Você é péssimo em fazer planos

Tudo bem, isso é um comum para um ser humano. Mas como garantir que o seu eu do futuro vai fazer o que você decide no presente?

Samuel de Almeida
Desen
3 min readMar 6, 2018

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Apesar de termos uma imaginação fértil, nós costumamos usar mal a nossa capacidade de antecipar o futuro, e isso cria um abismo entre o que planejamos e o que realmente acontece.

Essa divergência provoca frustração e culpa, que nos levam a querer desistir do que é importante.

Se queremos comer um prato mais saudável, por exemplo, vamos pensar apenas o seguinte: amanhã eu vou comer uma salada com frango. No máximo, escreveremos isso em algum lugar, para não esquecer.

Esse é o nosso planejamento padrão para uma ação no futuro: saber que devemos fazer algo > decidir que será feito > anotar para garantir que lembraremos.

Quase nunca consideramos o que estará ao redor da nossa ação: em que contexto nós iremos agir.

No caso de comer uma salada com frango, por exemplo, imaginamos que na hora do almoço bastará sentar e comer.

Esquecemos de levar em consideração a fome imensa depois de passar a manhã toda fazendo algo, a pressa para voltar ao trabalho pela tarde, o fato óbvio de que a comida deve ser preparada, e então, quando o momento chega, a nossa mente primitiva assume facilmente o controle:

Sinto fome = Preciso comer o mais rápido possível = É melhor escolher algo que me deixe com uma sensação de saciedade em poucos minutos = Almoço pesado.

O mesmo acontece em outros planos.

Decidimos que amanhã finalmente é o dia de começar a escrever, mas abrimos o computador e ele mostra aquele vídeo que estava sendo assistido antes de dormir.

A mente primitiva grita “RECOMPENSA INSTANTÂNEA!” e você tem aquela sensação de que não custa nada, só cinco minutos.

Quando percebe, já perdeu quase uma hora na sequência de vídeos recomendados.

Essa mente primitiva funciona muito bem na sua principal função: nos manter vivos.

Se estamos com fome, sede, sono ou cansaço, ela vai “desligar” a mente racional e cuidar para que tais necessidades sejam satisfeitas.

Ela também se distrai facilmente — o que ajudou a evitar que fossemos a refeição de um predador à espreita no passado, ou que sejamos atropelados por aquele carro que surge exatamente quando pisamos fora da calçada, por exemplo.

Por outro lado, essa distração é o que nos impede de comer a salada ou escrever o texto se não planejamos o contexto em que a ação deve ocorrer.

Sabendo disso, o que podemos fazer é antecipar o melhor possível qual será a situação real em que o nosso plano ganhará vida. Nos esforçar para sermos planejadores melhores.

Se vamos estar morrendo de fome na hora do almoço, é melhor já ter a salada e o frango prontos, ou iremos acabar comendo qualquer coisa ao alcance.

Se precisaremos nos concentrar para escrever, é melhor deixar o computador preparado para isso; com o editor aberto e todas as distrações fechadas. Se for possível desligar a internet, melhor ainda.

Conseguir imaginar um cenário para uma ação é algo que não exige tanto esforço, e dessa forma, podemos usar todo o poder de um cérebro super desenvolvido para ajudar o nosso eu do futuro com algo mais impactante do que uma notinha em um post-it.

A capacidade de fazer planos melhores já existe em você. Aproveite!

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Samuel de Almeida
Desen

Aquela bio com uma crise existencial por não saber me definir.