Tenho um milhão de poemas pra transcrever, além de
um poema de Beatriz Malcher
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀com cecilia pavón
1.
uma fotografia pregada na parede do sonho
você azul sozinha a casa verde você pensa
era isso que eu esperava
da vanguarda
2.
você não quer me fotografar do teu lado
mas os dedos sempre traem pareço criança
na foto você tenta me imaginar
décadas mais velha não consegue
só lembra agora do elefante
que em outro sonho eu cavalguei
3.
talvez se eu trouxesse meu elefante
você pudesse roubar o marfim para me atravessar
o peito talvez ele me arrastasse pelo sonho
me levasse embora talvez você pudesse
salvar o futuro
4.
não sei se a vanguarda existe
mas agora eu estou rasgando a foto
do teu sonho em praça pública
e você está feliz
5.
(às vezes)
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A fotografia faz parte do “CorpAthos”, um projeto fotográfico de arte contemporânea de autoria da artista Giuliana Vinci dos Santos. “CorpAthos” convida o espectador a reimaginar Brasília através da fusão e simbiose do corpo humano com os espaços públicos da cidade. Aqui, o corpo nu é utilizado como um instrumento artístico, social e político, compondo e enriquecendo a arquitetura e os azulejos populares de Brasília, por meio do apelo à humanização de uma cidade frequentemente percebida como fria, distante e solitária. Assim, as fotos nos convidam a redescobri-la de uma maneira mais pessoal e inspiradora.
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Conheça o trabalho de Beatriz aqui
