Designers com informação ajudam empreendedores a obter sucesso — por que compartilhamos conhecimento nas redes sociais

Davi Callegari
Conta Azul Design
Published in
6 min readAug 29, 2022

Nós já falamos aqui sobre o rebranding da marca Conta Azul. Mas e a marca Conta Azul Design Team? Como um time que compartilha aprendizados com o mundo, a gente precisava consolidar diretrizes para expressar uma só identidade.

Motivações

Com o crescimento do time de Design, nós buscamos expandir não só os nossos guias e design systems, mas também nosso contato com o público. Afinal, em pesquisas internas, vimos que nossos designers já conheciam a Conta Azul pelas redes sociais antes de entrarem aqui.

A fim de padronizar a nossa comunicação e garantir a perpetuidade do tom e voz da marca Conta Azul Design, entendemos que precisaríamos criar diretrizes de branding. Assim, mesmo que o time de Design cresça e os representantes do time mudem algum dia, nossa comunicação permanece consistente.

O que já estávamos fazendo

Nós já tínhamos definido que os posts de Instagram deveriam seguir uma identidade visual que contemplava as cores e ilustrações da Conta Azul.

Além disso, visando maior conforto de leitura e acessibilidade, priorizamos textos concisos na legenda dos posts e sempre adicionamos texto alternativo nas imagens.

Também determinamos formatos para os artigos do blog e para as ilustrações de capa. Os artigos são sempre revisados por uma das UX Writers seguindo um padrão de escrita voltado a designers e entusiastas do UX.

Tudo isso a gente já fazia. E mais importante ainda era o motivo pelo qual fazíamos: a vontade de compartilhar com o mundo nossas descobertas. Isso sempre foi motivo de muita transparência nas nossas publicações, porém ainda queríamos evoluir mantendo essa mentalidade.

Um trabalho feito a várias mãos

Com base no conhecimento empírico que adquirimos da exposição da nossa marca nas redes sociais, somado aos feedbacks dos designers nas entrevistas e recém-contratados por nós, fizemos uma pesquisa e partimos para a ideação.

Todos esses pontos somados nos ajudaram a trabalhar na definição do nosso posicionamento.

E essa foi a base que usamos para escrever os pilares da marca, como a missão, visão, tom e voz, e para definir o arquétipo da Conta Azul Design.

Após muitos rascunhos, refinamentos e opiniões do time, chegamos a um resultado que acreditamos representar a essência do nosso time garantindo o alinhamento com a marca Conta Azul.

Nossa missão

“Trabalhamos para inspirar e ajudar outros designers e empresas a fortalecer a prática do design por meio dos nossos conteúdos.”

Um dos valores da Conta Azul é Somos Nível Mundial, ou seja, sonhamos grande, nos adaptamos às mudanças e aprendemos com nossos erros. Junto desse valor, temos o princípio da transparência e a responsabilidade de contar os nossos aprendizados de forma honesta, e não de vender uma imagem que não existe.

E mais: nós acreditamos que, quanto mais designers tiverem acesso às boas práticas de construção de produtos e serviços, maior a chance de os negócios crescerem também.

Portanto, este é nosso propósito: temos o desejo sincero de fomentar e ajudar a construir uma comunidade de design cada vez mais sólida. Afinal, nossa crença é de que todo empreendedor merece ter sucesso.

Nossa visão

“Publicar conteúdos de alta fidelidade sobre nossas rotinas, para atrair talentos com fit cultural, visando construir um time de Design engajado com nosso propósito.”

Sabemos que só será possível impulsionar o sucesso do empreendedor tendo um time envolvido com esse objetivo.

Já que a visão significa o que almejamos como empresa (e, no nosso caso, como time), queremos que as redes sociais sejam a porta de entrada para talentos que tenham fit cultural com a gente. Você pode saber mais sobre a cultura da Conta Azul acessando o Blog de Cultura Conta Azul.

Percebemos que, quando publicamos nossos conteúdos, criamos nos designers expectativas reais do que vão encontrar na Conta Azul.

Como nossos produtos são focados para facilitar a vida do empreendedor e do seu principal parceiro, o contador, lidamos com assuntos complexos, como o controle financeiro das empresas e rotinas contábeis e fiscais.

Nossos conteúdos representam o que fazemos, para que designers que se identificam com esses desafios queiram fazer parte do nosso time.

Tom e voz

Com essa visão, usamos a régua de quatro dimensões de tom e voz do Nielsen Norman Group para definir como nos comunicaríamos com o público:

#ParaTodosVerem: na imagem, está ilustrada a régua de quatro dimensões de tom e voz do Nielsen Norman Group. No centro da imagem, há quatro setas na horizontal, uma embaixo da outra, todas apontando para dois lados, cada uma referindo-se a dois opostos. Em uma ponta da primeira seta, está escrito em azul“Engraçado” e, na outra ponta, está escrito “Sério”. Há uma bolinha azul em cima da seta um pouco mais perto do “Sério” do que do “Engraçado”. Logo abaixo, nas duas pontas da segunda seta, estão os opostos “Formal” e “Casual”; a bolinha desta seta está toda para a direita, ou seja, bem colada à ponta “Casual”. Na terceira seta, as palavras das pontas são “Respeitoso” e “Irreverente”; a bolinha está bem colada no lado esquerdo, da palavra “Respeitoso”. Nas pontas da quarta e última seta, está escrito “Entusiasmado” e “Prático”. A bolinha está pendendo mais para o lado do “Prático”, mas sem estar colada.

