Doria atropela livre manifestação em ato contra tarifa

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4 min readJan 11, 2019
Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

Segundo o Passe Livre, cerca de 20 mil pessoas protestaram contra o aumento da tarifa do transporte público nesta quinta-feira (10) em São Paulo. Ato estava programado para terminar na Praça do Ciclista — a Polícia Militar, porém, interviu e não permitiu o grupo de chegar no seu destino, causando confrontos isolados pela região.

Por Francisco Toledo

No primeiro teste do ano para o recém-eleito governador João Doria, cerca de 20 mil pessoas — segundo organização — participaram do ato contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo nesta quinta-feira, 10.

Com concentração em frente ao Teatro Municipal, o esforço do tucano para mostrar serviço já era visível: guardas da GCM impediram os manifestantes de se concentrar nas escadarias do teatro, como de costume quando acontecem protestos na região.

Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

O Passe Livre, grupo que organizou o ato, é contra o aumento em trinta centavos na tarifa do ônibus, metrô e trem de São Paulo. Segundo o grupo e especialistas, o aumento do valor da passagem vai do lado contrário ao da inflação, beneficiando apenas as empresas de transporte e penalizando os passageiros — em geral trabalhadores e estudantes.

O protesto começou sem problemas até passar pelo prédio da prefeitura municipal — do também tucano Bruno Covas. Manifestantes programavam a ida do ato até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, indo contra a determinação da prefeitura e do governo estadual, que mobilizou barreiras policiais nas ruas adjacentes do centro para impedir a ida até a região.

Isso causou uma série de idas e voltas pelo centro da cidade, passando pela região da estação São Bento e Av. São João, chegando finalmente na Rua da Consolação.

Em determinado momento uma bomba de efeito moral explodiu na esquina entre Ipiranga e Consolação. Segundo a polícia um manifestante teria jogado uma pedra contra agentes de segurança — informação negada por manifestantes e jornalistas, que acusaram a presença de policiais infiltrados no ato, que teriam causado a situação para impedir que os manifestantes caminhassem em direção à Av. Paulista.

Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

Mesmo assim, o Passe Livre mobilizou os participantes para que continuassem o protesto — com sucesso. Porém chegando nas proximidades da Paulista a Polícia Militar impediu a subida em direção à Praça do Ciclista mais uma vez, forçando a organização a encerrar o ato ainda na Consolação. Após a tradicional queima da catraca, um jogral foi feito criticando a decisão autoritária do governador João Doria de impedir a manifestação de prosseguir conforme o decidido pelos manifestantes.

Após o encerramento, grupos isolados foram em direção ao metrô Consolação na Avenida Paulista, causando atritos com a Polícia Militar que já estava no local. Uma bomba de efeito moral e gás lacrimogêneo foi disparada na esquina com a Bela Cintra, deixando pedestres e trabalhadores da região em pânico. Segundo testemunhas ouvidas pela reportagem, a bomba teria sido jogada pela PM após um manifestante levantar uma bandeira contra o aumento das passagens na avenida.

Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

O Passe Livre já tem data para o segundo ato: quarta-feira, 16, com concentração justamente na Praça do Ciclista.

Agora basta esperar para ver a reação do governo estadual, que nas mãos de Doria parece não entender o significado de livre manifestação.

Veja mais fotos do ato abaixo, por Reinaldo Meneguim e Francisco Toledo.

Fotos: Francisco Toledo / eDemocratize
Fotos: Francisco Toledo / eDemocratize
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Fotos: Francisco Toledo / eDemocratize
Fotos: Reinaldo Meneguim / eDemocratize
Foto: Reinaldo Meneguim / eDemocratize

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