Polícia ataca imprensa durante protesto contra aumento das passagens

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3 min readJan 17, 2019
Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

A Polícia Militar de São Paulo atacou de forma indiscriminada a manifestação contra o aumento das passagens no transporte público nesta quarta-feira (16). Cerca de 19 pessoas foram presas, além de jornalistas agredidos por oficiais de segurança.

Por Francisco Toledo

O segundo ato contra o aumento de 30 centavos nas passagens do transporte público em São Paulo ficou marcado pela violência policial nesta quarta-feira.

O protesto, marcado com concentração na Praça do Ciclista na Avenida Paulista, começou com pelo menos 7 prisões e uma bomba de efeito moral disparada pelos policiais. Mesmo assim o Movimento Passe Livre, organizador do ato, conseguiu reunir ao menos 2 mil pessoas com o objetivo de caminhar pela cidade — o que não foi permitido pela PM, com a afirmação de que o protesto não havia sido previamente informado.

Manifestantes participavam do jogral minutos antes do ataque da PM, ainda na Praça do Ciclista — Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

Durante o jogral ainda na concentração, mais uma detenção ocorreu. Manifestantes tentaram ajudar o rapaz que estava sendo abordado pela polícia, causando mais bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Neste momento alguns jornalistas e fotógrafos foram atingidos de forma proposital por policiais, incluindo Daniel Arroyo, da Ponte Jornalismo, que ficou ferido na perna.

Mesmo antes do ataque efetuado pela polícia, vários jornalistas reclamavam da forma que haviam sido tratados pelos PMs, com diversas ameaças e agressões físicas.

O fotojornalista Daniel Arroyo, da Ponte Jornalismo, exibe ferimento causado por bala de borracha disparada pela Polícia Militar — Foto: Francisco Toledo / eDemocratize

Ainda assim, o MPL conseguiu reunir centenas de manifestantes que resistiram contra a agressão policial, caminhando em direção ao centro da cidade, sendo interrompidos de forma forçada pela polícia na Praça Roosevelt. Lá, mais um jogral foi feito reafirmando a necessidade de reduzir a tarifa do transporte público, e convocando um próximo ato para terça-feira (22) com concentração na Praça da Sé.

Após o encerramento do ato pelo Passe Livre, cerca de 40 manifestantes ainda resistiram trancando a Rua Consolação em ambos os lados, por pelo menos meia hora. Bastou para a polícia começar a atacar e perseguir os que resistiam, caminhando pelas ruas do centro sentido metrô Santa Cecília. Nas proximidades da Faculdade do Mackenzie, mais manifestantes foram detidos e presos pela Polícia Militar.

Veja mais fotos do ato, por Francisco Toledo.

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