade onde nasceu em 1996. Em 2008, chegou às categorias de base do Goiás, onde ficou por dois anos, até ser transferido para o Grêmio.

Sua habilidade já apareceu nos primeiros treinos com a equipe de base do tricolor gaúcho, em 2010, e foi destaque nas categorias por qual passou. Seu estilo de jogo já o levou à conquista de seu primeiro título com a camisa do Grêmio: em 2014, foi campeão estadual na categoria sub-20.

Equipe principal

O ano de 2015 foi de mudanças para o jovem volante. Após uma ótima participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Arthur subiu para a equipe principal, que na época era comandada por Luiz Felipe Scolari e em fevereiro fez sua primeira partida com a camisa do Grêmio. Começou como titular, mas foi substituído no decorrer da partida. A partir daí, agarrou com unhas e dentes cada oportunidade e, aos poucos, foi mostrando sua movimentação intensa e a precisão em seus passes a cada partida. No ano seguinte, ajudou o Tricolor a conquistar, pela quinta vez, a Copa do Brasil após 15 anos de espera.

(Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

O despertar

Já sob o comando de Renato Gaúcho, Arthur teve seu melhor aproveitamento em 2017, quando se tornou titular absoluto do meio de campo gremista. Neste ano, o Grêmio estava participando, concomitantemente, de quatro torneios: Copa Libertadores da América, Copa da Primeira Liga, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Em algumas partidas, Renato utilizava equipe mista ou reserva. E foi num jogo pela Libertadores, diante do Guaraní (Paraguai) que Arthur apareceu para o grande público e cravou sua titularidade. Ele comandou a equipe gaúcha à vitória fora de casa, dominou o meio de campo, não errou nenhum passe e, de quebra, fez o lançamento para Pedro Rocha marcar o gol do Grêmio.

Após esse partida de gala, seu nome começou a ser assunto em diversos canais e programas de televisão, chegando a ser comparado a Iniesta e Thiago Alcântara, além da torcida pedir pelo jogador no time titular.

E toda essa aclamação não demorou para ser correspondida. Renato Gaúcho alçou o jovem jogador à peça fundamental do Tricolor e, em pouco tempo, Arthur já estava mostrando a todos seus passes precisos, sua visão de jogo e ser o cérebro da equipe.

(Foto: www.esporte.uol.com.br)

Em abril de 2017, Arthur recebeu seu primeiro prêmio como melhor jogador da partida. Foi justamente contra o mesmo time que o projetou, o Guaraní (Paraguai). Mas desta vez, na partida realizada na Arena do Grêmio, o jogador foi o maestro, mais uma vez, do meio de campo, além de não errar nenhum passe, sofrer pênalti e fazer um jogador do time paraguaio ser expulso. Depois de tudo isso em 90 minutos, o prêmio não poderia parar em outras mãos. Seu primeiro gol como profissional foi somente em maio de 2017, diante do Fluminense, pela Copa do Brasil.

Conquista da América

Com a sequência de jogos alucinante e suas ótimas atuações, não demorou para Arthur chamar a atenção de clubes europeus. Seus passes precisos e sua inteligência fizeram os olhos dos dirigentes do Barcelona brilharem.

Enquanto isso, o jogador ganhava a cada jogo um lugar no coração da torcida gremista. O ponto alto foi a conquista da Copa Libertadores da América em 2017. Arthur foi peça chave nas duas partidas da final, contra o Lanús, da Argentina. Na primeira partida, disputada em casa, o gremista teve uma atuação de gala, levando todos a acreditarem, ainda mais, no título. No jogo de volta, já era o grande destaque da equipe quando uma lesão no tornozelo fez com que ele fosse substituído no começo do segundo tempo. Mas mesmo assim, foi considerado o melhor jogador da partida! Além do troféu individual, levantou outro, um pouco mais importante. O troféu coletivo de campeão da Libertadores da América foi a joia na coroa da precoce carreira de Arthur. A lesão o tirou do Mundial de Clubes, disputado em dezembro.

Arthur com a tão sonhada taça da Libertadores (Foto: gremista-sangueazul.com)

Voo europeu

Depois de ser o grande jogador do Grêmio em 2017 e do destaque em toda imprensa nacional e internacional, Arthur começou 2018 envolvido em especulações. E, em março desse ano, foi confirmado que o jogador estava se transferindo para o Barcelona por 30 milhões de euros. Nada mal para um jovem de 22 anos, não? Ainda mais que esse valor poderia chegar a 40 milhões, através da cláusulas de recompensas de rendimento. Foi acordado que o volante se apresentasse ao clube catalão somente em 2019.

Todavia, o time europeu antecipou sua apresentação em seis meses e, em julho de 2018, no meio da Copa do Mundo da Rússia, Arthur deixou o Grêmio e seguiu rumo à Barcelona, para escrever outro capítulo em sua história no futebol! Com essa antecipação, o valor final da negociação foi de 32,8 milhões de euros, além dos 9 milhões de bônus por desempenho.

Arthur em ação com a camisa do Barcelona (foto: esportes.yahoo.com)

Suas primeiras partidas com a camisa catalã já deixaram os torcedores contentes. Arthur chegou mostrando que pode sim, ser titular da equipe, com seus passes incríveis, habilidade, além de sua visão de jogo e inteligência.

Que Arthur seja O grande Sucessor de Xavi no comando do meio de campo do Barça!

Veja abaixo um pouco mais sobre Arthur no Grêmio.

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