Confiança

A confiança é fundamental para a qualidade do trabalho entre os Marketeers e os seus parceiros externos. E não falo de confiança pessoal.

Para muitos empreendedores a marca é como se fosse uma filha. Têm receio de delegar a terceiros intervenções de fundo que possam ir para além do seu entendimento imediato. No fundo trata-se de reflectir a sua própria identidade e qualquer esboço de branding que possa existir é símbolo do sucesso que a empresa ou produto teve até aquele momento. E não deixa de ser uma posição legítima.

Para nós que trabalhamos marcas alheias, este é muitas vezes um exercício ingrato. Se o negócio corre bem, para quê mudar, mesmo que seja amador, feio e inconsistente? Se, por outro lado, o negócio já viu melhores dias e se chega à conclusão que é preciso mudar alguma coisa, então o mood é defensivo e o orçamento pequeno.

São poucos os gestores e empreendedores que conseguem antecipar a necessidade de mudança estratégica. Muitas vezes sentem, mas não agem. No entanto começa a tornar-se senso comum a ideia de que o “marketing” e o “branding” são importantes para empresas, marcas, produtos e instituições. E chegará a altura em que estas questões são entendidas como parte integrante da gestão de uma empresa. E são mesmo centrais: devem fazer parte da cultura, da discussão e da identidade. Se forem encaradas como laterais ou secundárias, esse erro de avaliação paga-se caro.

E isto leva-nos à questão da “confiança”. É fundamental uma relação de cumplicidade e respeito mútuo entre os gestores de marca e os seus consultores externos. Por isso escolham com critério e exigências os vossos parceiros da comunicação. Façam perguntas, testem as suas capacidades, vejam o seu portfolio e sejam claros nos objectivos. Não deleguem a decisão a alguém júnior, e, quando escolherem confiem na capacidade dos profissionais que trabalham com marcas, logotipos e brand books há anos e que também querem o melhor para a sua marca. Porque o seu sucesso é o sucesso deles. E o inverso também.