O que é blockchain?

Endy G. Hwang
Descentralizados
Published in
3 min readNov 17, 2018

Apesar da globalização ter diminuído distâncias, resultados negativos da má fé e má gestão de agentes centrais também se tornaram mais susceptíveis a impactos globais. Um dos exemplos principais foi em 2008, quando experienciamos uma das maiores crises financeiras mundiais. Lehman Brothers, na época o 4º maior maior banco de investimento dos Estados Unidos com mais de 25,000 funcionários ao redor do mundo, entrou em falência.

Até então, críticas e sugestões em relação a concentração de poder nas mãos de poucos, sempre existiram, mas a presença de um sistema revolucionário e acessível nunca havia sido introduzido. Foi somente em 2008 que um grupo/pessoa conhecida pelo pseudônimo “Satoshi Nakamoto” postou o primeiro white paper (livro branco) sobre Bitcoin, um sistema baseado na tecnologia blockchain” que mudaria a nossa visão sobre o mundo.

A princípio, Bitcoin foi criado com o propósito de permitir transações financeiras puramente peer-to-peer, ou seja, diretamente entre usuários sem a necessidade de intermediários, uma plataforma totalmente descentralizada. As maiores vantagens sobre essa nova tecnologia incluem anonimidade, segurança e confiança.

Mas afinal, o que é blockchain?

Blockchain nada mais é que um banco de dados criptografado composto por blocos conectados por “correntes” onde cada bloco possui registros sobre uma ou mais transações. Todos os registros desde o bloco gênesis (o primeiro bloco da corrente) são salvos em todos os nodes (participantes da rede) e constantemente verificados. Para que ataques maliciosos sobre a rede ocorra, é necessário que no mínimo 51% dos participantes se unam para modificar a rede, caso contrário, qualquer tipo de informação inconsistente será ignorada.

Ainda está confuso?

De uma maneira simples, blockchain possibilita transações diretas entre usuários sem a necessidade de divulgar qualquer tipo de informação pessoal e torna quase impossível o hackeamento dessas informações. A distribuição dos registros pela rede faz com que todos os participantes possuam o mesmo histórico que são utilizados para confirmar a autenticidade das informações. Este método exclui a necessidade de um agente central, tornando todos responsáveis pela manutenção das informações, criando um ambiente transparente.

Vale a pena entender que muitos dos ativos ou bens atualmente existentes em redes blockchain não necessariamente existem. Assim como mencionado anteriormente, a rede contém somente registros. Um exemplo disso seria se todas as moedas fiduciárias fossem destruídas, tornando os valores digitais contidos nos sistemas dos bancos as únicas “moedas” existentes. Mesmo nesse cenário, seria possível efetuar transações através de transferências online ou cartões de débitos (pense em alguém que somente pague com cartão e nunca carregue nenhuma nota, a não utilização da moeda física não exclui o valor digital contido no sistema bancário). Assim como valores de mercadorias foram transferidos para moedas fiduciárias, estamos presenciando uma nova transição de valor para dados digitais.

Muitos ainda confundem a relação entre Bitcoin e blockchain. Bitcoin não é blockchain e blockchain não Bitcoin. Bitcoin na verdade são duas coisas: a cryptomoeda BTC e o protocolo Bitcoin. Ambos utilizam a tecnologia blockchain para exercer suas respectivas funções.

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