Conto Erótico #1

Janaína Simplício
Senta, que te conto.
8 min readMay 2, 2020
Uma pintura de um homem beijando o pescoço de uma mulher
(Lovers Passion, por Carmen Tyrrell)

Sexta-feira à noite, eu e ele resolvemos assistir alguma coisa antes de dormimos. Escolhemos um filme bem mamão-com-açúcar, Pássaro Branco na Nevasca. Semi-deitados, travesseiros davam apoio às costas dele e eu, pra variar, estava praticamente montada, com a cabeça encostada no peito e com a perna direita em cima das coxas dele. Os braços me envolviam e as mãos dele me faziam carinho pelas costas, nuca e cabelos. O ponto altíssimo — e único — do longa pra mim, até então, foi a atriz, Shailene Woodley, absolutamente impecável. Num dado momento, Kat, personagem interpretada por esta mulher, conhece o delegado que conduz o caso do sumiço da mãe. Interessei-me! Soube antes de qualquer sinal que ela o flertaria, assim que o episódio na delegacia começa.

Mais tarde, a cena em que ela chega no apartamento dele trajada com um vestido curto preto, uma jaqueta jeans por cima, botas também pretas, cabelos lisos soltos… Instigou tanto, que ainda está bem clara na minha memória. No jogo de sedução, ela me conduziu junto com ela. Como eu me enxerguei ali, aos 19 anos. Senti um mergulho nas emoções, ainda que não profundo, na hora em que ela aceita uma cerveja e senta no sofá marrom, ao lado do braço esquerdo. Tira a jaqueta, cruza as pernas e apoia as costas. Respira. Mãos inquietas e “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Identifiquei-me tanto com a segurança tímida desta jovem mulher quanto com o frisson e a excitação por ter um homem na outra ponta do sofá, sentado no braço, com os cotovelos apoiados nas pernas escancaradas e que, entre um gole e outro de cerveja, afirma que sabe que ela tinha ido até lá para seduzi-lo — e que havia funcionado.

A minha respiração e a dela, sincrônicas — e separadas por uma tela. Se antes estava no raso, fui mais fundo. O delegado se aproxima dela e eles se beijam. Ela com os mesmos “olhos de ressaca”, deixa-se fitar enquanto abre o vestido preto que contrasta a pele branca, expondo os seios. Senti o meu corpo um pouco teso e muito quente, como se quem estivesse expondo os seios era eu.

Firmei minha mão direita no peito dele e, junto com a minha perna, puxei o corpo daquele homem contra o meu. Gemi. Minha virilha, que já encostava no quadril dele, subiu e desceu. Ao mesmo tempo em que rocei levemente o meu joelho bem entre o meio daquelas coxas, também esfreguei o meu rosto no peito dele. Ele apertou o abraço, suspirou. Olhei nos olhos dele, lambi e mordi meu lábio inferior sem nem pensar. Ele captou o recado.

Segurou minha nuca e tascou um beijo lascivo na minha boca. Fogoso, molhado, gostoso. Meus dedos se perderam nos cabelos dele, assim como os dedos dele se perderam nos meu cabelos cacheados. Logo me colocou deitada e se posicionou praticamente todo em cima de mim, meio de lado. Respirei fundo e relaxei. Pés, pernas, barrigas, peitos… absolutamente tudo interligado! Os olhos? “Vá, de ressaca.”

Entre-mim-entre-ele-entre-nós.

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No emaranhado dos meus cabelos cacheados, ele fechou o punho — eu fechei os olhos e iniciei uma inspiração profunda. Sabia bem o que seguiria nos próximos segundos… Ele fixou o olhar em mim e, a fim de expor o meu pescoço, começou a puxar os meus cabelos no mesmo instante em que comecei a expirar todo o ar que tinha tomado. Com a língua relaxada, lambeu meu ombro e continuou pelo meu pescoço. Apertei-o na cintura com as duas mãos, abri a garganta e gemi.

– Geme, safada! — Ele sussurrou no meu ouvido.

