As “graças” da vida

Acaso, ironia, egoísmo, e tudo o que há de bom.

Engraçado como as coisas são. Como ter certeza do que se quer e querer CONSUMAR o que se quer são coisas diferentes, como até mesmo os sentimentos mais fortes são voláteis e sensíveis ao caos que é o acaso. Como a inércia nos prende no lugar, na nossa rotina, mesmo quando o âmago de nossa alma quer se livrar dessa mesma rotina. E já que estamos falando de “querer”, vou além: engraçado como nós achamos que queremos algo, brigamos e bradamos por isso, e somente muito tempo depois vemos que não era nada disso que achávamos.

Eu quero dar um passo em minha vida que julgo necessário. Está mais para “se jogar de um penhasco” que dar um passo, na verdade… E eu pareço abominar a ideia de tomar iniciativa e fazer isso. E por mais que eu deseje negar isso, meus motivos são egoístas. Profundamente egoístas, na verdade. Abrir mão do que quer que seja implica deixar livre possibilidades que não te incluem. E é aí que eu vou e desgraço tudo. Chuto todos os meus planos pra longe, e passo o resto do dia ou da semana indignado comigo mesmo por causa disso.

Eu queria mudar. Conseguir ter coragem de mudar de caminho e seguir o menos óbvio. Conseguir ter coragem de vencer o egoísmo. Sim, eu queria mudar, mesmo tendo dito mais de uma vez que nós não mudamos nunca. Mas é engraçado como as coisas são. Como o egoísmo é forte e cria raízes. Como querer, poder e fazer são distintos.