Educação centrada no aprendiz?

Ana Valéria Alvarez
Design Educacional
Published in
2 min readMar 27, 2020

Alguns meses de aula já haviam se passado, mas havia um aluno que nunca havia se sentido contemplado.
Professores chegavam e partiam. Traziam novos conteúdos, novas teorias, novas didáticas, novos métodos, mas talvez faltasse uma atenção especial.
Falta de atenção ao aluno? Mas que tipo de professor não dá atenção ao aluno?
Os professores se preocupavam sim com os alunos, mas talvez somente com os alunos de uma forma geral; e não se preocupassem com o aluno como indivíduo.
Mas como um professor poderia dar conta de se preocupar com uma turma inteira de alunos de forma geral,
e ainda com cada aluno como indivíduo,
e ainda por cima com o conteúdo estudado?
Talvez esse sempre tenha sido o desafio.

Mas de que forma o professor pode então procurar engajar o aluno?
Como o aluno pode ser mais incluído e mais motivado a pensar em sua realidade e suas necessidades?

Podemos partir do próprio aluno. O que esse aluno precisa?
O professor poderia responder que o aluno precisa prestar atenção e aprender o conteúdo proposto.
Mas como podemos ajudar esse aluno à aprender?

Talvez a solução já exista, mas falte tirar do papel.
Em 1996, Donald Norman apresentou o método “learner-certered” (centrado no aprendiz) que parte do termo “user-centered” (centrado no usuário), cunhado na área de design de interface.
Esse método de educação centrada no aprendiz foca nas necessidades, habilidades e interesses do aprendiz.

Normalmente o método de ensino centrado no aprendiz é acompanhado de exercícios baseados em resoluções de problemas, onde os problemas são escolhidos segundo os interesses e necessidades dos alunos.
Os problemas devem fazer parte do entendimento do aluno, ir além do que só contemplar um currículo encaixotado, fazendo parte da realidade que ele vive.

Ao se encaixar em um contexto que faz parte do que o aluno vive, ele se sente muito mais engajado e motivado a aprender e relacionar o conhecimento teórico ao prático; além do aprendizado em si ser muito mais eficaz.

“Pessoas aprendem melhor quando absorvem o tópico, motivados a procurar conhecimentos e habilidades por precisar deles para resolver seus problemas” (NORMAN,1996).

“E aqui chegamos a um ponto importante dessa reflexão. O ambiente da sala de aula é personalista. A educação só atinge seus objetivos se inspirar (eu preciso querer estudar. Eu preciso me espelhar em alguém com quem eu possa trocar) e se promover habilidades relacionadas a determinadas competências (…)” (TAVARES, 2018).

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