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Gemi mais. Senti meu sexo pulsar, esquentar e molhar. Ele fincou a perna no meio das minhas enquanto ainda me domava pelos cabelos, passeava a língua por pescoço, orelha, queixo, boca e esfregava na minha coxa o pau que ganhava volume. Percorri as costas dele com as pontas dos dedos, livrei-nos das primeiras barreiras de tecido. Tirei a blusa dele, tirei a minha. Pele a pele, peito com peito, coração com coração _que a esta altura estava fora do compasso.

Voltamos a nos beijar, ele se encaixou entre as minhas pernas. Invadi a parte de baixo do pijama dele, apertei-lhe a bunda e com ajuda das minhas pernas trouxe o corpo dele mais próximo do meu com o intuito de sentir cada célula, cada pêlo, cada parte. O beijo era ainda mais quente, ainda mais molhado. Segurou meu rosto com uma das mãos e explorou cada pedaço da minha boca como se nunca tivesse provado dela. Minhas mãos perdidas abusaram — e se deliciaram — pelas curvas do corpo dele.

– Tá molhada? — Ele perguntou no pé do meu ouvido.

– Por que você não sente? — Respondi.

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Acabamos, por fim, desnudando um ao outro, um para o outro. A mão dele, atendendo ao meu pedido, deslizou rapidamente pelo meu corpo a caminho do meu sexo e, sem tardar, resvalou entre as minhas pernas e ali se perdeu. Eu estava ensopada! Segurei o pau dele com firmeza, desejando com força que ele estivesse dentro de mim naquele momento. Os dedos escorregaram entre os meus lábios, nós dois gememos. Apertei carinhosamente o pau dele que continuava na minha mão. Senti pulsar e ficar mais rijo. Ainda agarrada ao cacete dele, passei o polegar por toda a cabeça _que babou e melou deliciosamente. Consegui, por um átimo de tempo, sentir o gosto da porra dele. Os dedos, lambuzados, não mais resistiram e embrenharam-se na minha buceta. Arqueei as costas, soltei um gemido alto, longo.

Ele tirou os dedos da minha buceta e levou para a minha boca. Passou nos meus lábios e me beijou, enfiando os dedos em mim de novo. Desceu, apertou e chupou meus peitos, alisou meu tronco. Sentiu meu corpo arrepiar e implorar por mais. Aterrissou na minha virilha, escancarou ainda mais minhas pernas. Ficou a altura para receber na boca todo o mel que brotava de mim. Começou lambendo a parte interna das minhas coxas, foi expondo e abrindo aos poucos o meu sexo. Fui ficando cada vez mais entregue — e ansiosa — ao passo que ele aproximava a boca do meu clitóris. Soltou um ar quente, como se me preparasse para sentir a língua dele, também quente, bem ali.

Perguntou-me se estava gostoso e, simplesmente, não consegui falar. Ele usava do meu suco pra explorar com os dedos a minha bunda, com toques sutis e movimentos circulares. Meus dedos entre os cabelos dele o conduziam a fim de mais pressão. Bebeu, lambeu, explorou, descobriu cada lugarzinho e vez ou outra invadiu minha buceta, sem dó nem piedade. Eu ali, diante dele, pegando fogo, sentindo meu líquido escorrer cada vez mais. Com as unhas plantadas na minha própria bunda, arreganhei ela inteira pra ele. O deleite dele ao abusar do meu corpo me enchia de tesão. A língua dele? Castigava-me! Meu corpo? Inebriado! As mãos correram para a minha bunda mais uma vez e não demorou pros dedos dele voltarem a rondar meu cuzinho. Encharquei ainda mais, passei a rebolar como quem procurava ir além.

Ele passou a me acariciar com mais vigor e fui experimentando um formigamento que só crescia. A língua afável e úmida ainda me explorava e a saliva dele escorria, entre meus lábios, pernas e bunda. Um dedo ultrapassou a entrada do meu cu, vagarosamente. Uma onda de calor se propagou em mim, tomando cada centímetro, cada espaço, cada lugar.

– Ei, relaxa… — Disse ele sereno, durante essa pausa e com os olhos nos meus.

