Uma mesa vista de cima, com alguns objetos em cima.
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O que aprendi como estagiária de Product Design na RD Station

Debora Sperandio
Design RD
Published in
5 min readJun 30, 2020

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Quando me inscrevi para o programa de estágio do Vale do Início da RD, em 2018, não imaginava onde poderia estar hoje. Entre aprender sobre os conceitos das startups e scale-ups, modelos de negócio e produtos digitais, tive a oportunidade de ver de perto e fazer parte do desenvolvimento de produtos que ajudam no crescimento de pequenas e médias empresas.

Depois de passar alguns meses trabalhando no atendimento de clientes, depois como estagiária da área de produto e, agora, trabalhando como Designer de Produto, vejo o quanto alguns aprendizados foram e continuam sendo essenciais para o início da minha carreira.

Destacando alguns deles, e indo além do trabalho do dia a dia, decidi compartilhar os mais marcantes.

1. Design de Produto é sobre MUITAS coisas

Pensar em experiência do usuário e nas infinitas possibilidade de interações com um produto é uma atividade complexa e quanto mais você se aprofunda no assunto, mais coisas você descobre.

Muito além de apenas experiências, foi preciso abrir os olhos para uma grande quantidade de termos, processos, metodologias, métricas e várias possíveis áreas de especialidade, como: UX Research, UX Design, UI Design, UX Writing, Service Design, e que não aprendi na faculdade.

Querendo ser um pouco de cada, e não sabendo ainda como ser tudo ao mesmo tempo, precisei estudar, ler, fazer alguns cursos e, principalmente, praticar. Vivendo na pele alguns dos desafios de desenvolver experiências para um produto, aprendi a olhar com maior atenção para reais necessidades das pessoas, a fazer muitos questionamentos, a testar (muito), e a me relacionar com outros membros do time, como desenvolvedores de software e product managers.

2. Aprender a errar e aprender com meus erros

Quando se é iniciante em algo — como no meu caso — parece que há uma pressão vinda de algum lugar mitológico (quase sempre da nossa cabeça) sobre não poder errar e precisar mostrar o quão bom seu trabalho é o tempo inteiro. Bem, acontece que errar é algo inevitável. Mas errar também é uma arte. E como toda arte, você precisa aprender a dominá-la.

Na RD, escutamos muito sobre a importância do erro e o tal do “erre rápido, erre várias vezes e aprenda para crescer mais rápido”. Entre o medo de errar e o estigma da perfeição, a principal e mais importante parte de errar é saber tirar os melhores aprendizados de cada situação.

Tomei decisões durante os processos de desenvolvimento e apresentei soluções que hoje provavelmente não faria novamente, mas conforme você vai aprendendo a dominar o medo do erro, o processo se torna menos penoso e você se torna mais aberto a novas possibilidades.

Então, desde que você saiba superá-los rapidamente e tirar aprendizados do que aconteceu, está tudo bem errar. Um alívio para os perfeccionistas!

3. A importância de ter objetivos claros

Embora seja um processo infinito, aprendi bastante sobre autoconhecimento para definir objetivos. Ficou nítida a importância de olhar para mim, fazer a divisão entre trabalho e vida pessoal, e começar a pensar aonde eu gostaria de chegar e o que queria para mim, mesmo que a curto prazo — e que o curto prazo fosse o dia seguinte.

Isso ajudou a clarear o que precisava fazer durante o dia a dia para chegar aonde eu queria e experienciar o melhor das oportunidades. Com o apoio da comunicação aberta com a minha liderança para entender as expectativas que estavam colocando em mim e a troca de figurinhas com meus colegas, soube melhor como eu poderia me desenvolver.

Deixar explícito o que você quer para você mesmo, com objetivos pessoais e profissionais versus o que é esperado de mim, tornou o processo transparente, realista e alcançável. Assim, todos ficam felizes.

4. Contar com os outros

Sempre tive um pouco de dificuldade em pedir ajuda das pessoas por achar que estava atrapalhando (sim, isso mesmo que você leu). Mas em um ambiente onde agilidade, aprendizado e a experiência dos clientes estão no topo, precisei aprender a compartilhar minhas dúvidas e sentimentos.

No decorrer deste processo, tive apoio de todo o time do produto no qual trabalho (além de um Chapter de Design com quase 20 pessoas), onde sempre fui tratada como igual. Aprendi muito, justamente por escutar quem tinha mais experiência e absorver os feedbacks e as indicações que recebi.

Agora, sendo bem pretensiosa: acredito que é impossível crescer sozinho. Tiro um pedacinho de espaço para agradecer quem me deu vários empurrõezinhos (pontapés, talvez), mas em especial à minha colega de Vale, Laura, ao meu colega de profissão e mentor, Raoni, e ao meu gestor, Luis. Muito obrigada!

5. Compartilhar o que você sabe

Pode parecer pouco, e às vezes é, mas aprendi que é sempre importante compartilhar o que você sabe. Por estar rodeada de seniores, e sendo a única estagiária no time de desenvolvimento de produto, por várias vezes senti como se não tivesse muito com o que contribuir.

Mas isso era besteira e insegurança, obviamente. Tive diversas oportunidades de defender as minhas ideias, apresentar os resultados e compartilhar o que ia aprendendo. Com a ajuda e abertura das pessoas com quem eu trabalhava, nada era levado como pouco. Mas nada é óbvio até que seja dito ou tenha acontecido, certo?

Foi importante ter local de fala e espaço para me desenvolver rapidamente com as trocas do time e com a empresa, já que hoje sinto ter perdido muitas das minhas inseguranças. Ponto para os inseguros no começo da carreira!

6. É preciso sair da zona de conforto

Meu último aprendizado é relacionado com as minhas inseguranças do tópico anterior. Aprendemos mais rápido e melhor quando nos desafiamos. E, às vezes, é no desconforto e adversidade que tiramos aprendizados valiosos.

É preciso aceitar o incerto e ter a mente aberta para mudanças. É importante também ter um local seguro para erros, com a comunicação aberta e com pessoas topando o mesmo desafio que você para que o processo fique menos doloroso.

Todos os dias procuro me desafiar um pouco, seja me questionando sobre os projetos com os quais eu estou trabalhando, seja na minha vida pessoal, ou seja fazendo coisas diferentes, como escrever este post.

Para concluir, minha experiência aconteceu em uma empresa em crescimento, que respeita o desenvolvimento individual, que dá autonomia às pessoas, acesso à informação e incentiva o apoio entre os colaboradores para crescer.

Enquanto escrevo este post, posso dizer que escolhi e tive oportunidades incríveis que sem dúvidas levarei para minha vida profissional e pessoal. Agora, só me resta seguir meus objetivos e aprender com o que está por vir.

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Debora Sperandio
Design RD

Product Designer enthusiastic about humanizing technologies and connecting people to value. Let's talk: linkedin.com/in/debsperandio