Raio-X Copa 2018: Onyinye Wilfred Ndidi
“Dádiva de Deus” Wilfred Ndidi, o nigeriano onipresente
A primeira coisa que você deve estar se perguntando é: “qual o sentido de chamá-lo de dádiva de Deus?”. Bom, pra quem não sabe, Ndidi nasceu em Lagos, a maior cidade da Nigéria, o seu povo nativo conhecidos como Igbo possuem seu dialeto próprio, e seu primeiro nome “Onyinye”, significa dádiva de Deus. Como grande maioria dos meninos de seu país, Ndidi veio da miséria e hoje brilha em grandes gramados do mundo.
De sua infância suas lembranças são mescladas entre memórias tristes e alegres. Sem condições de comprar uma bola, Wilfred lembra que fazia bolas com papeis amassados e fita adesiva. Revelado pelo Nath Boys de sua cidade e, muito precocemente, já se diferenciava dos demais colegas de equipe.
Escala na Bélgica
Em um torneio amador na Nigéria com quase 600 jovens jogadores, Ndidi com apenas 16 anos mostrava-se sólido e de uma envergadura invejável. Foi nesse torneio que um olheiro do KRC Genk, da Bélgica, decidiu levar o jovem para fazer testes no clube. Foi apelidado de “La Pieuvre” (O polvo em francês) graças as suas longas e eficientes pernas na hora de desarmar os adversários. Ainda no teste, teve dificuldades com passe e drible, mesmo assim manteve-se no clube que desejava lapida-lo da melhor maneira.
O ano era 2014 e, sem idade suficiente para permanecer no clube, Ndidi ficou apenas por um período de testes, depois acabou voltando ao Nath Boys. Completada a maioridade, Wilfred foi anunciado como reforço do time belga. E por lá era frequentemente convocado para atuar pela seleção sub-20 nigeriana.
O substituto
Quando foi contratado pelo Genk, o jogador veio após o time belga negociar Milinkovic-Savic com a Lazio, depois fez duas ótimas temporadas por lá e seis partidas defendendo a Seleção dos Soldados Verdes (como carinhosamente é conhecida a seleção nigeriana). Foi então que o volante recebeu um grande desafio: assinar com o Leicester e substituir o francês de origem maliana Kanté.
Engana-se quem acreditou que aos 20 anos, portador de uma humildade imensa, Ndidi iria fraquejar. Chegou mostrando ao que veio e mostra o quanto é eficiente nos desarmes e o quanto vem evoluindo e tentando buscar melhorar nos seus — ainda — pontos fracos.
Titular absoluto no clube inglês e na seleção, Wilfred não contava com uma distensão no tendão em jogo contra o Crystal Palace. Uma lesão desse tipo e tão perto da primeira Copa do Mundo do volante, poderá causar frustração no jovem atleta e muitas incertezas e dores de cabeça ao técnico alemão da seleção nigeriana Gernot Rohr. Resta esperar e torcer para ver se o excelente roubador de bolas irá nos presentear com sua participação no torneio.
Dá uma olhada em alguns lances do nigeriano: