Os Aprendizados do Interaction South America 2017

Caroline Guilherme
Design RD
Published in
6 min readDec 4, 2017

“O que acontece no ISA Floripa 2017, fica no ISA Floripa 2017”, porém vamos contar tudo que rolou, o que mais gostamos e o que nos motiva a trabalhar cada vez mais para evoluirmos como profissionais, como pessoas e como time de designers.

Time de Designers da RD no ISA Floripa 2017

Durante os dias 09, 10 e 11 de Novembro aconteceu o Interaction South America 2017, maior evento de design de interação da América Latina! A conferência acontece anualmente em alguma cidade da América do Sul e, desta vez, Florianópolis teve a honra de recebê-la! A equipe de design de produto da Resultados Digitais estava toda lá, inclusive tivemos o Leonardo Salvador membro da nossa equipe como palestrante no primeiro dia.

Foram tantos aprendizados que foi difícil reunir tudo em um post só. Então vamos fazer tópicos principais dos que foram, para nós, os maiores destaques dessa edição.

O Papel do Design na Tecnologia

Um assunto bem frequente em várias palestras e rodinhas de conversa foi justamente a evolução das carreiras de Design dentro das organizações, como as empresas e a sociedade está lidando com esse novo perfil profissional. E assim sempre nos encontramos filosofando sobre o papel que o Design tem tanto na tecnologia como nas culturas.

O manezinho da ilha Marcos Piangers deixou bem claro na sua apresentação “Innovation: a sneak peak into the future” que o comportamento de compra mudou. As pessoas abraçam tecnologia pois é mais conveniente e fácil. Depois que as pessoas confiam, adotam, e não importa mais a marca, as pessoas usam produtos.

Por isso esse novo perfil profissional de Design está tomando vários novos espaços nas empresas. Hoje também é dever dessa pessoa engajar e motivar os time de outras áreas a criar aquele produto que as pessoas realmente precisam e que vão amar. Rob Nero, um designer da Spotify, deixou claro como a integração entre outros times, como o time de suporte do produto, trás insights importantes para a criação do produto.

Nessa mesma linha, Anderson Gomes, Head de Design na Youse nos apresentou os conceitos de como é a carreira de designer de hoje e como toda essa evolução impacta na criação de uma cultura de inovação. E assim Anderson nos mostrou como a liderança de Design deve impactar na cultura, carreira e produtos. E assim compartilhou várias dicas de mentoria de liderança que servem para qualquer designer em qualquer posição de carreira!

Em uma das apresentações curtas do primeiro dia, Graziela di Giorgi já estava dando o tom da inovação quando compartilhou suas descobertas através da metáfora empresa Iguana, mostrando como podemos criar o nosso próprio caminho de inovação.

Por que é importante termos uma cultura de inovação na organização? A resposta está também em um dos slides de Anderson: Define or be Defined

Quando não somos o centro da inovação, outras pessoas e empresas vão tomar esse lugar. Afinal uma a disrupção pode acontecer a qualquer indústria, basta alguém ter uma experiência ruim. Essas foram palavras de Janaki Kumar durante sua maravilhosa apresentação Riding the wave of digital disruption by Design.

A disrupção pode acontecer a qualquer indústria, basta alguém ter uma experiência ruim. — Janaki Kumar

Inovação também foi o tema da apresentação de Andrew Kaufteil da Cooper. Com muita originalidade trouxe os elementos essenciais para o cozimento de uma cultura de inovação com sabores bem brasileiros!

Mas não é apenas de brasilidades que se faz um evento internacional!

Globalização e diferenças culturais

Elaine Ann foi para nos trazer uma visão do outro lado do mundo! Mostrou como a estrutura da sociedade chinesa interfere na maneira como as pessoas usam e criam novos produtos de tecnologia por lá. E a China está cada vez mais perto, pois está virando global! Já utilizamos no dia a dia produtos digitais chineses e cada vez mais essa cultura vai marcar presença no mercado mundial!

Diferenças culturais e paradigmas emergem a partir de choque entre culturas, mas não é por isso que deve ser visto com negativismo, muitas vezes a absorção de outras culturas é vista com orgulho como uma vitória. Thiago Hassu passou um tempo imerso na cultura indígena do Xingu para fazer um app e nos trouxe diversos aprendizados dessa experiência.

