Deus em 2018.
ou Quem é/foi Deus em 2018?
Após esses conturbados meses de 2018 e de todos os monstros que o mesmo libertou, me peguei pensando hoje como a “figura” de Deus ficou nessa história. Para muita gente, Deus foi muita coisa ou se tornou muitas outras coisas, que eu temo que Ele, na realidade, não seja.
É como se eu tivesse vendo uma pintura e tivesse sentindo algo fora do lugar. Talvez as cores, as figuras, as formas não façam jus ao que se remete. Não estou aqui para falar mal do pintor, nem para tentar dar uma definição final do que se tenta expressar. Só quero pontuar o que talvez possa estar faltando, para ser acrescentado, quem sabe refeito.
Deus não deve ser usado para avalizar personagens. Ele não está do lado de ninguém — no sentido de dar o aval para essa pessoa ser certa, errada, o indicado divino ou não. Ele está ACIMA DE TODOS. Se bem me recordo, nas páginas das Escrituras, é dito que Deus está do lado de alguém sim — Ele está do lado do órfão, da viúva, do estrangeiro, do que não tem voz… do que perdeu o direito por causa da ganância alheia.
Ele está do lado para proteger, guiar, consolar; acima para governar e transformar. Ele está do lado do cobrador de impostos que se interessa pelas boas novas. Do lado do doutor da lei que tem dúvidas legítimas e que quer conversar com Ele na calada da noite. Para quem aceita aquilo que Ele tem a dizer de verdade, Ele estará sempre do lado.
O Deus encarnado, Jesus Cristo, não se colocou do lado de figuras públicas para defende-las ou execra-las. Ele não apoiou personas, personagens. Ele se assentou ao lado de pessoas de carne e osso, gente de verdade. Ele agiu pelos injustiçados, pelos ameaçados, pelos que não tinham voz. Ele veio mostrar que é para respeitar a autoridade e devolver a dignidade. E que dá para fazer isso tudo em amor, pelo amor.
“Vejam meu Servo, aquele que escolhi. Ele é meu Amado; nele tenho grande alegria. Porei sobre ele meu Espírito, e ele proclamará justiça às nações. Não lutará nem gritará, nem levantará a voz em público. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a chama que já está fraca. Por fim, ele fará que a justiça seja vitoriosa. E seu nome será a esperança de todo o mundo”.
Mateus 12:18–21
O que Ele fez foi trazer alívio e esperança. O Deus que eu vi pintado não me trouxe nenhuma dessas sensações ou sentimentos. Mas eu sabia que aquilo ali não podia ser um retrato real Dele. Eu acredito em um Deus soberano e gracioso. Em um Deus que anda de jumento porque quer promover a paz.
A democracia não é Deus, os políticos não são Deus, as ideologias e teologias não são Deus. Essa figura desse Deus de 2018 nos levou aos extremos e soltou os monstros de dentro da gente. Nossos feeds e mensagens são a prova cabal disso. O nosso tom reagiu de acordo com o que vimos pintado ali.
E talvez esse tenha sido o nosso maior pecado esse ano. Deixar de acreditar no Deus de verdade que é maior do que tudo o que podem pintar. A gente deu lugar e importância de Deus para outras coisas, pensamentos, personas. A gente deixou que esses novos deuses nos afastassem das pessoas.
O pecado original, o primeiro de todos foi qual? O ser humano colocando-se e colocando outras coisas no lugar de Deus. E por causa disso, o ser humano não se relaciona bem com outro ser humano desde o Éden. Toda vez que a gente desvirtua demais o que Ele é a gente volta a ser Caim e Abel, Esaú e Jacó…
O melhor de tudo isso é saber que independentemente de como pintaram Deus nesse 2018, Ele continua sendo o que Ele é. E eu não quero soar como advogada de defesa nem nada, até porque Ele não precisa disso. Mas isso é um mero lembrete. Deus continua sendo amor, Ele continua sendo Santo, Santo, Santo. Ele está no controle quando todos nós estamos descontrolados.
Que no resto desse ano Ele possa se revelar a nós como Ele realmente é. E que possamos fazer uma pintura bonita para mostrar. Uma que revele beleza no lugar de estranheza. Uma pintura que traga paz.
Que Ele seja tudo em nós. E que nós possamos aprender a ser e estar pelos outros. Força e fé amigos!
