Como evoluí na profissão de product designer na Conta Azul

Larissa Amorim
Conta Azul Design
Published in
7 min readNov 30, 2023

Na Conta Azul, eu tive minha primeira oportunidade de atuar como product designer. Neste artigo, vou contar sobre a minha jornada nesta profissão e compartilhar o que tive que fazer na prática para superar dificuldades e evoluir na minha carreira.

Em uma trajetória profissional de uma década, trabalhando em diferentes funções, tive a oportunidade de vivenciar muitas experiências que contribuíram para o meu crescimento.

Mas a história que quero compartilhar aqui é a minha evolução na direção do design estratégico e as práticas que têm sido fundamentais nessa jornada.

O primeiro contato com o design

Meu primeiro contato com o mundo do design aconteceu quando fui product owner de um time focado em financiamento de veículos.

Por meio de trabalho colaborativo com designers, percebi o quanto me identificava com essa área de atuação.

Adorava a ideia de criar experiências incríveis para os usuários e fui encorajada por colegas que diziam que eu “tinha jeito” para a área.

Decidi aprofundar meus conhecimentos e me matriculei em um curso de UX, UI e Product Design.

Foi uma jornada de aprendizado teórico e prático que impulsionou minha paixão pelo design e reforçou minha decisão de seguir essa carreira.

Conta Azul: uma fonte de inspiração

Durante meu curso, a Conta Azul se destacava como uma empresa admirada por sua cultura de trabalho inspiradora e referência em design.

Assim que concluí o curso, decidi que queria fazer parte desse time. Participei de um processo seletivo e conquistei minha primeira posição como designer.

Minha estreia como designer

#ParaTodosVerem: na imagem, há uma montagem com várias ilustrações e 16 post-its digitais espalhados, simulando um quadro de post-its. O fundo deste quadro é azul, e os post-its têm cores diferentes. Em cada post-it está uma mensagem de boas-vindas para mim, e cada mensagem foi escrita por um designer do time da Conta Azul.

Ao entrar na Conta Azul e ter o primeiro contato com um time de design tão dedicado, eu sabia que precisava dar o meu melhor para acompanhar essa galera.

Inicialmente, atuei na squad de Banking, onde enfrentamos o desafio de desenvolver a Conta PJ, um projeto fundamental para a empresa.

Minha falta de experiência gerava inseguranças. No entanto, a cultura da Conta Azul, baseada na colaboração e na empatia, proporcionou o suporte necessário para eu desenvolver minhas habilidades de designer.

Trabalhar ao lado de líderes e designers nível mundial foi uma experiência enriquecedora que abriu caminho para o meu crescimento.

Transformando conhecimento em ação

Na squad de Banking, atuava principalmente na prototipação e no apoio a designers seniores.

Essa foi a oportunidade de observar a rotina do time e aprender sobre colaboração com product managers, comunicação com desenvolvedores, documentação de protótipos no Figma e o processo de discovery, incluindo criação de roteiros de pesquisa e testes de usabilidade.

No entanto, devido à minha pouca experiência, por vezes, tinha dificuldades em expressar minhas ideias em reuniões.

Minha responsabilidade era traduzir ideias pré-definidas em fluxos que atendessem às regras do negócio e proporcionassem uma excelente experiência ao usuário.

Minha constante reflexão era: como posso demonstrar o valor do meu trabalho e aplicar o conhecimento que adquiri?

Com o tempo, minha confiança cresceu. À medida que superei minhas inseguranças, tornei-me mais comunicativa nas reuniões de cocriação e alinhamento.

Passei a liderar dinâmicas com os stakeholders, conduzir pesquisas com usuários e realizar testes de usabilidade.

Após oito meses na squad de Banking, fiz a transição para a squad de Value Stream, onde estou atualmente.

Uma nova oportunidade

Na squad de Value Stream, fui alocada como a única designer do time de Retenção e Expansão, cujos principais objetivos são: reter nossos usuários, expandir nossos produtos e gerenciar a plataforma de faturamento, para minimizar o número de chamados internos.

Ao mudar de squad, enxerguei a chance de evoluir ainda mais. Agora, eu teria a oportunidade de fazer muito mais do que traduzir ideias pré-definidas, eu poderia conduzir estratégias de design que se tornariam parte do produto.

Para isso, contudo, ainda precisava superar minha principal dificuldade: a comunicação.

Decidi, então, aprimorar minhas habilidades nessa área e desenvolver um processo para me adaptar mais rapidamente à nova dinâmica, garantindo a confiança do time.

Este processo deu muito certo para mim, por isso quero compartilhar com vocês.

Minhas práticas atuais

Aqui estão as práticas que adotei para impulsionar minha evolução como product designer:

1. Conheça sua equipe e identifique as dores

  • Realize reuniões de blueprint para compreender os processos internos;
  • Participe de reuniões de alinhamento para identificar as principais dores;
  • Analise o histórico de chamados dos clientes para obter insights;
  • Inicie reuniões de alinhamento com os principais stakeholders para extrair informações.