E o que nos permite, como designer, entender toda essa diversidade, não é apenas a empatia que praticamos e estudamos a todo momento, mas também a compaixão.

Empatia, Compaixão e Acessibilidade

O que nos permite entender a realidade da outra pessoa, como diz Luis Arnal em sua apresentação, é o que consideramos Empatia. Mas é a Compaixão que nos permite entender e querer encontrar uma solução. É preciso usar com mais intenção o conhecimento que temos observando os modelos mentais. Para Luiz, precisamos aprender intencionalmente e usar de maneira responsável.

Design nos permite modificar realidades e comportamentos, e essa vantagem Lucas Radaelli nos ensinou com suas próprias experiências de vida. A tecnologia permite aperfeiçoar e facilitar ações, mas é a acessibilidade que dá a chance para as pessoas usarem o produto.

Afinal as pessoas são diversas assim como suas necessidades. Steve Baty apresentou a importância da personalização de experiências também no meio físico. As pessoas querem ser ouvidas e bem tratadas. Não é apenas planejar o produto, mas mudar o comportamento que deseja que as pessoas tenham.

Design como influenciador do comportamento

Durante diversas apresentações, foi possível refletir sobre métodos e práticas para criar experiências agradáveis e inovadoras. Mas as grandes reflexões foram sobre como estamos influenciando comportamentos e criando novas emoções e expectativas para as pessoas.

Na apresentação de Cynthia Savard, fomos desafiados a imaginar “O que pode acontecer de pior enquanto usa isso?”. E assim deixou uma mensagem importante sobre a responsabilidade do que estamos criando: Define your own ethical code.

Muito sobre como o comportamento é alterado pelas criações de designers foi bem apresentado por Russel Parish. Segundo Russel, as experiências emocionais acontecem mais quando o usuário está planejando o futuro do que lembrando o passado. Finalizou a apresentação com a mensagem: “Algumas pessoas fazem coisas que funcionam, mas elas não sabem porque funcionou.” Por isso incentivou que cada momento da experiência seja projetado conscientemente, e não apenas dentro do produto, mas antes do contato e depois do contato também.

Emotional IoT, Empathy Machines

Machine Learning, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, continuam em alta e são uma realidade. Mas o uso correto depende de como estamos projetando isso. Ricardo O’Nascimento apresentou diversas novas tecnologias e experiências em produtos wearables, e provocou com “Não é só porque a tecnologia está ali, que deveria ser usada”. Já Christopher Konrad nos fez pensar se realmente temos a inteligência para construir inteligência artificial; assim apresentou como funciona a inteligência humana, como fazemos decisões e como isso influencia o que estamos criando para a inteligências das máquinas.

Para Greg Petrof, ser contextual é muito mais poderoso do que simplesmente só oferecer algo fácil de usar ou bonito. E Belmer Negrillo nos deu uma alternativa ao contar como é possível projetar experiências tecnológicas eficientes e empáticas com cada situação através de muito estudo para entender os reais problemas, as dores das pessoas.

Diferencial da Pesquisa

Pesquisas com pessoas usuárias estão cada vez mais se tornando comum para tomada de decisão das empresas. Carol Zatorre e Júlia Sporth demonstraram como um método de pesquisa consistente e a confiança da pessoa cliente no processo podem mudar o direcionamento das ideias do negócio. Aprendemos o quão valioso é modelar o problema e entender o como, o quando, o porquê e para que as pessoas usam um serviço/produto. Um passo além do briefing com público-alvo pré-estabelecido para gerar insights preciosos para o negócio considerando que “as pessoas não são lineares, são fragmentadas”. “O Marketing queria validar hipóteses para gerar novos produtos. Mas nós repensamos o serviço como um todo. Nós alteramos o olhar de quem consome para como consome”.

Mais um pouco do time absorvendo conhecimento no ISA Floripa 2017

E aí? Gostou do nosso resumão? Se você foi no ISA Floripa 2017, o que achou?

E se você não foi, mas ficou com interesse de conhecer mais sobre cada conteúdo, o time do ISA Floripa reuniu os videos das palestras aqui!

Esse artigo foi escrito em conjunto com o time de design da RD.

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Caroline Guilherme
Design RD

Interaction Designer. Working at RD Station, Co-Founder of Mulheres de Produto https://bit.ly/2JfrPQi