O que são POCs e por que são TOPs?

Texto Thiago Batista
Edição Emily Maia
Ilustração Sarah Madalena

Talvez você não saiba do que se trata, já tenha ouvido falar e não lembra direito ou conheça e use comumente em seu trabalho. Porém, independentemente do quanto você conhece acerca de PoCs, meu objetivo aqui será te dar uma nova perspectiva que pode ajudar a melhorar processos, tomar decisões mais assertivas, preparar algum conteúdo ou simplesmente aprender algo novo. Caso você ainda não tenha sido introduzido ao conceito de PoCs, permita-me mostrar como, se utilizada da forma correta, ela pode ser uma ferramenta importante no desenvolvimento de qualquer produto.

O que são PoCs, afinal?

Imagine-se como um confeiteiro de bolos procurando a melhor combinação de ele — mentos para sua receita. Criar um bolo para cada mistura que parecer interessante pode ser uma solução, porém, dependendo dos materiais necessários, seria gasto uma quan — tidade muito grande de dinheiro para comprar cada componente da receita. Uma alternativa inteligente seria criar pequenas amostras que poderiam comprovar se aqueles materiais que foram imaginados quando misturados podem garantir um resultado agradável. Apesar de simples, esse processo exemplifica muito bem o objetivo das PoCs. A sigla PoC vem do inglês Proof Of Concept, que, traduzido ao pé da letra para o português, significa Prova de Conceito. Sua utilização é ampla no ambiente do empreendedorismo, sendo essa uma ferramenta poderosa para a construção de um bom produto. Isso se deve ao fato de que ela permite uma avaliação rápida tanto de como o mercado vai lidar com determinada solução quanto da quantidade de dinheiro necessária que será investida. Com o advento da área de T.I no século XX e XXI, as PoCs passaram a integrar mais ainda o dia a dia de profissionais que buscam aplicar soluções tecnológicas inovadoras a produ — tos que atendam a determinadas possíveis demandas do mercado. Afinal, com o poder oferecido pelas linguagens de programação e ambientes de desenvolvimento, parece que as possibilidades são infinitas mas, na realidade, isso é quase verdade pois nem sempre aquela solução mirabolante é a melhor e mais viável num certo momento do desenvolvimento e, possivel — mente, o médico que trará esse diagnóstico para o produto será uma PoC bem aplicada. Além da construção de soluções, a prova de conceito é uma ferramenta poderosa para quem está aprendendo algo novo, principalmente na área do desenvolvimento. Isso se baseia na te — oria da escolha elaborada pelo psiquiatra norte americano William Glasser, em que afirma que o aprendizado se dá com 80% de efetividade quan — do aplicado de forma ativa. Portanto, aprender algum conceito, framework ou serviço novo se torna um processo simplificado e objetivo para um conteúdo determinado, além de ser feito ativamente.

Como as PoCs podem melhorar minha vida?

Tudo bem, acredito que em uma visão geral já ficou claro a função e importâncias das PoCs quando aplicada em um produto. Entretanto, como ela poderia influenciar o desenvolvimento de um projeto diariamente? Se você já esteve na etapa de idealização de um projeto sabe que dependendo da forma que o planejamento é realizado tudo pode parecer muito abstrato e mesmo após ter uma solução próxima de ser definida nenhum integrante da equipe tem uma noção plena de como aquela solução poderia se dar. Esse cenário é comum em ambientes de desenvolvimento de Software, onde para uma determinada adição de funcionalidade no sistema pode ser necessária uma grande complexidade. Para isso, buscando ter uma melhor noção das tecnologias e operações que seriam necessárias, as PoCs se encaixam como uma luva. Outra situação comum diz respeito ao design gráfico do sistema em si. Um componente visual pode ser localizado em duas posições distintas sem alterar seu comportamento e a equipe técnica não conseguir definir sozinha onde seria sua melhor aplicação. PoCs podem ser implementadas e, junto a processos de UX Research, auxiliar em uma definição mais próxima de como potenciais usuários do aplicativo iriam se comportar na utilização de tal.

PoCs e o lindo mundo do CBL

Já foi introduzido aqui neste artigo as vantagens que o aprendizado realizado de forma ativa podem trazer. Porém, em conjunto a isso, existem as chamadas metodologias ativas, que buscam oferecer uma autonomia para o aprendizado das pessoas que a utilizam. Uma metodologia muito conhecida no meio acadêmico é o CBL, sigla para Challenge Based Learning. Ela consiste em uma aprendizagem guiada por meio de desafios onde quem está utilizando segue algumas etapas que auxiliam na resolução e fixação da informação referente ao problema. Uma das etapas mais importantes para o CBL é o levantamento de Guiding Questions, ou, perguntas guias, que são nada mais que perguntas acerca do desafio alvo, em que são realizadas visando sintetizar uma solução para tal. Juntamente com elas existem as chamadas Guiding Activities, ou, traduzindo para o português, atividades guias. Tais atividades são utilizadas para documentar e auxiliar na síntese de determinada questão que foi levantada anteriormente. Dessa forma, após o levantamento de uma Guiding Question referente a utilização de uma tecnologia a ser usada no produto, por exemplo, é possível usar uma PoC como Guiding Activity consolidando uma resposta para a pergunta e a documentando no processo, reafirmando o objetivo do CBL.

Conclusão

Na grande maioria dos casos PoC é um assunto tratado superficialmente ou enviesado para alguma área específica, seja programação, design ou empreendedorismo. Espero ter conseguido ampliar a visão acerca dessa ferramenta e ter demonstrado de que forma ela pode ser utilizada em um projeto, seja na sua idealização, no seu desenvolvimento, na sua implementação e, para além do produto, no aprendizado de tecnologias que podem ser necessárias para tal.

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