Raio-X Copa 2018: Onyinye Wilfred Ndidi

“Dádiva de Deus” Wilfred Ndidi, o nigeriano onipresente

Mauro Vaz
Blog De Bate e Pronto
3 min readMay 30, 2018

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A primeira coisa que você deve estar se perguntando é: “qual o sentido de chamá-lo de dádiva de Deus?”. Bom, pra quem não sabe, Ndidi nasceu em Lagos, a maior cidade da Nigéria, o seu povo nativo conhecidos como Igbo possuem seu dialeto próprio, e seu primeiro nome “Onyinye”, significa dádiva de Deus. Como grande maioria dos meninos de seu país, Ndidi veio da miséria e hoje brilha em grandes gramados do mundo.

De sua infância suas lembranças são mescladas entre memórias tristes e alegres. Sem condições de comprar uma bola, Wilfred lembra que fazia bolas com papeis amassados e fita adesiva. Revelado pelo Nath Boys de sua cidade e, muito precocemente, já se diferenciava dos demais colegas de equipe.

Ndidi ao centro de camiseta vermelha (foto: scorenigeria.com.ng)

Escala na Bélgica

Em um torneio amador na Nigéria com quase 600 jovens jogadores, Ndidi com apenas 16 anos mostrava-se sólido e de uma envergadura invejável. Foi nesse torneio que um olheiro do KRC Genk, da Bélgica, decidiu levar o jovem para fazer testes no clube. Foi apelidado de “La Pieuvre” (O polvo em francês) graças as suas longas e eficientes pernas na hora de desarmar os adversários. Ainda no teste, teve dificuldades com passe e drible, mesmo assim manteve-se no clube que desejava lapida-lo da melhor maneira.

(foto: sport.be)

O ano era 2014 e, sem idade suficiente para permanecer no clube, Ndidi ficou apenas por um período de testes, depois acabou voltando ao Nath Boys. Completada a maioridade, Wilfred foi anunciado como reforço do time belga. E por lá era frequentemente convocado para atuar pela seleção sub-20 nigeriana.

O substituto

Quando foi contratado pelo Genk, o jogador veio após o time belga negociar Milinkovic-Savic com a Lazio, depois fez duas ótimas temporadas por lá e seis partidas defendendo a Seleção dos Soldados Verdes (como carinhosamente é conhecida a seleção nigeriana). Foi então que o volante recebeu um grande desafio: assinar com o Leicester e substituir o francês de origem maliana Kanté.

(foto: zimbio.com)

Engana-se quem acreditou que aos 20 anos, portador de uma humildade imensa, Ndidi iria fraquejar. Chegou mostrando ao que veio e mostra o quanto é eficiente nos desarmes e o quanto vem evoluindo e tentando buscar melhorar nos seus — ainda — pontos fracos.

Titular absoluto no clube inglês e na seleção, Wilfred não contava com uma distensão no tendão em jogo contra o Crystal Palace. Uma lesão desse tipo e tão perto da primeira Copa do Mundo do volante, poderá causar frustração no jovem atleta e muitas incertezas e dores de cabeça ao técnico alemão da seleção nigeriana Gernot Rohr. Resta esperar e torcer para ver se o excelente roubador de bolas irá nos presentear com sua participação no torneio.

Dá uma olhada em alguns lances do nigeriano:

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Mauro Vaz
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Rio Grande do Sul // Editor de conteúdo e co-fundador no Blog De Bate e Pronto ⚽