Ela faria amor com ele no vaticano

Dayse Cardoso
Encantos do Coração
2 min readMar 19, 2019

Por Dayse Cardoso em 2015

Eles se conheceram há 5 anos. Era um movimento politico. Depois que acabou se aproximaram ainda que virtualmente mas o tesão que era sentido era o mais real e próximo de um samadhi tântrico. Ela o queria tão avidamente desde aqueles tempos mas o tempo passava e eles não se catavam. Vídeo chamadas, palavras, vozes que enlouquecem.
Ela o procura, se exibe mais uma vez. Ele se exibe também mas pra o mundo todo (rs). Ela percebe que mesmo depois desse tempo a urgência em sentir na pele ainda persiste. A descontração, o tesão, a afinidade … tudo isso junto.
Ela seguiu pra o bairro estelar evitando criar expectativas mas com receio de que rolasse algum clima desconexo. Tudo bem, tudo certo… o tesão ia além de fazer sexo. Um beck na mochila e vários na cabeça, duas garrafas de vinho, livro “Cem anos de solidão”… A viagem é longa.
Depois de algumas cervejas, ela está finalmente dentro do quarto. Eles se atracam e só conseguem parar quando o corpo não responde mais — ou o cérebro. A dança acontece incrível, perfeita. O suor, a pele, a voz, ele dentro dela macio e agressivo. Tesão que escorre. Pele vibra. Fogo.
A kundalini se contorce dentro dela visivelmente. Um prazer diáfano que escoa por todos os poros, pelos ouvidos… A escuta no corpo dela acontece de dentro pra fora de fora pra dentro at the same time. Algo maior que eles dois assume a cena e por serem afins na sua forma de disponibilidade…. crush.
Ela ama aquela liberdade pra beijar. Eles se esfregam no próprio suor, ela geme e grita. Ele sussurra guiando seu orgasmo. Ele goza dentro dela. Ela sabe das consequências pesadas do dia seguinte mas gosta de voltar pra casa com o sêmen daquele homem.
Nos dias seguintes ela tem flashbacks o tempo todo. De repente seu corpo quente, um torpor e o movimento serpentino apontando em seu ventre. Hormônios à flor da pele, ela sente dores, sangra muito e sente mais tesão. Ela o convida, abre as portas para ele dormir lá no aqui dela sempre que quiser mas ele não quis, não pôde, não veio. Ela fica com o que ficou e percebe que esta ausência vale como presença. Ela chora e ama a força visceral e cortante que agiu através dele e dela naquele encontro.
Quando a gente gosta de quem se é junto de alguém… fudeu… e que foda gostosa. Acabaram se revendo. Mesas de bar brindes risadas resenhas. Sexo fodástico again. Caminharam macio. Mais cerveja mais toque.
Ela disse eu te amo baixinho enquanto ele dormia.

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Dayse Cardoso
Encantos do Coração

Yoguini, reikiana, fotógrafa, mãe, investigadora em dança e palhaçaria e se arrisca em escrever.