Global Service Jam 2019 -Floripa

Um movimento global para fazer Service Design na prática

Wesley Rocha
Design RD
7 min readApr 8, 2019

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Nos dias 29, 30 e 31, o capítulo SDN Floripa organizou o Global Service Jam (GSJam) na Resultados Digitais. Como esse nome fica meio estranho traduzido, “Geleia Global de Serviço”, vou aproveitar para descrever sobre o que é o evento e qual seu propósito.

O “Jam” do GSJam pode até ser considerado geleia, mas a ideia vem mais de uma pratica musical, o improviso, a experimentação que os músicos que tocam Jazz fazem quando o bar já está vazio e eles podem tocar de forma livre (Jazz after midnight).

Na prática, é um fim de semana que junta pessoas ao redor do mundo interessadas em melhorar a experiência de usuários em serviços existentes ou novos serviços. É aberto a qualquer um que queira entender melhor o que é Design de Serviço e esteja disposto a se conectar com pessoas, explorar possibilidades e criar soluções em 48h de evento.

Participantes do Global Service Jam 2019 — Florianópolis

Participaram desse movimento mais de 100 cidades ao redor do mundo, gerando mais de 500 projetos, os quais você pode ter acesso no site do GSJam 2019.

Renata, Ana, Rafa, Pri e Wesley

Descrevendo um pouco sobre a minha experiência em participar e organizar esse evento pela primeira vez, junto com a Ana Ribeiro, Priscilla Albuquerque, Rafael Rocha e Renata Hg, coloco em destaque a seguinte frase:

“Pessoas espetaculares criam momentos memoráveis.”

Não posso deixar de mencionar os amados e incríveis mentores, que ajudaram os participantes a atingirem resultados surpreendentes. Meu muitíssimo obrigado à Bruna Plentz e Maria Fernanda Belatto da Homa Design de Serviço, Léo Vitor Redondo da Round, Mariana Vidal da Softplan, Marina Cuneo Aguiar da DparaE / Homa Design de Serviço, Patricia Prado e Ana Elisa Althoff da Ideativo Design

Sou participante de carteirinha em Statup Weekends, Hackatons, Meetups entre outros. No geral, não vejo muita coisa nova em termos de práticas e ferramentas nesses eventos, mas vejo pessoas interagindo, trocando experiências e extrapolando seu potencial criativo com muita suavidade e bastante diversão.

Isso me faz refletir como eles podem levar esse clima de descontração e energia para seus negócios e empresas, pois sempre escuto relatos da dificuldade que eles têm em criar esse ambiente de co-criação em seus locais de trabalho.

Mas vamos ao que aconteceu no GSJam 2019 Floripa.

Iniciamos na noite do dia 29, sexta-feira, com a contextualização dos participantes sobre o que era o evento e a liberação do tema secreto. Sim, a organização do evento global preparou um tema que seria lançado para todas as cidades na noite de sexta, respeitando o devido fuso de cada uma, é claro.

O tema deste ano foi “Blue” escrito sobre um fundo amarelo. Confesso que fiquei meio frustrado com um tema tão aberto, mas, quando me falaram que no ano passado o tema foi o som de água caindo, eu percebi que o objetivo não era dar uma direção, mas deixar o caminho livre para a criatividade das pessoas, permitindo a possibilidade de qualquer ideia ser colocada na mesa sem “mas” nem “porém”, simplesmente “Blue”. Esse era o espírito do evento, que eu estava começando a entender.

Os times foram organizados e as ideias começaram a ser colocadas em pot-its sem nenhum viés, apenas a associação livre que cada um decidiu fazer com o tema. Loucura e devaneios a parte, quando a mente está livre, ela vai a lugares inimagináveis, você vai perceber no decorrer do relato.

Na noite de sexta, eles foram orientados a colocar suas ideias em cartões de insights com o título, de onde veio o insight e descrição.

Ao final iniciaram um Desk Research (pesquisa realizada em sua própria mesa com os recursos disponíveis como a internet) e dividiram seus insights em uma matriz de Certezas, Suposições e Dúvidas (CSD). O objetivo era identificar os insights mais claros, os separando dos demais.

Para o primeiro dia, foi o suficiente para sentir que o buraco era grande e que existiam milhares de coisas que eles podiam associar ao tema “Blue”. Aqui está o slide do 1º dia, cuidadosamente montado pela Renata Hg.

No segundo dia, para a minha surpresa, às 8h da manhã de sábado já tinha participante chegando e finalizando a Desk Research. No mais, queriam eliminar o máximo de dúvidas e colocar a mão na massa.

Para ajudá-los, apresentamos algumas ferramentas simples, mas muito eficazes para esse momento exploratório:

1º O Mapa de stakeholder, pois o principal sucesso para qualquer projeto de design é saber para quem você está desenvolvendo a solução;

2º Mapa mental, onde os conceitos que, associados aos problemas, podem ajudar na comunicação entre os membros da equipe e no alinhamento para os próximos passos;

3º Não menos importante, mas super eficaz para começar a definir algo, o “Shitty first draft” (A merda do primeiro rascunho). Sim, “merda”, pois o objetivo dele é ser ruim o suficiente para você não ter apego por ele seguir melhorando.

