Bombas entre carros e prisão de manifestante sentada marca ato contra tarifa

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3 min readJan 23, 2019
Foto: Gustavo Oliveira / eDemocratize

Enquanto o Movimento Passe Livre dribla menor adesão e “boicote” de partidos de esquerda, a Polícia Militar do governador João Doria continua sua perseguição implacável contra manifestantes.

Por Francisco Toledo

No terceiro ato contra o aumento da tarifa no transporte público em São Paulo já pôde ser visto menor adesão: cerca de 700 pessoas participaram do protesto convocado pelo Passe Livre, nesta terça (22) em São Paulo.

Por outro lado, o aparato policial continuou desproporcional. Dezenas de viaturas e centenas de policiais foram destacados para acompanhar a manifestação, que saiu no final da tarde da Praça da Sé até a esquina da Avenida Paulista com a Brigadeiro.

Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

O ato seguiu de forma pacífica até o seu destino, quando a PM decidiu bloquear todos os acessos para a avenida mais importante de São Paulo, cercando os manifestantes.

Neste momento, partidários de siglas de esquerda como PSTU decidiram por abandonar a manifestação, acatando as ordens da Polícia Militar. Por outro lado, pelo menos metade dos manifestantes optaram por furar o bloqueio da polícia, e continuar o ato atravessando a Avenida Paulista até a Rua Augusta, onde desceu sentido centro novamente.

No trajeto, os manifestantes passaram em frente ao vão livre do MASP, onde ocorria um debate contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que facilita a posse de arma de fogo. Os participantes aplaudiram a manifestação, mas recusaram o convite para caminhar junto ao ato contra a tarifa. A figura central que participava do debate era Guilherme Boulos, ex-presidenciável pelo PSOL e coordenador do MTST, mostrando um “racha” entre Passe Livre e demais organizações de esquerda, que boicotaram o protesto.

Foto: Gustavo Oliveira / eDemocratize

Mesmo assim, em clima de fuga, manifestantes desceram a Rua Augusta entre os carros que passavam na região, chegando na Rua da Consolação, onde a polícia jogou bombas de efeito moral na tentativa de dispersar o ato — que prosseguiu, atravessando no meio dos automóveis, enquanto policiais da Rocam tentavam efetuar prisões. Pelo menos mais uma bomba de efeito moral foi disparada pela polícia em direção ao ato, atingindo também os carros e motos que estavam parados no tráfego.

Chegando na República o ato dispersou. Mas sem antes a PM prender uma manifestante que estava apenas sentada em frente ao metrô, acusada de desacato, causando mais confusão.

O próximo ato contra a tarifa será no dia 30, quarta-feira, com concentração no Largo da Batata.

Veja mais fotos abaixo.

Fotos: Francisco Toledo / eDemocratize
Fotos: Gustavo Oliveira / eDemocratize

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