DeJounte Murray no segundo time de defesa da NBA. Surpresa?

Bruno Fernandes
Destino Riverwalk Brasil
3 min readMay 26, 2018

Confesso que essa temporada foi a que eu menos segui o Spurs na minha vida. No entanto, antes de falar sobre isso, gostaria de compartilhar um pouco de contexto com vocês.

Acompanho o time desde 1998 e antigamente o acesso à informação era bem limitado. Me lembro de inúmeras noites investidas no “boteco virtual” da comunidade do Spurs no Orkut, assistindo aos jogos pelo boxscore do Yahoo e jogando conversa fora no MSN. Foi assim que eu e mais meia dúzia de loucos celebramos algumas das conquistas mais importantes do San Antonio Spursem sua história, como os títulos de 2003 e 2005, sobretudo.

O tempo passou e veio a internet de boa qualidade e todo o universo de links que possibilitam que consigamos assistir aos jogos e acompanhar nossos ídolos muito de perto. Essa nova realidade permitiu que eu pudesse ver centenas de jogos de caras como Tim Duncan, Manu Ginobili, Tony Parker, Kawhi Leonard, entre outros. Desde 2009 acompanho o Spurs pelo League Pass, e nesses quase dez anos posso contar nos dedos os jogos que perdi do San Antonio Spurs. Três ou quatro por temporada? Um pouco mais, um pouco menos…

Essa temporada que está se encerrando, contudo, foi um pouco atípica. Ganhei algumas responsabilidades extras no trabalho, comecei um novo namoro, mudei de apartamento… coisas que levam tempo e geram uma dose extra de dedicação, cansaço e stress. Some a isso os jogos tarde da noite no Texas e o time capenga e como resultado tive a temporada que menos segui o Spurs de perto.

Isso não quer dizer que eu fiquei distante do time. Continuei vendo jogos, mas ao invés de ver quase todos, devo ter perdido uns 30 ao longo da temporada, o que é muito para quem estava acostumado a assistir praticamente tudo. Acompanhei alguns reprises, muitos highlights, mas nada como assistir o jogo na prática, analisar os erros, os acertos e fazer uma análise mais real do que está acontecendo.

Contexto dado, volto ao ponto principal deste texto. Essa semana me deparei com a notícia de que DeJounte Murray foi eleito para o segundo time de defesa de toda a NBA. Achei incrível e surpreendente. “Será que perdi algo fantástico nas 30 partidas que não assisti?”. Embora jovem e talentoso, Murray ainda não alcançou o patamar de incontestável dentro de San Antonio — ou alguém vai dizer que não gostaria de ter um John Wall da vida comandando o nosso ataque?

É verdade que o armador é um reboteiro fora da curva e um excelente ladrão de bolas, critérios que contam positivamente para a premiação, mas enxergo outros jogadores à frente. Cito aqui Chris Paul, John Wall, Donovan Mitchelle Russell Westbrook para me limitar às estrelas, mas há outros atletas que também poderiam ser elegidos, como Marcus Smart, por exemplo. Hoje, os cinco têm papéis bem mais relevantes em suas equipes e foram deixados de lado.

DeJounte é um garoto que, apesar de aparecer com destaque em algumas estatísticas avançadas de defesa, mal conseguiu ultrapassar a barreira dos 20 minutos por jogo em quadra e não é unanimidade nem entre nós torcedores, por isso fiquei surpreso (positivamente) com a escolha. Tenho certeza que alguns fanáticos devem estar me chamando de louco e querendo me apedrejar ao ler isso, mas a realidade é que, por mais que o armador seja bastante promissor, ele ainda tem muito a caminhar em San Antonio e na NBA. E espero que caminhe!

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Bruno Fernandes
Destino Riverwalk Brasil

Growth Director at @nuvemshop / tiendanube. 🎙 Podcaster no @culturapoppod.