COLARINHO BRANCO
Texto: Jares Duarte
Não são todos iguais, os homens
Mas são todos bem parecidos:
De como foram cortados
Do modo que estão vestidos
Fáceis de reconhecer, os homens.
Sempre foram como são?
Um dia eu serei como os homens
Quer eu queira quer eu não
Há um arcabouço de homens
De onde surgem e saem
Há também um calabouço
Onde os homens sempre caem
Ternos são fardos pesados
Barba e cabelo aparados
Estão todos embalados
Prontos para o consumo
Os homens não vêm do húmus
Nem tampouco dos antigos
São verdes de suicídio
Seguem por falta de rumo
Não são todos iguais, os homens
Mas são todos bem parecidos.