Além do product manager e time de engenharia, contamos muito com o apoio do time de atendimento, ou seja, as pessoas que estão no dia a dia falando com os clientes.

Logo entendi que precisava conversar com elas, já que isso me ajudaria a levantar ainda mais informações e possíveis insights de melhorias no produto.

2. Esteja presente e compartilhe

  • Participe das reuniões diárias e mantenha-se atento a todos os rituais do time;
  • Compartilhe as novidades de produto, mudanças de rota e informações relevantes;
  • Peça feedback do time sobre suas entregas.

Se tem algo que entendi bem é que o time técnico tem muito conhecimento do produto, e isso otimiza as entregas, promove a união do time e integra todos, mesmo em projetos simples.

Além de conhecer melhor o meu time, participar das dailies tem me permitido conhecer mais o produto e compreender as dores do dia a dia, para que eu possa tirar insights e pensar em soluções inovadoras.

Mesmo que, de vez em quando, você não tenha nada para compartilhar, minha sugestão é que participe de todos os rituais do seu time.

Também tenho a rotina de compartilhar as ideias em construção com o nosso GPM.

Sabemos que as lideranças possuem uma rotina corrida, e muitas vezes não conseguem estar presentes em algumas reuniões de alinhamento. Mesmo assim, procuro mantê-lo atualizado sobre as evoluções e pedir feedback.

3. Mostre sua visão de negócio

  • Sinta-se à vontade para apresentar o seu ponto de vista sempre que possível.

Durante as reuniões de alinhamento, considero importante mostrar o meu ponto de vista das soluções propostas, sendo ele positivo ou negativo, afinal, sou a responsável pela experiência do usuário.

Com isso, o antigo receio em abrir o microfone em reuniões de liderança foi desaparecendo, e passei a mostrar mais a minha visão.

4. Documente as demandas

  • Documente as demandas com o máximo de detalhes no Confluence ou em outro sistema de documentação utilizado pela empresa;
  • Detalhe os fluxos no Figma ou em outra plataforma de prototipação para facilitar a compreensão.

Sabemos que a atuação em produto está em constante movimento e mudanças, e é mais raro atuarmos com foco em apenas uma entrega por um período, sendo assim, é imprescindível documentar o que estamos desenvolvendo.

Estas documentações podem ajudar todo o time na busca pelo histórico de mudanças, objetivo da entrega, processo de evolução, riscos, links, métricas, protótipos refinados, bem como os principais stakeholders envolvidos em cada etapa.

5. Seja responsável e busque informações

  • Não espere passivamente pelas demandas: esteja em constante comunicação com o product manager para priorizar em conjunto;
  • Tome a iniciativa de coletar informações com os stakeholders;
  • Pesquise informações internas e externas para enriquecer suas entregas.

Quando surgem dúvidas, ou chegam demandas com poucas informações, agendo reuniões de alinhamento, adicionando as pessoas-chave, tornando o levantamento de informações mais eficiente.

Além disso, busco sempre estudar oportunidades de melhorias para agregar mais valor ao nosso produto e proporcionar mais clareza aos nossos clientes.

6. Faça cursos rápidos

Ao longo do tempo fiz alguns cursos de média e curta duração que me ajudaram em conhecimentos gerais e específicos para aprimorar o meu trabalho. Aqui estão alguns dos que fiz:

  • Formação em UX, UI e Product Design do UX Unicórnio: curso teórico e prático para começar a atuar como product designer e ter uma visão geral de todas as possíveis áreas de atuação;
  • Product Research da Mergo: aprendi como inserir pesquisa no processo de produtos, como descobrir problemas e como validar ideias;
  • Product Discovery da PM3: descobri metodologias de design, como mapear dores, fazer blueprint, criar tasks, criar um produto do zero e engajar o time.

Product designers precisam estar sempre atualizados. Além disso, existem várias áreas que permeiam nosso trabalho das quais precisamos saber o básico.

Minha dica aqui é: quando você sentir que está tendo dificuldade em alguma área ou ferramenta, não fuja nem espere que outro colega faça por você. Procure um curso de curta duração específico sobre o tema que está te travando.

É muito rápido para você dominar a ferramenta, ter insights e já sair aplicando o conhecimento no seu trabalho.

Minha jornada até aqui

Ao longo do tempo e com a experiência adquirida, tenho conseguido desenvolver habilidades estratégicas.

Estou ciente de que ainda tenho um longo caminho pela frente, mas estar envolvida na construção de soluções que impactam a vida de pequenos e médios empreendedores é muito significativo para mim.

Por isso eu incentivo você, que quer se tornar product designer, a buscar uma empresa que dê as ferramentas e o apoio necessário para você crescer.

Muito obrigada por lerem minha história, e espero que essas práticas possam inspirar outros designers em suas jornadas.

E você, o que tem feito para evoluir na sua carreira?

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