O Sucessor: Patrick Cutrone

Italiano vem recebendo comparações com Filippo inzaghi

Shevchenko, Van Basten, Gilardino, Filippo Inzaghi, Patrick Cutrone?

Não é fácil ser uma grande promessa no Milan. Mais difícil e complexo ainda é ser comparado a uma das maiores lendas da história do clube.

“É um jovem que tem muita vontade. Às vezes faz algo ingênuo e deve melhorar e aprender a jogar mais pelo time. Hoje mesmo ele pecou nisso, mas, dentro da área, ele tem aquele veneno dentro dele. Uma comparação? Digo Inzaghi. Tecnicamente, Patrick não está no topo, então deve se esforçar e crescer a partir deste ponto de vista”

Como dito por Genaro Gattuso, Patrick Cutrone é O Sucessor.

Pippo Inzaghi, o artilheiro letal

Poucos jogadores possuem o tal “veneno” citado por Gattuso. Tecnicamente, Pippo Inzaghi nunca foi um jogador de topo. O atacante italiano simplesmente sabia fazer gols, conhecia a pequena área como poucos na história. Por isso totalizou mais de 300 gols em sua carreira. Inzaghi era um artilheiro nato.

Inzaghi começou a sua carreira no Piacenza, clube de sua cidade pelo qual fez toda a sua base, e estreou profissionalmente com apenas 18 anos. Apesar de demonstrar potencial acabou por ser emprestado ao Leffe, clube que disputaria a 3ª Divisão. No Leffe atingiu a expressiva marca de 13 gols em 21 jogos, chamando a atenção do Verona, clube ao qual foi emprestado na temporada posterior.

No Verona ganhou o apelido de Superpippo, conquistando inclusive o título da segunda divisão. Após uma passagem sem muito sucesso pelo Parma, Inzaghi finalmente viria a se destacar na primeira divisão pela Atalanta. Por lá foi titular absoluto na boa campanha do clube, campanha no qual terminaria como artilheiro da Série A, com 24 gols em 34 jogos. Finalmente, Inzaghi deixava de ser promessa.

“Não é Inzaghi que é apaixonado pelo gol, é o gol que é apaixonado por ele”.

Tamanho sucesso o faria chegar ao primeiro grande desafio da carreira: Inzaghi se transferiria para a Juventus.

Na Juve, Inzaghi foi contratado para fazer parte de um setor ofensivo letal. Ele, Alessandro Del Piero e Zinedine Zidane formariam a tríade ofensiva da Velha Senhora. Em apenas quatro anos de clube, Pippo Inzaghi faria 89 gols e ajudaria o clube na conquista do Scudetto. As grandes temporadas renderam à Inzaghi o posto fixo na sua seleção. Pela Azzurra participou da Copa de 1998 como reserva e participou como titular na Eurocopa, em 2000.

As quatro temporadas pela equipe de Turim e o seu desempenho na seleção nacional o levaram ao auge de sua carreira: Inzaghi era contratado pelo Milan.

Apesar da grande história com a camisa rossonera, a primeira temporada não foi fácil. Logo no início da temporada, uma lesão no joelho o obrigaria a voltar apenas na outra temporada. E o centroavante voltaria fazendo o que melhor sabia fazer: Gols. Logo na sua segunda temporada marcaria 30 gols e seria um dos principais responsáveis pela conquista da Uefa Champions League, logo em cima da Juventus.

Alternando bons e maus momentos, Inzaghi sempre se manteve decisivo, como na final da Liga dos Campeões contra o Liverpool, na qual foi eleito o melhor em campo. Chegou a participar de mais uma Copa do Mundo, em 2006, e mesmo tendo participado de apenas um jogo, se sagrou campeão do mundo com a Seleção Italiana. Pelo Milan alternou e dividiu o comando de ataque com diversas estrelas do clube, como Shevchenko, Gilardino, Ronaldo e até mesmo com a até então promessa, Alexandre Pato.

Os últimos anos de carreira foram de maiores dificuldades. Diversas lesões e problemas físicos tiraram a velocidade do atacante, que marcou apenas dez vezes no período de três temporadas, algo inimaginável anteriormente. Se aposentaria em 2012, marcando um gol contra o Novara, e terminando a sua bela história com a camisa rubro negra com 126 gols, sendo assim o maior artilheiro da história do clube.

Patrick Cutrone, a nova esperança

A frase atribuída nada mais nada menos por Genaro Gattuso, ídolo e atual treinador do clube rossonero demonstra um pouco das expectativas do clube para com ele. A partir daí as comparações começaram e nunca mais pararam: Cutrone é realmente o novo Inzaghi?

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Como bem dito pelo comandante, Cutrone não é um jogador de extrema técnica ou habilidade. É o centroavante “à moda antiga”, como podem dizer alguns saudosistas. Artilheiro e com faro de gol, Patrick Cutrone se tornou uma espécie de nova esperança para os torcedores do Milan, em um dos momentos de maior dificuldade do clube.

Com pouco tempo como profissional, Cutrone foi lançado a equipe principal no início do ano de 2017, apesar de ter feito a sua estréia apenas já perto do final da temporada 2016/2017, entrando em campo no final da partida contra o Bologna. As oportunidades, entretanto, apareceriam apenas na temporada seguinte.

No começo de temporada, surgia o “novo Milan”. Çalhanoglu, Bonucci, André Silva, Biglia e Kalinic são alguns dos reforços contratados ao início da temporada. A perspectiva era animadora para a torcida e comissão técnica, mas poderia surgir a dúvida: Cutrone receberia oportunidades diante de tantas contratações?

A resposta acabou por ser positiva. Não só Cutrone teve oportunidades como titular da equipe como terminaria a temporada como artilheiro da equipe, com 16 gols. Explica-se isso também pelo fracasso que acabou por ser também o setor ofensivo da equipe, com os fracassos de Kalinic e André Silva, que abriam espaço para o jovem atacante calmamente tomar a vaga de titular.

No que pode ter sido o ápice de sua temporada, Cutrone marcou o gol no dérbi de Milão, contra a Inter, já na prorrogação pela Copa Itália, que levaria a equipe às semifinais da competição. Tamanho destaque pela equipe rendeu ao jovem a sua primeira convocação à Azzurra, tendo estreado em amistoso contra a Argentina.

Letal, Cutrone comemora efusivamente seu gol no Dérbi de Milão.

Em 2018/2019 o jovem novamente se viu com o espaço diminuído. O Milan novamente investiria forte e traria o renomado atacante Gonzalo Higuaín, artilheiro por diversas vezes do Campeonato Italiano. Cutrone, entretanto, continua tendo oportunidades, já tendo tido participação importante na Liga Europa, marcando gol contra o Olympiacos.

Será mesmo que as expectativas sobre Cutrone se consolidarão? O próprio Inzaghi já tocou no assunto, e apesar de negar as comparações admitiu o potencial do jovem atacante:

“Eu não faria essas comparações. Quando cheguei a Milão, ninguém me comparou a Van Basten ou Weah. Mas Cutrone tem tudo para se tornar um importante atacante “

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