Minhas aventuras desenvolvendo a minha comunicação

Domenica Ferreira
Design RD
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4 min readJun 15, 2022

Introdução

No primeiro semestre de 2022, identifiquei um desafio na minha vida no âmbito profissional: MINHA COMUNICAÇÃO!

Eu não estava conseguindo compreender algumas situações relacionadas à comunicação que eu estava vivenciando, mas brevemente entendi que precisava explorar mais essa temática. Meu primeiro passo foi deixar a bagagem do que eu sabia sobre comunicação e escutar o que pessoas que sabiam sobre o tema tinham a dizer.

Como uma forma de fixar meu aprendizado e trazer insights para outras pessoas do time, resolvi compartilhar quais foram os insights que mais me marcaram nesse processo. Então decidi escrever de forma desestruturada sobre meus aprendizados.

Eu não estou sozinha nessa jornada, fiz uma série de mentorias com a Regina Oliveira — profissional incrível, uma grande mestre da comunicação que vem me mostrando na prática, o que é comunicação, o que é a comunicação não-violenta e como me relacionar com as pessoas pela comunicação, mantendo minha integridade/autenticidade. — Além das mentorias, estou participando também de um programa interno da RD Station.

Regina tem 21 anos de experiência em multinacionais no segmento de marketing, nas áreas de eventos, trade e relacionamento, sendo os últimos 15 anos em posições de liderança e gestão. É coach formada pela SBCoaching e CHO (Chief Hapiness Officer), pela Reconnect/Happiness Business School (Portugal) e, desde 2020, trabalha com foco total voltado para desenvolvimento humano, aumento de performance, comunicações mais empáticas, liderança e produtividade.

Estou extremamente bem acompanhada, não é mesmo?

Então, vamos lá!

Para começar a falar sobre comunicação, é necessário voltar alguns passos e recordar algumas coisas primárias sobre nosso comportamento humano.

Como seres humanos, temos duas formas de tomar decisões:

  • A primeira delas é: rápida, impulsiva, alerta e primitiva;
  • A outra consegue avaliar as situações, fazer as devidas ponderações e buscar a melhor decisão de acordo com o repertório.

O principal desafio é que a primeira forma de tomar decisões é extremamente rápida, mas como ela não pondera muito bem as situações, muitas vezes tomamos uma decisão que não é a melhor pra gente. Esse processo pode acontecer até mesmo sem percebermos. Para conseguir ir para a decisão mais ponderada, precisamos de um respiro de tempo entre o input que recebemos e a resposta que vamos dar.

Ao reconhecer esse funcionamento natural do nosso cérebro, fica mais fácil compreender o porquê muitas vezes respondemos sem pensar. Entender esse mecanismo é uma forma de reconhecê-lo e evitar tornar-nos reféns dele.

Como a comunicação entra nisso? Comunicação é receber e fornecer informações, e algumas vezes recebemos um input que é um sinal de alerta pro nosso cérebro e ele interpreta como se estivéssemos em perigo. Mas por que isso acontece?

Vou responder com a frase abaixo, que me marcou muito e me mostrou porque algumas palavras, frases e situações revelam da gente ações extremamente primitivas e nocivas.

Naturalmente, nosso cérebro não gosta do caminho mais difícil de se reinventar, porque é mais desconfortável e será necessário gastar mais energia. Para lidar com isso precisamos expandir a forma como pensamos e vemos as situações, para estarmos dispostos a nos reinventar de verdade.

Para começar a sair dessa zona primitiva, precipitada e automática de respostas, primeiro precisamos aumentar o tempo até a nossa reação. Basicamente, precisamos abrir um espaço maior entre o input externo e a nossa resposta.

Mas como aumentamos esse espaço entre a resposta e a ação?

Algumas táticas mais naturais são:

  • Meditação, yoga, exercício físico, entre outras.
  • Em situações de conflito, podemos pedir um tempo e fazer uma pausa, alongar o corpo e respirar profundamente.

Ao conseguir esse espaço, será imprescindível entender o que está ocorrendo na situação. Não se engane, este é o momento de buscar clareza; O seu momento de OBSERVAR!

Uma técnica que a Regina me ensinou para conseguir observar é começar separando os pensamentos dos fatos.

É aqui onde a mágica começa a acontecer!

Os pensamentos são as leituras que fazemos das situações, é nossa análise do que estamos vendo e sentindo.

Exemplo de um pensamento:

“Fulano foi super grosso comigo na reunião”.

Pensemos juntos:

  • O que a pessoa de fato falou?
  • Quais foram as sequências de ações que ocorreram na reunião?
  • Será que não sou eu quem estou caracterizando a situação?

Já estou testando essa técnica de parar o turbilhão de pensamentos e começar a descrever os fatos que estão ocorrendo, descrevendo exatamente os detalhes de cada situação. O processo está sendo incrível, porque estou praticando o olhar da realidade.

A comunicação não-violenta começa a acontecer no espaço que existe entre o pensamento e a ação. É ensinar seu cérebro a ter uma resposta que faça sentido. Ao abrir esse espaço entre pensamento e ação, você possibilita dar espaço para OBSERVAR de verdade.

Observar é um dos pilares da CNV!

Então, para começar a praticar a CNV, abra espaço na sua mente e experimente separar seus pensamentos dos fatos.

Para me ajudar a colocar isso em prática, eu estou brincando de observar situações aleatórias, por exemplo:

  • O que eu vejo com meus olhos e/ou ouço com meus ouvidos?

A partir dessa brincadeira eu tento observar o que exatamente está acontecendo em uma determinada situação e já identifico meus julgamentos nas minhas descrições das situações e cenários. Nesse momento eu começo a me auto corrigir como eu vejo as situações e o que eu escuto. É uma longa conversa consigo mesmo, mas vale a pena! Em geral, damos muito mais peso e drama para as situações do que elas realmente merecem.

Espero que esse relato dos meus aprendizados te ajude a acalmar sua mente e começar a exercitar a observação!

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Domenica Ferreira
Design RD

UX Researcher e Especialista em Neurociências e Comportamento! Comprometida em ser feliz e ter um trabalho que alimenta a alma :)