Assim definimos o estilo da comunicação: apesar de um dos nossos valores ser O Caminho pode ser Divertido, não somos engraçados demais na nossa comunicação. Nossa régua indica que nossa comunicação é mais séria, menos cômica. Ao mesmo tempo, não somos nada formais, somos 100% casuais, descontraídos, não temos formalidades no nosso jeito de falar.

Também não somos nada irreverentes, porque não trazemos ironias ou sarcasmos na nossa fala. Nesse sentido, buscamos uma comunicação totalmente respeitosa. Por fim, entre entusiasmado e prático, nosso estilo está pendendo mais para prático, porque trazemos poucos rodeios e firulas em nossos textos.

Após apresentar a régua ao time, compartilhamos exemplos de frases e expressões que não devemos usar porque quebrariam a personalidade da nossa marca.

Arquétipo

A escolha do arquétipo foi uma das partes do processo que mais gerou discussão no time. Teríamos que definir um dentre os doze modelos da roda de arquétipos de marca, que é baseada na teoria de Carl Gustav Jung.

A partir de conceitos como “interesse pelo conhecimento”, “compartilha informação” (Sábio), “preocupa-se e ajuda” (Prestativo) e “inovação e criatividade” (Criador), desenhamos o gráfico abaixo, que foi o que chegou mais perto da nossa personalidade como time:

#ParaTodosVerem: esta é uma imagem de gráfico contendo dois elementos centrais: um dodecágono (forma com doze lados) cinza claro e um triângulo azul. Em cada uma das pontas do dodecágono, está escrito um dos 12 arquétipos de Jung. Os 12 arquétipos são: fora da lei, bobo da corte, amante, prestativo, cara comum, inocente, governante, sábio, mago, herói, criador e explorador. O triângulo ao centro aponta para três destes arquétipos: sábio, criador e prestativo.

Como tínhamos que escolher apenas um arquétipo, o Sábio foi o que mais se aproximou do nosso objetivo: de compartilhar conhecimento com a comunidade, e manter o interesse pelas melhores práticas de design no mercado.

Resumo

Sabemos que só atingiríamos o nosso objetivo de estruturar o branding se o time estivesse de acordo. Por isso, tangibilizamos as ideias e passamos por rodadas de refinamento. As imagens que você viu neste artigo foram um pouco do que construímos durante o processo.

Além disso, preparamos algumas sugestões práticas, para que todos entendessem a aplicação destas regras, mostrando o que fazemos e o que não fazemos:

#ParaTodosVerem: a imagem contém seis blocos de conteúdo escrito, sendo que três deles estão alinhados à esquerda, com um ícone vermelho de X ao lado dos textos, representando práticas incorretas, e três deles estão alinhados à direita, com um ícone verde de “check” ao lado, representando práticas certas. O primeiro texto à esquerda diz: “Nosso objetivo não é apenas quantidade de curtidas, comentários ou seguidores”; ao lado dele, o texto à direita, diz: “O importante é sermos transparentes, para impactar a comunidade, os entusiastas em design e o público com fit cultural com a Conta Azul.”. O segundo texto à esquerda diz: “Não falamos sobre nossas conquistas pessoais se isso não estiver conectado com a nossa visão/objetivo macro.” Logo à direita, está escrito: “Enaltecemos as conquistas que geram valor para o time e para designers com fit cultural.”. O terceiro e último texto à esquerda diz: “Não fazemos posts ou artigos fora dos nossos acordos de identidade visual e de tom e voz.”. Ao lado, está escrito “Mostramos profissionalismo com nossa identidade visual e nosso padrão de escrita.”.

Com estas sugestões, saímos um pouco da abstração da missão e visão e trouxemos aos colegas o “como fazer”. Queríamos que todo o time tivesse esse mesmo sentimento, de que a marca Conta Azul Design tem uma única personalidade, e que vamos sempre defendê-la (pelo menos até que nosso posicionamento mude, mas nisso a gente pensa lá no futuro).

Conclusão

Não existe um único caminho para construir um branding para sua marca, seja ela de produtos, serviços ou até mesmo de times. Nós partimos do que já tínhamos e, no fim, percebemos que o processo deu vida à nossa mentalidade, mas de maneira mais clara e acessível.

Com esse material, todo o time agora pode criar publicações dentro da nossa identidade.

E você, já pensou sobre como o seu time se comunica nas redes sociais?

Quem também participou da criação deste artigo: Rafaela Cavinato Bulla

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