No decorrer do dia, foram abordados com mais profundidade os conceitos relacionados a Design de Serviço como:

Projetar serviços que fazem sentido para as pessoas. Esse princípio foca em fazermos coisas para o usuário, não necessariamente para a gente;

Entender claramente as necessidades do usuário. A palavra necessidade nesse contexto é mais que saber o que ele pensa e fala que precisa, busca extrair aquilo que não é falado e talvez nem esteja claro nos pensamentos do usuário ou cliente;

Levar em consideração os recursos e limitação da empresa. Sim, sempre devemos fazer o melhor com o que temos, e projeto bom é projeto implementado. Se não for possível implementar, o melhor projeto do mundo não serve de nada.

Os detalhes das ferramentas utilizadas, você encontra nos slides do 2º dia.

Manhã de domingo e os participantes já estavam nos esperando na porta da RD (Resultados Digitais) às 8:30 da manhã. Após terem ido a campo na tarde do dia anterior, tinham muita coisa para colocar em prática com as novas descobertas coletadas.

O domingo foi o dia de desenvolver a solução e realizar a entrega. Na minha opinião, são as etapas onde a maioria se enrola ou não tem muito claro como colocar em prática.

Os participantes prototiparam, refinaram e submeteram suas soluções na plataforma do Global Service Jam 2019.

Eu até poderia descrever várias coisas sobre esse momento final, mas é melhor vocês verem o resultado dos trabalhos.

É incrível como a mente humana, sem bloqueios e livre para criar, consegue sair de algo super abstrato como o tema “Blue em um fundo amarelo” para coisas bem concretas e legais. Slides do 3º dia.

Este é o projeto Balloon — Sorria, você está sendo pressionado.

O Projeto visa minimizar o impacto das pressões sociais no indivíduo através de uma perspectiva do design de serviço.

João Pedro Ribas Knoth, Gustavo da Silva, Alexandre Cypriano Garcia, Marina de Camargo, Gabriel Berka Marques da Silva, Adriana Aquini

Projeto Feeling Blü

Conectamos através de um APP, pessoas tristes, que não estão bem, com uma comunidade de grupos de apoio para ajudá-los a amenizar os problemas psicológicos

Amanda Morasco, Leandro Martinez, Henrique Costa e Silva, Josiane Ferretti, Raoni Burali, Jefferson Alex Bezerra da Silva

Projeto Angel

Identificar e lidar com depressão da mulher.

  • Computar a história de vida, parametrizar características, projetar a pré disposição da pessoa em ter a depressão.
  • Ajudar a estabelecer hábitos e objetivos para melhorar a qualidade de vida , bem como, acompanhar a execução.
  • Registrar os sentimentos, sensações , emoções de uma pessoa e fornecer dados históricos para auto conhecimento.
  • Promover uma rede para pessoas compartilharem seus problemas e receberem mensagens de apoio.
  • Além de conectar os terapeutas aos pacientes, com seleção de localidade, método e preço, permitindo o terapeuta consultar os hábitos do paciente (com consentimento) e sugerir mudanças.
Valter Ralo Júnior, Luiz Paulo, Luiz Arthur Medeiros de Souza, Samir azambuja, Laiz Souza, Guilherme

Projeto Star2Be

É uma plataforma web para ajudar a promover a diversidade de gênero dentro das empresas.

  1. Qualificação profissional para candidatos: Cursos online, podcasts e cases;
  2. Promover a ideia da diversidade como algo rentável e produtivo para as instituições (de acordo com UN e OECD);
  3. Estimular companhias a adotarem a prática da diversidade (Casos de estudo, melhores práticas, guias, certificações, consultoria e endomarketing);
  4. Oportunidades de trabalho de empresas abertas à diversidade e lista de perfis de pessoas que lutam para se inserir no mercado de trabalho (similar ao LinkedIn).
Bárbara Cidral, Wagner, Jéssica Furini, Daniel Nedeff, Ana Carolina Carvalho, Luíza

Projeto To Trashback — E se você ajudasse o planeta e ainda ganhasse algo em troca?

Um serviço que facilita a reciclagem oferecendo benefícios.
Aplicativo onde o usuário troca seu lixo por créditos que serão utilizados nas plataformas dos parceiros, como por exemplo yellow, grin, ifood e uber.
A pessoa instala o aplicativo, procura os pontos de coleta mais próximos, leva seu lixo já separado, onde uma empresa de reciclagem fará a coleta e creditará o valor correspondente ao material na conta do usuário.

Renata de Oliveira, Maísa Virginia Mattedi, Michela Cristiane França Goulart, Franciele Forcelini, Julia Marina Cunha, Gabriela da Rocha Duarte, Karina Kalie Ribas dos Santos Rodrigues, Eliane Quadro

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Wesley Rocha
Design RD

Digital Product Designer na RD Station, saxofonista amador, construtor de prancha, pai de menina e um apaixonado por pessoas e pelo que faço.