Eu estava a ponto de explodir, mas tentei obedecer ao comando. Gosto disso! E ao passo que fui relaxando, fui sentindo e logo sinalizei pra ele:

– Vou gozar na sua boca!

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Ele não falou nada, só gemeu gostoso enquanto intensificou todos os movimentos. Gozei, gritei, senti meu sexo arder enquanto puxei com força os cabelos dele. Achei que não seria mais capaz de aguentar quando ele colocou um dedo na minha buceta ao passo que mantinha o outro no cu.

– Isso… goza pra mim enquanto eu meto os dedos em você. Quero ouvir você gemer!

Continuei gozando, enlouquecida. Senti um puta prazer quando ele veio me beijar a boca e senti o meu gosto, assim como o meu cheiro nele. Jogada sobre a cama, com o corpo entorpecido, a respiração pesada e a sensação de fastio. O gozo recendia no quarto enquanto eu ainda gemia, baixo agora.

– Vira pra mim?

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Abri os olhos e procurei imediatamente as pupilas que tanto me contemplavam. Atendi à súplica deste homem com o maior dos meus prazeres. Ele, sem cansar, abocanhou minha bunda, minha cintura, se encaixou entre as minhas pernas e subiu beijando minhas costas, lambendo toda a minha espinha dorsal. Deixou o próprio pau escorregar pelo desenho da minha buceta, mordeu minha nuca com vontade e com uma certa impaciência. Reclamei, mas também me excitei. Ele alisava a minha buceta e a minha bunda com o membro absurdamente teso, sentindo prazer na deliciosa tortura da espera. Parecia que ele precisava de um aval para seguir _e eu sabia exatamente aonde ele queria chegar. Foi quando empinei, oferecendo a minha bunda para ele.

– Vem, gostoso!

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Ele, óbvio, nem questionou! Posicionou o pau, lambuzado de mim e passou no meu cu. Resistiu a entrada aos poucos, enquanto eu torcia a fronha do travesseiro. Um misto de tesão e de tensão que me alucinavam.

Devagar, devagar, devagar…

Ele insiste. Devagar e firme. Experienciei cada segundo ao passo em que cedia. A cabeça enfrentou a entrada e o corpo foi até o fundo. Devagar. Soltei outro gemido longo enquanto o meu corpo, que estava todo retesado, relaxava, mais uma vez, de prazer. Os movimentos dele eram sem pressa, meus cabelos eram delicadamente acariciados.

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– Você está linda! — Ele diz e sorri.

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Olhei para ele por cima do ombro, sorri de volta com uma feição devassa impossível de ser negada, enquanto ele me enrabava. Gemi gostoso e junto com ele à medida em que o ritmo acelerava.

– Gostosa! Tá curtindo no cuzinho?

– Puta que pariu, muito!

– Então rebola essa bunda pra mim!

Como negar? Fiz que sim com a cabeça, dei um sorriso sem-vergonha e ganhei um tapa estalado na bunda. Ele aumentou ainda mais o ritmo. Pedi mais, com mais intensidade. Ele separou as minhas nádegas recém-marcadas pelas minhas unhas, a fim de ver melhor o pau entrando e saindo.

– Nossa, não para! — Ele anunciou que iria gozar — Tá uma delícia!

– Quer gozar? Quer me encher com a sua porra?

Ele passou a mexer mais rápido e explodiu dentro de mim logo em seguida, enquanto cravava as unhas na minha cintura. Ele gemia alto, tremia inteiro e senti algumas gotas de suor pingando nas minhas costas. Com os corpos quentes, parecia faltar ar no quarto. Ele caiu ao meu lado, extenuado. Cruzamos olhares safados, trocamos carinho, sorrimos um para o outro. O silêncio e as tomadas profundas de ar, a fim de recuperar o fôlego, diziam muito sobre aquele exato momento. Estávamos esgotados _e felizes!

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Nota: licença poética para acentuar pelo e por trocar a letra O por U na palavra boceta.

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Janaína Simplício
Senta, que te conto.

Plural-singular, um caldeirão sanguíneo com uma generosa pitada colérica. No fio da navalha, vivo à beira das emoções e gosto de eternizá-las pelas palavras.