Não vai sobrar ninguém: empresário diz ter repassado propina para políticos do PMDB, PT, PSDB e DEM

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2 min readJun 15, 2016

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, relata ter repassado propina para políticos de partidos diferentes, passando do PMDB até o PSDB e PT. O partido do presidente interino Michel Temer teria sido o que mais arrecadou: R$100 milhões, conforme o depoimento do empresário.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o empresário disse em delação premiada que os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.

A lista de políticos afeta principalmente o PMDB e alguns partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff.

No PSDB, o ex-senador Sérgio Guerra, falecido em 2014, teria sido um dos beneficiados. Guerra já foi citado em outras delações da Lava Jato, envolvendo até mesmo o nome do senador Aécio Neves (PSDB) em casos de corrupção em Furnas.

Já no DEM, foram dois beneficiados: o senador José Agripino Maia e o deputado Felipe Maia.

No ano passado, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito para investigar Agripino. Na época, o senador já havia sido citado em delação premiada de empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de R$1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado.

Recentemente, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), indicou “operações suspeitas de lavagem de dinheiro” envolvendo o presidente do DEM, no valor de mais de R$15 milhões.

Já no PMDB, além dos nomes já reconhecidos como Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney, outros três foram citados: Henrique Eduardo Alves, Garibaldi Alves, Valter Alves e Valdir Raupp.

Foi nas mãos de Sérgio Machado que dois ministros do governo interino de Michel Temer cairam: em escutas telefônicas, tanto Romero Jucá (Planejamento) quanto Fabiano Silveira (Transparência) foram flagrados tentando “brecar” a Operação Lava Jato, e utilizando o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff para conseguir seu objetivo.

Além dos quadros do PMDB, PSDB e DEM, nomes relacionados ao governo Dilma Rousseff também teriam recebido propina do empresário.

Entre eles: Cândido Vaccarezza (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Luiz Sérgio (PT), Edson Santos (PT), Ideli Salvatti (PT) e Jorge Bittar (PT).

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