Em entrevista, Luis Alt fala sobre a experiência como jurado da principal premiação em Design de Serviço do mundo, o Service Design Award

Livework Brasil
Livework São Paulo
4 min readSep 18, 2017

Luis Alt é sócio-fundador da Livework no Brasil e referência na utilização da abordagem do Design de Serviço para gerar inovação dentro de grandes, médias e pequenas organizações. É um dos fundadores do capítulo brasileiro da SDN (Service Design Network), maior comunidade de service designers do mundo, além de ter criado, em 2010, o primeiro curso de Design Thinking da América Latina, na ESPM.

Neste ano, a SDN convidou Luis para ser um dos jurados do Service Design Award, principal prêmio de Design de Serviço do mundo e com sua banca presidida por Kerry Bodine, autora do livro “Outside In”.

Batemos um papo com ele para saber suas expectativas para o anúncio dos vencedores, que será no Congresso Global de Design de Serviço em novembro, em Madri, como está sendo analisar a fundo dezenas de projetos e comentar sobre a importância de um prêmio dessa magnitude para disseminar e enriquecer a prática do Design de Serviço no Brasil e no mundo.

O que representa para você ter sido convidado para compor o júri do Service Design Awards 2017?

Não costumo dar bola para reconhecimentos, pois passo o ano inteiro concentrado em garantir a qualidade de nossos projetos pela Livework, mas quando fui convidado pela minha amiga Kerry para ser parte desse júri, fiquei muito feliz. Ter esse tipo de reconhecimento global, por parte de outras pessoas que trabalham na sua área, é um marco em minha vida profissional. Fico feliz, ainda, de poder representar o Brasil.

Além de você, irão compor o júri do evento Kerry Bodine (SDN), Marie Hartmann (Designit Oslo), Damian Kernahan (Proto Partners), J. Margus Klaar (Brand Manual), Taina Mäkijärvi (Nordea), Lara Penin (Parsons, The New School), Florian Vollmer (Retail TechOps At NCR) e Guosheng Wang (Tsinghua University). Vocês estiveram em contato algumas vezes para discutir e avaliar os projetos que serão premiados em Outubro. Como foi estar ao lado de tantas pessoas que também são referência dentro do universo do Design?

Conseguir conciliar a disponibilidade de uma turma tão consagrada e em fusos tão dispersos não foi fácil. No entanto, quando as conversas começavam, as discussões eram muito ricas e em ótimo tom. O clima de colaboração e respeito pelos demais membros, fez com que conseguíssemos avançar muito bem, apesar da enorme quantidade de projetos que foram avaliados. Ao todo realizamos umas 3 ou 4 conferências por vídeo, tendo a primeira e mais longa 3 horas de duração.

Quais serão as premiações dadas durante o evento e quais são os critérios levados em consideração para definir os ganhadores em cada categoria?

Os critérios para inscrição eram estudante, comercial e governamental/sem fins lucrativos. Existe uma abertura para que as categorias sejam ressignificadas e, em algum momento, até consideramos criar uma categoria relacionada a novas ferramentas e teorias mas, no final das contas, decidimos manter as categorias iniciais. É possível, ainda, dar mais de um prêmio por categoria, mas não posso falar se isso aconteceu…

E sobre os projetos submetidos para o prêmio, o que você achou deles?

É muito difícil inscrever um projeto para um prêmio desses. A tônica de nosso trabalho é muito estratégica, o que faz com que muitas informações não possam ser compartilhadas. Além disso, um serviço não é como um prédio ou objeto que não consegue existir se não for em sua totalidade. Muito pelo contrário, ele geralmente é implementado por partes e algumas modificações acontecem no projeto para que o serviço esteja realmente no ar. Nesse sentido, é difícil medir os resultados dos trabalhos. Dito isso, fiquei muito surpreso com a qualidade dos projetos dos estudantes. A maturidade com que alguns trabalhos foram realizados e registrados foram superiores a muitos projetos profissionais que avaliei. Isso me deixou bastante feliz.

Quais são as principais ações da SDN para fortalecer e disseminar o Design de Serviço ao redor do mundo? De que forma a Livework Brasil tem contribuído para isso?

Desde sua criação, a SDN tem sido a principal referência do Design de Serviço, seja criando um espaço de encontro entre as pessoas que já estão trabalhando nesta área, seja promovendo a disciplina para expandir suas fronteiras. O congresso global, por exemplo, está chegando à sua 10ª edição. Quando participei do primeiro, havia poucas pessoas interessadas neste assunto e hoje trata-se de um grande evento. A Livework participa ativamente de praticamente todas as frentes da SDN, tanto aqui no Brasil como lá fora. Acredito que o ponto de vista do mercado que trazemos, sendo a primeira consultoria do mundo de Design de Serviço, seja muito valiosa. Além disso, sempre temos membros de nossa equipe na organização de eventos , contribuindo com artigos na revista Touchpoint e, agora, participando do júri do prêmio. No Brasil, particularmente, organizei os primeiros eventos de Design de Serviço do país, ainda em 2009, e depois fui um dos responsáveis por trazer o capítulo brasileiro da SDN ao nosso país.

Levando em consideração o crescimento da relevância do Design dentro de organizações em todo o Brasil e a importância de democratizar e disseminar ainda mais a abordagem, você acredita que o Brasil pode vir a ser sede do Congresso Global da SDN nos próximos anos? Já existe algum esforço neste sentido?

Com certeza! Essa é uma conversa que temos tido com alguns outros membros da SDN no Brasil. Temos organizado vários eventos desde o ano passado e acreditamos que chegou a hora de levar adiante esse sonho. Só acho que não em 2018, que será um ano conturbado em nosso país com as eleições. Já iniciei algumas conversas com os organizadores lá fora, eles estão procurando realizar o evento em novos continentes e tenho uma ótima relação com a Birgit Mager, fundadora e presidente da SDN, então politicamente acho que as circunstâncias são favoráveis para que o congresso aconteça aqui no Brasil.

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