100 horas sem cigarro

Palhaço Diógenes
Deixe de Fuma agora!
4 min readAug 25, 2014

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Tabagista por mais de 7 anos. Como me sinto agora?

Neste momento fazem 100 horas que não fumo um cigarrinho se quer. A sensação que tenho é a de que Sobrevivi. Digo isso pois a abstinência já está mais tênue, tenho sentindo menos vontade de fumar, não tenho tido mais “chiliques” nervosos, nem mesmo pontos de depressão. Parece que a parte química do vicio já foi vencida mas, nem por isso me considero um vencedor.

Parar de fumar não é fácil e isso todo fumante já sabe bem. Sabemos que o vicio em tabaco é um dos vícios mais fortes e difíceis de se superar pois, envolve varias outras variáveis além da química, caso tenha interesse de um “googlada“ nas experiências com camundongos e surpreenda-se (Só não vale usar disso como um argumento a favor do vicio hein). Nessa minha tentativa de parar de fumar tenho refletido sob as variáveis do vicio e acho bacana discorrer sobre elas. Eu as definiria em 3: A Química, a Psíquica, e a Habitual.

A Química

Nas primeiras 48 horas sem o cigarro todas as variáveis do vicio ficam muito aparente. Eu procurei vencer a que eu sabia que seria a pior, a Química. Nos primeiros dias fiquei muito nervoso, qualquer motivo era motivo para uma discussão, fiquei com a garganta pulsante e com pigarros, do ponto de vista fisiológico é como se estivesse com vontade de fumar o tempo todo, parece que o nível de estresse aumenta também, pois no final do primeiro dia fiquei muito cansado.

A variável química parece ser como um gatilho para todas as outras, fiquei muito impaciente nas primeiras horas, pois a minha impaciência eu costumava matar com cigarro, fiquei com mais apetite pois percebi que comendo alivia um pouco a tensão da garganta, dos pigarros e da impaciência. Para não dizer que estou trocando seis por meia-duzia parando de fumar e comendo igual a um maluco, passei a beber mais água também pois aliviava a tensão.

Cada vez que me dava vontade de fumar, eu a negava. Após negar esta vontade você ainda fica com um resquício de vontadezinha, ela não some de sua mente de imediato fica martelando em sua mente por pelo menos uns 3 minutos e então ela some e retorna somente após 1 hora mais ou menos.

Após as 48 horas as coisas já ficam mais calmas. Não sei se é por que você aprende a controlar a vontade ou se ela ficou mais fraca. Notei que a vontade química tem sumido, percebi isso pois já não sinto vontade de fumar após acordar de uma soneca e nem após as refeições. Vejo isso como um avanço. Pense nas primeiras 48 horas como sendo um purgatório, que uma vez vencido seu caminho para felicidade estará aberto.

A Habitual

Notei que as variáveis habituais ficaram mais tênues também, talvez por que a química esteja mais controlada ou ausente.

Não tive vontade de fumar ao dirigir e nem mesmo quando cheguei do trabalho. Evidente que há uma lembrança do fumo nesses momentos, pois normalmente são momentos diferenciado que escolhemos para fumar um cigarrinho. Chegar ao trabalho, chegar em casa, ao terminar uma tarefa árdua, e assim por diante. Sempre associamos o cigarro a algum momento de prazer e criamos assim o vicio habitual.

Para lidar com esse vicio penso no cigarro como sendo uma pessoa que já partiu, vejo esse momento do vicio como uma saudade de algo ou alguém, por mais que ela incomode, ela sempre passa.

A Psíquica

De todas as variáveis, a psíquica é a mais chata. Forçar seu organismo a se abster de algo é muito difícil. É como se você estivesse em uma luta psíquica constante, bem naquele esquema do diabinho com o anjinho. Por varias vezes me peguei pensando: “Só um hoje não vai fazer mal, afinal você fumava 10 no dia” ou se não, me comparava com outros fumantes.

Você começa a ver os fumantes na rua como sendo pessoas saudáveis, não havendo sentindo você parar de fumar ou se privar até mesmo de um cigarrinho no dia.

Sei que ver as pessoas fumando não deve afetar em meu objetivo e devo me manter firme em minha posição. Sempre que tenho essas vontades “esporádicas” procuro não ligar para elas e me firmar em meu objetivo. Essas vontades aparecerão por muito tempo, sei disso pois cheguei a ficar 3 meses sem cigarro mas, foi só ir a um churrasquinho, uma roda de amigos, tomar uma cervejinha que ela retorna com tudo. Nessa hora estamos mais vulneráveis psicologicamente para lidar com ela, e é ai que mora o perigo.

Estou adotando a posição de colocar o tabaco ao lado da cocaína. Nunca me aventurei com tóxicos principalmente por teme-los. Por mais curioso que pudesse ser quanto a isso, o medo sempre falava mais alto. Estou tentando criar um medo do tabaco de modo que ele seja banido de vez da minha vida. Não podendo me dar a chance de dar um tragadinha se quer. Talvez assim eu não de brechas para retomar o consumo. Pensei em tirar a cerveja mas, entendo que não devo mudar minha vida por conta do vicio.

A cada hora que passa me sinto cada vez mais como ex-fumante. Tenho medo de contar vitória antes da hora mas dessa fez criei um plano para vencer o vicio e vou segui-lo até o fim. Espero poder escrever mais um texto relatando 0s 12 meses em breve…

Ainda está fumando? Veja por onde começar a deixar o vício.

Se inspire com minha história entendendo como foram os meses que antecederam minha conquista, e como deixei de fumar

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Palhaço Diógenes
Deixe de Fuma agora!

Não quero ser introjetado em outrem, não me importo para que outros não me importem. Prefiro ser único: sujo, devasso, errante, eloquente, vil, ímpar, negado.