Sobre designers, fluxos e skills.

Como entendemos nossas posições e criamos fluxos de trabalho para medir performance e melhorar nossa jornada de trabalho.

Fillip Bayer
Webmotors Design
4 min readNov 12, 2019

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Nos primeiros meses deste ano de 2019, estruturamos um novo time de Product Designers aqui na Webmotors, com o intuito de atuarem separadamente em cada produto do ecossistemas da empresa. Para fazer acontecer, iniciamos um processo de construção, adaptação e manutenção desse novo time, consequentemente dos squads que cada um atuava com a premissa que a conexão entre os produtos seria realizada por cada designer e seu PO.

Uma dificuldade encontrada durante o ano de 2018, foi que cada squad cuidava muito bem do seu produto, a ponto de evoluir tanto que as jornadas não se encontravam mais, alguns produtos muito evoluídos e outros nem tanto. Cada Product Designer tinha a liberdade de trabalhar da sua maneira, criar seu fluxo e metodologia de trabalho.

Para reverter esse cenário, ao longo dos meses começamos a estruturar estudos de processos e análise para avaliar eficiência, produtividade e performance do time, sendo ela baseada na equipe, produto e negócio (cada um com seu devido peso).

O fluxo

O primeiro ganho que obtivemos foi a definição de um fluxo de trabalho de forma aberta para o time todo, sendo um fluxo de começo meio e fim, passando por etapas de design, deixando cada profissional livre para trabalhar em cada etapa, sem amarras ao longo do processo.

BOOM, e a primeira falha aparece!

Criamos uma planilha de acompanhamento das tarefas e processos, na qual foi extinta em menos de 1 mês, falta de utilização e falta de preenchimento.

Evoluímos para um processo dentro do JIRA, ferramenta já empregada antes pelo time de desenvolvimento, onde começamos a cadastrar todo nosso backlog e acompanhar item a item, utilizando como base o Kanban.

As pessoas

Durante todo esse processo de meses, fui responsável por uma jornada de construção de carreira, tentando entender as melhores skills de cada profissional, (tarefa trazida por um grande UX , hoje atuando como PO — Gerson Pechim) uma reunião mensal chamada Carreira, identificamos todos os itens pertinentes que um profissional de Design precisaria ter, entre itens comportamentais e itens mais técnicos : Bom humor, Visão macro, Análise de dados, Apresentação, Senso estético, Estratégia, entre muitos outros.

Ao final da primeira etapa deste processo conseguimos identificar profissionais com skills e vontades muito mais voltadas para exploração, pesquisas, entendimento macro e nitidamente outras pessoas com itens muito forte em desenho de interface, qualidade de entrega, senso crítico e etc.
O que me deu insight para mudarmos e chegarmos em um novo ciclo:

1. Novo fluxo de trabalho.

Como resultado de todos esses estudos, conseguimos criar uma linha de produtividade para o time, onde cada profissional atua em uma parte ou mais do processo, sendo divididos apenas em UX e UI.

Um bom fluxo de trabalho com começo, meio e fim, baseado em skills:

Backlog
Priorization
Exploring
Discovery
Research
UI Priorization
UI
Adjustment
Validation
Done

2. Pessoas com skills bem traçadas.

Entendemos que poderíamos ser Product Designer ainda melhores, cada um de nós poderia: estudar, analisar, pesquisar, projetar, testar, projetar, testar de novo, analisar outra vez, e assim vai. Mas poderíamos nos dividir e utilizar a melhor skill de cada profissional, por isso somos DESIGNERS.

DESIGNERS, com diversas skills distintas, que complementam e conseguem formar conexões entre projetos, produtos e soluções. Designers com skills de estratégia, research, UI, motion e etc.

Assim acreditamos que para uma melhor performance, precisamos de mais pessoas para construir e isso não está só ligado a contratação e sim, ligado a PARTICIPAÇÃO e ENVOLVIMENTO de cada profissional.

Cada demanda exige um grupo de profissionais mais adequado para representa-lá, algumas demandas com mais pesquisa, outras com mais estratégia, outras com mais interface e assim entendemos e adaptamos.

Performance

Durante todo este tempo conseguimos mensurar dados do time, com analises criadas pelo ActinableAgile, trazida pelo nosso Agile Coach (Felipe Oliveira), que trouxe uma nova visão analítica. Hoje enxergo análises de entrada e saída de cada tarefa, identifico o tempo médio de quando um item entra em backlog até ele ser finalizado, assim como o tempo médio de exploring, research, UI, enfim, consigo ter ideia da performance de cada profissional e como poderíamos agir em melhorias para o time.

Por fim,

atuamos neste novo modelo nos últimos 6 meses, trabalhando com uma análise contínua de performance, onde conseguimos analisar tempo, tarefa, esforço e pessoas. Hoje consigo atuar de forma muito mais analítica dentro do time.

O resultado até o momento é satisfatório como desempenho, conseguimos evoluir muito o fluxo de trabalho, análise comportamental e profissional de cada integrante.

Este texto é uma forma de registrar um trabalho de alguns meses liderando e trabalhando em conjunto com nosso time de designers. Continuamos em constante evolução já trabalhando em novas formas de analisar e construir estes fluxos de trabalho, acredito que em alguns meses eu tenha um nova forma de estruturar e trazer este conteúdo atualizado.

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