Como o co-design pode auxiliar no resultado das empresas

Cristiano da Silva Fernandes
DEx01
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4 min readJan 18, 2018

Um designer, tem como essência e luta diária, identificar e depois buscar facilitar a resolução de desafios. Sejam eles de algum tipo de serviço, produto, interface e muitas outras coisas. Ele foi treinado para isso nas academias e no dia-a-dia de trabalho.

Um empresário deve entender que seu negócio deve resolver algum problema de quem consome sua marca, os usuários, consumidores, as pessoas. A partir disso ele consegue vender e com o lucro, conseguir seus objetivos de negócio, sejam eles financeiros ou outros que beneficiem a sociedade de alguma maneira. O tempo de execução de tarefas para obter este resultado, neste caso, é fundamental que seja o menor possível.

Muita vezes um empresário tem uma visão de onde quer chegar, detalha isso em um plano de negócios e depois disso busca executar este plano. Mas nada é linear, binário. Neste processo, as idas e voltas devem ser feitas, mas de forma processual e objetiva.

Um profissional de design precisa entender isso. Ele não está ali para colocar mais um trabalho no seu portfólio. Ele deve entender que design deve gerar resultado para o empresário (patrocinador do designer) e resolver um problema (chamaremos de desafio) do usuário (ou pessoa que tem um problema).

Como disse Massimo Vignelli, designer italiano, referência na nossa área e do movimento modernista:

“O bom design é uma questão de disciplina. Você começa examinando o problema e coletando todas as informações disponíveis sobre isso. Se você entender o problema, você tem a solução. É mais, sobre a lógica do que sobre a imaginação.”

Ou seja, designer e quem é o responsável pela aprovação do trabalho devem ter contato direto, sem intermediários.

Massimo Vignelli

É um trabalho único, artesanal, feito sob medida, por um profissional qualificado para isso. Meio como um médico, sabe? Você não vai a um médico especialista em dor de cabeça tendo dor de estômago. Assim como um médico precisa entender o problema antes de resolvê-lo, com o designer é exatamente igual. Só acabamos muitas vezes vestindo mais preto que branco por uma questão de gosto pessoal mesmo. No fim os dois identificam o problema e depois buscam solucioná-lo. Um trabalha com o risco de vida humana, o outro pode contribuir para aumentar ou diminuir a vida útil de uma marca no mercado.

Sem nivelar o conhecimento do designer com o negócio e objetivos do patrocinador e sem conhecer o desafio da pessoa não chegaremos a nada relevante.

Neste ponto o processo de co-design é muito importante.

Ele começa com uma empatia, um aprendizado do designer com relação ao negócio do cliente e no fim disso, começa a entender, na visão do empresário, o que ele quer fazer para resolver o desafio das pessoas. Uma boa conversa e as perguntas certas são suficientes para um designer entender melhor quem são por exemplo, os concorrentes, como é a estratégia da empresa, o que de bom ela vai deixar de legado para todos e claro como ela vai atingir os objetivos.

Mas só isso não é suficiente. Ele precisa trazer também a visão das pessoas (o U — de user, usuário — do tão falado UX ou user experience tão citado nos “linkedins” atualmente). Para isso usamos de diversas ferramentas, como pesquisas de campo, entrevistas com usuários e lindos números de métricas. Falar com as pessoas é parte essencial do trabalho de um designer.

Nivelando o conhecimento do negócio e quem este negócio quer atingir conseguimos propor soluções de design adequadas e que, em tese, geram resultados positivos. Em tese. Porque o mais bacana do design é que ele não tem fim. Ao lançar um versão de produto ou serviço, automaticamente você já deve verificar se aquela solução funcionou e já propor melhorias.

Para finalizar, volto à questão do tempo.

Este processo pode e deve ser rápido e focado. Como um médico luta contra o tempo para aliviar as dores do paciente, nós designers devemos abraçar esta urgência de querer resolver o desafio dos patrocinadores. Com empatia, transparência e processo, mas o mais rápido possível. Isso serve para uma marca, interface ou até mesmo o próprio negócio do cliente, através do co-design ou em bom português, design colaborativo, design em conjunto.

Em um próximo artigo vou detalhar como acredito ser uma boa maneira de começarmos esta relação através do co-design.

Até lá.

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Cristiano da Silva Fernandes
DEx01
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I help designers dissatisfied with their work to see their real potential to evolve financially or change in a planned way, through the LED Method.