O Ideal
Não tenho tido dias que gostaria de ter ultimamente. Não tenho tido vontade de cumprir com minhas obrigações, nem concentração para cumprí-las quando me forço a isso. O ponto “alto” de toda essa situação foi quando, hoje, parei tudo que estava tentando fazer e deitei no chão frio (que por sinal, tá sujo… lembrar de fazer faxina amanhã). E parar de tentar fazer qualquer coisa me ajudou mais do que eu pensava.
O que se quer
Entre outras coisas, eu notei que não tenho tido motivação pra a vida porque não tenho certeza se acredito no que faço. Não em relação a minha área de atuação (AINDA BEM que não), mas ao que de fato faço. Eu tenho priorizado as coisas de um modo que não concorda com o que eu quis e acreditei, com o que acho ideal. Não que eu ache que o ideal é algo que se deva almejar cegamente, ele existe com o único intuito de servir como um farol: você tá lá fodido, em alto mar, na tempestade, mas sabe que tem que tentar levar teu barco pra aquela luz lá longe.
O ideal
Sempre tive o hábito de estabelecer o que seria a situação ideal. Como eu lidava com ela, no entanto, nunca foi algo constante: ora eu tentava alcançá-la, ora me achava um merda por estar tão distante da mesma. O fato é que essa idealização sempre existiu. Trabalho, família, moradia… tudo imaginado em detalhes.
Família
Apesar de minha resistência (muitas vezes sem sentido) a coisas mais “tradicionais”, uma coisa é fato: eu almejo casar, e viver aquele paraíso surreal que é a *família perfeita*. Passar um tempo curtindo, viajar um pouco, e quando a hora chegar, ter filhos, claro. E um cachorro, caso eu more numa casa. E que, onde quer que eu more, que eu possa ver um belo skyline nos fins de tarde dos domingos.
E falando em filhos, quero ter dois. Um casal de pequenos diabinhos que vão mostrar a que vieram ao mundo. O homem um ano ou dois mais velho que a menina, no máximo três, pra tentar equiparar a idade mental, sabe. E eu vou fazer de tudo para que eles não sejam babacas. Wish me luck on that.
E para que hajam filhos deve haver uma mulher. Uma mulher com quem eu possa ser tão ridículo como de fato sou, sem muito medo de ser repreendido, com quem eu possa rir de babaquices no Twitter, caso ele ainda exista, que me faça querer apostar na vida (e se você não aposta todo dia na vida, algo está errado. Vai que você acordou com sorte?) . Pra quem eu possa cozinhar no domingo (e eu vou aprender a cozinhar até lá, RISOS).
Trabalho
Quanto ao meu trabalho, não me prendo muito a detalhes nisso, apesar de brincar constantemente que vou, um dia, trabalhar na Google. Só me interessam de fato duas coisas: que eu viva de maneira confortável, e que eu sinta que meu trabalho vai além de ser uma mera engrenagem de uma máquina de imprimir dinheiro.
Quando digo confortável, quero dizer, bem, que desejo conforto e poucas preocupações *tensas*. Quero poder sair pra comer fora à noite de vez em quando, quero poder jogar um pouquinho no fim de semana. No mínimo, ter um certo grau de fartura (lembrando que fartura é diferente de ostentação) e tranquilidade. Poder dormir numa cama razoavelmente agradável.
O que falei no último parágrafo requer apenas dinheiro. No entanto, jovem padawan, não sou apenas um porco capitalista que quer viver numa boa às custas dos outros: eu quero fazer algo pelo mundo, e hipocrisia à parte, não é só pelo mundo. É pelo meu ego, também. Eu quero deixar uma pegada no mundo, nem que ela se apague com o tempo. Gostaria muito de existir para quem nunca me conheceu, mesmo que indiretamente.
Eu sinto que depois de dizer que eu quero fazer isto por mim também, eu devo reforçar um ponto: é TAMBÉM pelo meu ego, não APENAS por ele. Eu quero, sim, fazer algum bem às pessoas, por meio da tecnologia. Sem hipocrisias, sem segundas intenções (além de ganhar algum dinheiro com isso, óbvio).
Bom, acho que é isso. Meus dois centavos sobre a vida. Obrigado pela leitura, e volte sempre.